Solenidade de CORPUS CHRISTI – O Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
A solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (o dia de Corpus Christi) nasce na Idade Média, fruto da piedade eucarística e da reafirmação dos dogmas depois de várias controvérsias teológicas. A festa foi celebrada pela primeira vez em Liége, Bélgica, no ano de 1247, a pedido da Santa Juliana de Mont Cornillon, religiosa que dedicou grande parte da sua vida a promover a devoção ao santo Sacramento do altar.
Em 1264, o Papa Urbano IV, impressionado pelo milagre eucarístico de Bolsena – testemunhado em pedra pelo monumental domo de Orvieto, que é como um grande relicário – instituiu, com caráter universal, a solenidade em honra do Santíssimo Sacramento para a quinta-feira posterior à oitava de Pentecostes. A bula de instituição da festa apresenta, em apêndice, os textos da Missa e do Ofício do dia, redigidos, segundo a tradição, por São Tomás de Aquino. A antífona O sacrum convivium das segundas vésperas da festa, sintetiza de modo admirável a fé da Igreja, o mysterium fidei: “Ó Sagrado banquete em que se recebe Cristo! Renova-se a memória de sua Paixão e a alma se enche de graça e nos é dada o penhor da glória futura” [1]. “Cada um de nós – dizia o papa nessa solenidade – pode se perguntar: e eu? Onde quero comer? Em que mesa quero me alimentar? Na mesa do Senhor? Ou sonho com comer gostosos manjares, mas na escravidão? Além disso, cada um de nossos pode se perguntar: qual é a minha lembrança? A do Senhor que me salva ou a do alho e das cebolas da escravidão? Com que lembrança sacio a minha alma? ” [2].
Como essa festa gira em torno da adoração do Santíssimo Sacramento e a fé na presença real de Cristo sob as espécies eucarísticas, é lógico que, já no século XIV, surgisse o costume de acompanhar o Senhor sacramentado pelas ruas das cidades. Anteriormente, o Santíssimo tinha presidido a procissão dos ramos no domingo de ramos, ou sido transladado solenemente na manhã de Páscoa, a partir do “monumento” ou “sepulcro” até o tabernáculo principal do templo. A procissão do Corpo de Cristo como tal será definitivamente acolhida em Roma, no século XV.
Graças a Deus, nos últimos anos estamos assistindo a um reflorescimento dessa devoção também nos lugares em que ela tinha desaparecido durante séculos. Fazemos nossos os sentimentos de São Josemaria na festa de Corpus Christi de 1971: “enquanto celebrava a Missa hoje de manhã, disse a Nosso Senhor com o pensamento: eu te acompanho em todas as procissões do mundo, em todos os Sacrários onde te honram, e em todos os lugares onde estejas e não te honrem” [3].
[1]Antífona ad Magnificat, Vésperas II da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. [2] Francisco, Homilia, 19-VI-2014 (cfr. Núm 11, 4-6). [3] Javier Echevarría, Recordações sobre Monsenhor Escrivá.
Sequência do Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus
Terra, exulta de alegria,
Louva o teu pastor e guia,
Com teus hinos, tua voz.
Quanto possas tanto ouses,
Em louvá-l’O não repouses:
Sempre excede o teu louvor.
Hoje a Igreja te convida:
O pão vivo que dá vida
Vem com ela celebrar.
Este pão – que o mundo creia –
Por Jesus na santa Ceia
Foi entregue aos que escolheu.
Eis o pão que os Anjos comem
Transformado em pão do homem;
Só os filhos o consomem:
Não será lançado aos cães.
Em sinais prefigurado,
Por Abraão imolado,
No cordeiro aos pais foi dado,
No deserto foi maná.
Bom pastor, pão da verdade,
Tende de nós piedade,
Conservai-nos na unidade,
Extingui nossa orfandade
E conduzi-nos ao Pai.
Aos mortais dando comida,
Dais também o pão da vida:
Que a família assim nutrida
Seja um dia reunida
Aos convivas lá do Céu.
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