29 de Janeiro de 2021
Terceira semana do tempo Comum - Sexta-feira
- por Pe. Alexandre
SEXTA FEIRA DA III SEMANA COMUM
(verde, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Cantai ao Senhor um canto novo, cantai ao Senhor, ó terra inteira; esplendor majestade e beleza brilham no seu templo santo (Sl 95, 1.6).
Oração do dia
– Deus eterno e todo-poderoso, dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Hb 10,32-39
– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 32lembrai-vos dos primeiros dias, quando, apenas iluminados, suportastes longas e dolorosas lutas. 33Às vezes, éreis apresentados como espetáculo, debaixo de injúrias e tribulações; outras vezes, vos tornáveis solidários dos que assim eram tratados. 34Com efeito, participastes dos sofrimentos dos prisioneiros e aceitastes com alegria o confisco dos vossos bens, na certeza de possuir uma riqueza melhor e mais durável. 35Não abandoneis, pois, a vossa coragem, que merece grande recompensa. 36De fato, precisais de perseverança para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que ele prometeu. 37Porque ainda bem pouco tempo, e aquele que deve vir virá e não tardará. 38O meu justo viverá por causa de sua fidelidade, mas, se esmorecer, não encontrarei mais satisfação nele”. 39Nós não somos desertores, para a perdição. Somos homens da fé, para a salvação da alma.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 37,3-4.5-6.23-24.39-40 (R: 39a)
– A salvação de quem é justo vem de Deus!
R: A salvação de quem é justo vem de Deus!
– Confia no Senhor e faze o bem, e sobre a terra habitarás em segurança. Coloca no Senhor tua alegria, e ele dará o que pedir teu coração.
R: A salvação de quem é justo vem de Deus!
– Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; confia nele, e com certeza ele agirá. Fará brilhar tua inocência como a luz, e o teu direito, como o sol do meio-dia.
R: A salvação de quem é justo vem de Deus!
– É o Senhor quem firma os passos dos mortais e dirige o caminhar dos que lhe agradam; mesmo se caem, não irão ficar prostrados, pois é o Senhor quem os sustenta pela mão.
R: A salvação de quem é justo vem de Deus!
– A salvação dos piedosos vem de Deus; ele os protege nos momentos de aflição. O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, defende-os e protege-os contra os ímpios, e os guarda porque nele confiaram.
R: A salvação de quem é justo vem de Deus!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 4,26-34.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 26Jesus disse à multidão: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra. 27Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.
28A terra, por si mesma, produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga. 29Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. 30E Jesus continuou: “Com que mais poderemos comparar o Reino de Deus? Que parábola usaremos para representá-lo? 31O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. 32Quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes, que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. 33Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. 34E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava tudo.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Pedro Nolasco
- por Pe. Alexandre
No século XII, uma família francesa teve a graça de ter como filho o pequeno Pedro Nolasco que, desde jovem, já dava sinais de sensibilidade com o sofrimento alheio. Foi crescendo, formando-se, entrou em seus estudos humanísticos e, ao término deles, numa vida de oração, penitência e caridade ativa, São Pedro Nolasco sempre buscou viver aquilo que está na Palavra de Deus.
Desde pequeno, um homem centrado no essencial, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo; um homem devoto da Santíssima Virgem.
No período de São Pedro Nolasco, muitos cristãos eram presos, feitos escravos por povos não-cristãos. Eles não só viviam uma outra religião – ou religião nenhuma –, como atrapalhavam os cristãos.
São Pedro Nolasco, tendo terminado os estudos humanísticos e ficando órfão, herdou uma grande herança. Ao ir para a Espanha, deparou-se com aquele sofrimento moral e também físico de muitos cristãos que foram presos e feitos escravos. Então, deu toda a sua herança para o resgate de 300 deles. Mais do que um ato de caridade, ali já estava nascendo uma nova ordem; um carisma estava surgindo para corresponder àquela necessidade da Igreja e dos cristãos. Mais tarde, fez o voto de castidade, de pobreza e obediência; foi quando nasceu a ordem dedicada à Santíssima Virgem das Mercês para resgatar os escravos, ir ao encontro daqueles filhos de Deus que estavam sofrendo incompreensões e perseguições.
Em 1256, ele partiu para a glória sabendo que ele, seus filhos espirituais e sua ordem – que foi abençoada pela Igreja e reconhecida pelo rei – já tinham resgatado muitos cristãos da escravidão.
Peçamos a intercessão deste santo para que estejamos atentos à vontade de Deus e ao que Ele quer fazer através de nós.
São Pedro Nolasco, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Como um grão de mostarda… (Mc 4,26-34)
Como de costume, Jesus dirige nosso olhar para algo concreto com a intenção de significar algo impalpável: o Reino dos céus. Já falou dos lírios dos campos, da erva que murcha, das aves dos céus, do fermento na massa. Agora, quer que passemos a contemplar a mínima semente: o grão de mostarda.
São João Crisóstomo [344-407 d.C.] comenta esta parábola: “Que há de maior que o Reino dos céus? Que há de menor que um grão de mostarda? Como pode Jesus comparar esse Reino infinito a um minúsculo grão de mostarda, que ocupa tão pequeno espaço? Entretanto, quando examinamos atentamente o Reino dos céus e o grão de mostarda, descobrimos quanto é justa e natural esta comparação.
O Reino dos céus, evidente, não é outra coisa senão o Cristo, pois ele diz de si mesmo: “Eis que o Reino de Deus está no meio de vós”. (Lc 17,21) Ora, nada é maior que Cristo em sua divindade, como nos ensina a palavra do profeta: “É ele o nosso Deus; nenhum outro lhe é comparável. Ele descobriu os caminhos do conhecimento e os confiou a Jacó, seu servidor, a Israel, seu bem-amado. Assim a Sabedoria apareceu sobre a terra e viveu entre os homens”. (Br 3,36-38)
Por outro lado, que há de mais pequenino que o Cristo em sua encarnação, quando se tornou menor que os anjos e os homens? Ouça-o da boca de Davi: “Que é o homem para que penses nele, o Filho do Homem, para que te ocupes dele? Tu o quiseste um pouco menor que os anjos”. (Sl 8,5-6) A interpretação que Paulo nos dá, mostra que se trata de Cristo: “Nós vemos Jesus colocado um pouco abaixo dos anjos por causa de sua paixão e morte”. (Hb 2,9)
Como acontece que Cristo seja ao mesmo tempo o Reino dos céus e o grão? Que seja ao mesmo tempo grande e pequeno em relação ao Reino? Vejam: sua misericórdia por aqueles que ele criou é tão grande, que ele se fez tudo para todos para os ganhar a todos. Por sua natureza, ele era Deus, como o é ainda e o será sempre. Ele tornou-se homem em vista de nossa salvação. “Que profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência de Deus! Suas decisões são insondáveis, impenetráveis os seus caminhos!” (Rm 11,33)
Ó grão, pelo qual o mundo foi feito, as trevas dispersadas, a Igreja renovada! Como é grande a força deste grão suspenso na cruz! Enquanto estava ali cravado, por uma simples palavra soltou do madeiro o ladrão para o mergulhar nas delícias do paraíso. De seu lado aberto pela lança, este grão deixou manar uma bebida de imortalidade para os sedentos. Semeado no jardim, este grão mergulhou suas raízes até os infernos; dali fez saírem as almas e, em três dias, conduziu-as ao céu.
Semeia este grão no jardim de tua alma…”
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