O sentido cristão da dor
AO LONGO DESTA SEMANA, uma das leituras da Missa1 transmite-nos os ensinamentos do Livro de Jó, sempre atuais, pois a desgraça e a dor são realidades com as quais deparamos freqüentemente.
Vivia na terra de Hus – lemos na Sagrada Escritura – um homem temente a Deus, chamado Jó, que tinha recebido inúmeras bênçãos do Senhor: era rico em rebanhos e produtos da terra; e tinha-lhe sido concedida uma numerosa descendência. Segundo uma concepção generalizada naqueles tempos, havia uma relação entre a vida virtuosa e a vida próspera em bens; o bem-estar material era considerado um prêmio que Deus concedia à virtude e à fidelidade. Num diálogo figurado entre Deus, que se sente contente com o amor do seu servo, e Satanás, este insinua que a virtude de Jó é interesseira e que desapareceria com a destruição das suas riquezas. É a troco de nada que Jó teme a Deus? Não rodeaste de uma sebe protetora a sua pessoa, a sua casa e todos os seus bens? Abençoaste o trabalho das suas mãos e os seus rebanhos têm-se multiplicado por toda a região. Mas estende a tua mão e toca em tudo o que possui; e verás se não te amaldiçoa na tua cara2.
Com a autorização de Deus, Jó foi despojado de todos os seus bens, mas a sua virtude demonstrou estar profundamente arraigada: Saí nu do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o Senhor mo deu, o Senhor mo tirou; bendito seja o nome do Senhor3, exclamava no meio da sua pobreza. A sua conformidade com a vontade divina foi total, como o fora na abundância. A sua miséria converteu-se numa enorme riqueza espiritual.
Uma segunda prova, muito mais violenta, não pôde debilitar essa fé e confiança em Deus. Desta vez, todo o seu corpo foi atingido por uma úlcera que o cobriu da cabeça aos pés. Perder a saúde é pior do que perder os bens materiais. A fé de Jó, no entanto, manteve-se firme, apesar da doença e dos ataques ferinos de sua mulher: Se recebemos os bens das mãos de Deus, por que não havemos de receber também os males?4, respondeu Jó.
Hoje pode ser uma boa oportunidade para que examinemos a nossa atitude para com Deus quando a desgraça e a dor se fazem presentes em nós ou naqueles que mais amamos. Deus é sempre Pai, mesmo quando somos atingidos pela aflição e pelos pesares. Sabemos comportar-nos como filhos agradecidos tanto na abundância como na escassez, na saúde como na doença?
II. TRÊS AMIGOS, de tribos e lugares diferentes, ao terem conhecimento da situação de Jó, combinaram ir juntos fazer-lhe companhia e consolá-lo. Quando os três, Elifaz, Bildad e Sofar, puseram os olhos em Jó e o viram num estado tão lamentável, toda a compaixão que tinham desapareceu, convencidos de que se achavam na presença de um homem amaldiçoado por Deus. Partilhavam da crença de que a prosperidade é o prêmio que Deus dá à virtude, e as tribulações o castigo reservado por Ele à iniqüidade.
A conduta dos amigos, a persistência dos sofrimentos e a solidão no meio de tanta dor pesaram muito em Jó, que rompeu o seu silêncio numa queixa amarga. Os amigos, convencidos de que havia nele algum pecado oculto, continuaram a tratá-lo duramente, pois não encontravam outra explicação para as suas desgraças. Jó, convencido da sua inocência, admitiu a existência de pequenas transgressões, comuns a todos os homens5, mas não a ponto de serem proporcionados ao castigo. Recordou igualmente todo o bem que praticara. Nesse momento nasceu uma grande luta dentro da sua alma.
Sabia que Deus é justo, e no entanto tudo parecia falar de injustiça em relação à sua pessoa. Também ele pensava que o Senhor trata o homem conforme os seus méritos e deméritos; como podia então conciliar-se a justiça divina com a sua amarga experiência? Os amigos têm uma resposta, mas ele, em consciência, considera-a falsa. As duas convicções aparentemente contraditórias – a da justiça divina e a da sua própria inocência – causam-lhe uma angústia e um dilaceramento interior mais penoso do que a sua doença física e a sua ruína material6. É o desconcerto que produz todo o sofrimento do inocente: o das crianças que morrem prematuramente ou nascem com doenças que as deixarão incapacitadas para uma vida normal, o das pessoas que foram generosas e serviram fielmente a Deus, e que agora se encontram na ruína econômica ou gravemente doentes…, enquanto parece que a vida sorri para certas pessoas que sempre viveram de costas para Deus.
O Livro de Jó propõe “o problema do sofrimento do homem inocente com toda a clareza: o do sofrimento sem culpa. Jó não foi castigado; não havia razão para lhe ser infligida uma pena, e não obstante foi submetido a uma prova duríssima”7. Depois desta prova, Jó sairá fortalecido na sua virtude, que não dependia da sua situação confortável nem dos benefícios que tinha recebido de Deus. Mas “o Livro de Jó não é a última palavra da Revelação sobre este tema. De certo modo, é um anúncio da Paixão de Cristo”8, a única que pode trazer luz ao mistério do sofrimento humano, e de modo especial à dor do inocente.
Tanto amou Deus o mundo, que lhe deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna9. A dor muda radicamente de sinal com a Paixão de Cristo. “É como se Jó a tivesse pressentido quando disse: Eu sei que o meu Redentor vive, e que no último dia […] verei na minha própria carne o meu Deus (Jó 19, 25); e que para ela tivesse orientado o seu próprio sofrimento, o qual, sem a Redenção, não teria podido revelar-lhe a plenitude do seu significado. Na Cruz de Cristo, não só se realizou a Redenção através do sofrimento, mas também o próprio sofrimento humano foi redimido. Cristo – sem culpa nenhuma própria – tomou sobre si todo o mal do pecado”10. Os padecimentos de Jesus foram o preço da nossa salvação11. Desde então, a nossa dor pode unir-se à de Cristo e assim participar da Redenção de toda a humanidade. “Esta foi a grande revolução cristã: converter a dor em sofrimento fecundo; fazer, de um mal, um bem. Despojamos o diabo dessa arma…; e, com ela, conquistamos a eternidade”12.
III. A DOR NUNCA PASSA ao nosso lado deixando-nos como antes. Purifica a alma, eleva-a, aumenta o grau de união com a vontade divina, ajuda-nos a desprender-nos dos bens, do excessivo apego à saúde, faz-nos corredentores com Cristo…, ou, pelo contrário, afasta-nos do Senhor e deixa a alma entristecida e entorpecida para as coisas sobrenaturais. Quando Simão Cireneu foi requisitado para ajudar Jesus a carregar a Cruz, submeteu-se a contragosto. Foi forçado13, escreve o Evangelista. Nos primeiros momentos, só olhava para a Cruz, e a Cruz era um simples madeiro pesado e incômodo. Depois, desviou a vista do madeiro para o réu, aquele homem totalmente singular que ia ser condenado. E então tudo mudou: ajudou Jesus com amor e mereceu o prêmio da fé para si e para os seus dois filhos, Alexandre e Rufo14.
Cada um de nós deve também olhar menos para a cruz e mais para Cristo, no meio das suas provas e tribulações. Compreenderemos então que carregar a Cruz tem sentido quando a levamos junto com o Mestre. “O desejo mais ardente do Senhor é acender nos nossos corações essa chama de amor e de sacrifício que abrasa o seu. E por pouco que correspondamos a esse desejo, o nosso coração converter-se-á num foco de amor que consumirá pouco a pouco essas escórias acumuladas pelas nossas culpas e nos transformará em vítimas de expiação, alegres por conseguirmos, à custa de alguns sofrimentos, uma maior pureza, uma união mais estreita com o Amado; alegres também por completarmos a Paixão do Salvador pelo bem da Igreja e das almas (Col 1, 24) […]. Aos pés do Crucificado, compreendemos que, neste mundo, não é possível amar sem sacrifício, mas que o sacrifício é doce para quem ama”15.
Ao terminarmos a nossa oração, contemplamos Nossa Senhora no alto do Calvário, participando de modo singular dos padecimentos do seu Filho.
“Admira a firmeza de Santa Maria: ao pé da Cruz, com a maior dor humana – não há dor como a sua dor –, cheia de fortaleza. – E pede-lhe dessa firmeza, para que saibas também estar junto da Cruz”16.
Junto dEla, entendemos bem que o “sacrifício é doce para quem ama”, e aprendemos a oferecer através do seu Coração dulcíssimo os fracassos, as incompreensões, as situações difíceis na família ou no trabalho, a doença e a dor…
“E uma vez feito o oferecimento, procuremos não pensar mais, mas cumprir o que Deus quer de nós, no lugar onde estivermos: na família, na fábrica, no escritório, na escola… Sobretudo, procuremos amar os outros, o próximo que está ao nosso redor.
“Se o fizermos, poderemos experimentar um efeito insólito e insuspeitado: a nossa alma estará cheia de paz, de amor, e também de alegria pura, de luz. Poderemos encontrar em nós uma nova força. Veremos como, abraçando as cruzes de cada dia e unindo-nos por elas a Jesus crucificado e abandonado, poderemos participar já aqui na terra da vida do Ressuscitado.
“E, enriquecidos por esta experiência, poderemos ajudar mais eficazmente todos os nossos irmãos a encontrar a bem-aventurança entre as lágrimas, a transformar em serenidade aquilo que os preocupa. Seremos assim instrumentos de alegria para muitas pessoas, de felicidade, dessa felicidade que todo o coração humano ambiciona”17.
(1) Primeira leitura da Missa da 26ª semana da segunda-feira do Tempo Comum, ano II; (2) Jó 1, 9-11; (3) Jó 1, 21; (4) Jó 2, 10; (5) cfr. Jó 13, 26; 14, 4; (6) cfr. B. Orchard, Verbum Dei, Herder, Barcelona, 1960, vol. II, págs. 104 e segs.; (7) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 11.02.84, 11; (8) ibid.; (9) Jo 3, 16; (10) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 19; (11) cfr. 1 Cor 6, 20; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 887; (13) Mt 27, 32; (14) cfr. Mc 15, 21; (15) Adolphe Tanquerey, La divinización del sufrimiento, Rialp, Madrid 1955, págs. 203-204; (16) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 508; (17) Chiara Lubich, Palabra que se hace vida, Ciudad Nueva, Madrid, 1990, pág. 39.
AO LONGO DESTA SEMANA, uma das leituras da Missa1 transmite-nos os ensinamentos do Livro de Jó, sempre atuais, pois a desgraça e a dor são realidades com as quais deparamos freqüentemente.
Vivia na terra de Hus – lemos na Sagrada Escritura – um homem temente a Deus, chamado Jó, que tinha recebido inúmeras bênçãos do Senhor: era rico em rebanhos e produtos da terra; e tinha-lhe sido concedida uma numerosa descendência. Segundo uma concepção generalizada naqueles tempos, havia uma relação entre a vida virtuosa e a vida próspera em bens; o bem-estar material era considerado um prêmio que Deus concedia à virtude e à fidelidade. Num diálogo figurado entre Deus, que se sente contente com o amor do seu servo, e Satanás, este insinua que a virtude de Jó é interesseira e que desapareceria com a destruição das suas riquezas. É a troco de nada que Jó teme a Deus? Não rodeaste de uma sebe protetora a sua pessoa, a sua casa e todos os seus bens? Abençoaste o trabalho das suas mãos e os seus rebanhos têm-se multiplicado por toda a região. Mas estende a tua mão e toca em tudo o que possui; e verás se não te amaldiçoa na tua cara2.
Com a autorização de Deus, Jó foi despojado de todos os seus bens, mas a sua virtude demonstrou estar profundamente arraigada: Saí nu do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o Senhor mo deu, o Senhor mo tirou; bendito seja o nome do Senhor3, exclamava no meio da sua pobreza. A sua conformidade com a vontade divina foi total, como o fora na abundância. A sua miséria converteu-se numa enorme riqueza espiritual.
Uma segunda prova, muito mais violenta, não pôde debilitar essa fé e confiança em Deus. Desta vez, todo o seu corpo foi atingido por uma úlcera que o cobriu da cabeça aos pés. Perder a saúde é pior do que perder os bens materiais. A fé de Jó, no entanto, manteve-se firme, apesar da doença e dos ataques ferinos de sua mulher: Se recebemos os bens das mãos de Deus, por que não havemos de receber também os males?4, respondeu Jó.
Hoje pode ser uma boa oportunidade para que examinemos a nossa atitude para com Deus quando a desgraça e a dor se fazem presentes em nós ou naqueles que mais amamos. Deus é sempre Pai, mesmo quando somos atingidos pela aflição e pelos pesares. Sabemos comportar-nos como filhos agradecidos tanto na abundância como na escassez, na saúde como na doença?
II. TRÊS AMIGOS, de tribos e lugares diferentes, ao terem conhecimento da situação de Jó, combinaram ir juntos fazer-lhe companhia e consolá-lo. Quando os três, Elifaz, Bildad e Sofar, puseram os olhos em Jó e o viram num estado tão lamentável, toda a compaixão que tinham desapareceu, convencidos de que se achavam na presença de um homem amaldiçoado por Deus. Partilhavam da crença de que a prosperidade é o prêmio que Deus dá à virtude, e as tribulações o castigo reservado por Ele à iniqüidade.
A conduta dos amigos, a persistência dos sofrimentos e a solidão no meio de tanta dor pesaram muito em Jó, que rompeu o seu silêncio numa queixa amarga. Os amigos, convencidos de que havia nele algum pecado oculto, continuaram a tratá-lo duramente, pois não encontravam outra explicação para as suas desgraças. Jó, convencido da sua inocência, admitiu a existência de pequenas transgressões, comuns a todos os homens5, mas não a ponto de serem proporcionados ao castigo. Recordou igualmente todo o bem que praticara. Nesse momento nasceu uma grande luta dentro da sua alma.
Sabia que Deus é justo, e no entanto tudo parecia falar de injustiça em relação à sua pessoa. Também ele pensava que o Senhor trata o homem conforme os seus méritos e deméritos; como podia então conciliar-se a justiça divina com a sua amarga experiência? Os amigos têm uma resposta, mas ele, em consciência, considera-a falsa. As duas convicções aparentemente contraditórias – a da justiça divina e a da sua própria inocência – causam-lhe uma angústia e um dilaceramento interior mais penoso do que a sua doença física e a sua ruína material6. É o desconcerto que produz todo o sofrimento do inocente: o das crianças que morrem prematuramente ou nascem com doenças que as deixarão incapacitadas para uma vida normal, o das pessoas que foram generosas e serviram fielmente a Deus, e que agora se encontram na ruína econômica ou gravemente doentes…, enquanto parece que a vida sorri para certas pessoas que sempre viveram de costas para Deus.
O Livro de Jó propõe “o problema do sofrimento do homem inocente com toda a clareza: o do sofrimento sem culpa. Jó não foi castigado; não havia razão para lhe ser infligida uma pena, e não obstante foi submetido a uma prova duríssima”7. Depois desta prova, Jó sairá fortalecido na sua virtude, que não dependia da sua situação confortável nem dos benefícios que tinha recebido de Deus. Mas “o Livro de Jó não é a última palavra da Revelação sobre este tema. De certo modo, é um anúncio da Paixão de Cristo”8, a única que pode trazer luz ao mistério do sofrimento humano, e de modo especial à dor do inocente.
Tanto amou Deus o mundo, que lhe deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna9. A dor muda radicamente de sinal com a Paixão de Cristo. “É como se Jó a tivesse pressentido quando disse: Eu sei que o meu Redentor vive, e que no último dia […] verei na minha própria carne o meu Deus (Jó 19, 25); e que para ela tivesse orientado o seu próprio sofrimento, o qual, sem a Redenção, não teria podido revelar-lhe a plenitude do seu significado. Na Cruz de Cristo, não só se realizou a Redenção através do sofrimento, mas também o próprio sofrimento humano foi redimido. Cristo – sem culpa nenhuma própria – tomou sobre si todo o mal do pecado”10. Os padecimentos de Jesus foram o preço da nossa salvação11. Desde então, a nossa dor pode unir-se à de Cristo e assim participar da Redenção de toda a humanidade. “Esta foi a grande revolução cristã: converter a dor em sofrimento fecundo; fazer, de um mal, um bem. Despojamos o diabo dessa arma…; e, com ela, conquistamos a eternidade”12.
III. A DOR NUNCA PASSA ao nosso lado deixando-nos como antes. Purifica a alma, eleva-a, aumenta o grau de união com a vontade divina, ajuda-nos a desprender-nos dos bens, do excessivo apego à saúde, faz-nos corredentores com Cristo…, ou, pelo contrário, afasta-nos do Senhor e deixa a alma entristecida e entorpecida para as coisas sobrenaturais. Quando Simão Cireneu foi requisitado para ajudar Jesus a carregar a Cruz, submeteu-se a contragosto. Foi forçado13, escreve o Evangelista. Nos primeiros momentos, só olhava para a Cruz, e a Cruz era um simples madeiro pesado e incômodo. Depois, desviou a vista do madeiro para o réu, aquele homem totalmente singular que ia ser condenado. E então tudo mudou: ajudou Jesus com amor e mereceu o prêmio da fé para si e para os seus dois filhos, Alexandre e Rufo14.
Cada um de nós deve também olhar menos para a cruz e mais para Cristo, no meio das suas provas e tribulações. Compreenderemos então que carregar a Cruz tem sentido quando a levamos junto com o Mestre. “O desejo mais ardente do Senhor é acender nos nossos corações essa chama de amor e de sacrifício que abrasa o seu. E por pouco que correspondamos a esse desejo, o nosso coração converter-se-á num foco de amor que consumirá pouco a pouco essas escórias acumuladas pelas nossas culpas e nos transformará em vítimas de expiação, alegres por conseguirmos, à custa de alguns sofrimentos, uma maior pureza, uma união mais estreita com o Amado; alegres também por completarmos a Paixão do Salvador pelo bem da Igreja e das almas (Col 1, 24) […]. Aos pés do Crucificado, compreendemos que, neste mundo, não é possível amar sem sacrifício, mas que o sacrifício é doce para quem ama”15.
Ao terminarmos a nossa oração, contemplamos Nossa Senhora no alto do Calvário, participando de modo singular dos padecimentos do seu Filho.
“Admira a firmeza de Santa Maria: ao pé da Cruz, com a maior dor humana – não há dor como a sua dor –, cheia de fortaleza. – E pede-lhe dessa firmeza, para que saibas também estar junto da Cruz”16.
Junto dEla, entendemos bem que o “sacrifício é doce para quem ama”, e aprendemos a oferecer através do seu Coração dulcíssimo os fracassos, as incompreensões, as situações difíceis na família ou no trabalho, a doença e a dor…
“E uma vez feito o oferecimento, procuremos não pensar mais, mas cumprir o que Deus quer de nós, no lugar onde estivermos: na família, na fábrica, no escritório, na escola… Sobretudo, procuremos amar os outros, o próximo que está ao nosso redor.
“Se o fizermos, poderemos experimentar um efeito insólito e insuspeitado: a nossa alma estará cheia de paz, de amor, e também de alegria pura, de luz. Poderemos encontrar em nós uma nova força. Veremos como, abraçando as cruzes de cada dia e unindo-nos por elas a Jesus crucificado e abandonado, poderemos participar já aqui na terra da vida do Ressuscitado.
“E, enriquecidos por esta experiência, poderemos ajudar mais eficazmente todos os nossos irmãos a encontrar a bem-aventurança entre as lágrimas, a transformar em serenidade aquilo que os preocupa. Seremos assim instrumentos de alegria para muitas pessoas, de felicidade, dessa felicidade que todo o coração humano ambiciona”17.
(1) Primeira leitura da Missa da 26ª semana da segunda-feira do Tempo Comum, ano II; (2) Jó 1, 9-11; (3) Jó 1, 21; (4) Jó 2, 10; (5) cfr. Jó 13, 26; 14, 4; (6) cfr. B. Orchard, Verbum Dei, Herder, Barcelona, 1960, vol. II, págs. 104 e segs.; (7) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 11.02.84, 11; (8) ibid.; (9) Jo 3, 16; (10) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 19; (11) cfr. 1 Cor 6, 20; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 887; (13) Mt 27, 32; (14) cfr. Mc 15, 21; (15) Adolphe Tanquerey, La divinización del sufrimiento, Rialp, Madrid 1955, págs. 203-204; (16) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 508; (17) Chiara Lubich, Palabra que se hace vida, Ciudad Nueva, Madrid, 1990, pág. 39.
(1) Primeira leitura da Missa da 26ª semana da segunda-feira do Tempo Comum, ano II; (2) Jó 1, 9-11; (3) Jó 1, 21; (4) Jó 2, 10; (5) cfr. Jó 13, 26; 14, 4; (6) cfr. B. Orchard, Verbum Dei, Herder, Barcelona, 1960, vol. II, págs. 104 e segs.; (7) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 11.02.84, 11; (8) ibid.; (9) Jo 3, 16; (10) João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, 19; (11) cfr. 1 Cor 6, 20; (12) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 887; (13) Mt 27, 32; (14) cfr. Mc 15, 21; (15) Adolphe Tanquerey, La divinización del sufrimiento, Rialp, Madrid 1955, págs. 203-204; (16) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Caminho, n. 508; (17) Chiara Lubich, Palabra que se hace vida, Ciudad Nueva, Madrid, 1990, pág. 39.
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