28 de Outubro de 2020

30a semana do tempo comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – SANTOS SIMÃO E JUDAS APÓSTOLOS
(vermelho, glória, pref. dos apóstolos – ofício da festa)

 

Antífona da entrada

 

– No seu amor inabalável, o Senhor escolheu como apóstolos Simão e Judas e lhes deu uma glória eterna.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que, pela pregação dos apóstolos, nos fizestes chegar ao conhecimento de vosso evangelho, concedei, pelas preces de são Simão e são Judas, que a vossa Igreja não cesse de crescer, acolhendo com amor novos fiéis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ef 2,19-22

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem mi­grantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornar­des morada de Deus pelo Espírito.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 19A,2-3.4-5 (R: 5a)

 

– Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.
R: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

– Os céus proclamam a glória do Senhor, e o firmamento, a obra de suas mãos; o dia ao dia transmite esta mensagem, a noite a noite publica esta notícia.

R: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

– Não são discursos nem frases ou palavras, nem são vozes que possam ser ouvidas; seu som ressoa e se espalha em toda a terra, chega aos confins do universo a sua voz.

R: Seu som ressoa e se espalha em toda a terra.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; vos louva, ó Senhor, o coro dos apóstolos! (Jo 17,17).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 6,12-19

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

12Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda em oração a Deus. 13Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14Simão, a quem impôs o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. 17Jesus desceu da montanha com eles e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus discípulos e grande multidão de gente de toda a Judeia e de Jerusalém, do litoral de Tiro e Sidônia. 18Vieram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus também foram curados. 19A multidão toda procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

São Simão e São Judas Tadeu

- por Pe. Alexandre

São Simão: Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa “zeloso”. Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia. Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.

Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos. Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

São Judas Tadeu: Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).

Temos uma epístola de Judas “irmão de Tiago”, que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente”. Orígenes achava esta epístola “cheia de força e de graça do céu”.

Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu. Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.

São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.

São Simão e São Judas Tadeu, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Escolheu doze… (Lc 6,12-19)

 

Jesus de Nazaré, o Filho de Deus que se encarnou nascendo de Mulher, sabia que sua missão devia ser estendida a todas as nações. Foi assim que ele – o enviado do Pai – decidiu escolher outros doze enviados, seus continuadores na missão de anunciar a mesma Boa Nova. Em Lc 4,18, fica bem claro que Jesus foi o primeiro “apóstolo”, isto é, o primeiro “enviado” com uma missão divina. Agora, é ele quem escolhe doze apóstolos.

 

Daí em diante, quem o visse cercado pelos Doze – o mesmo número das 12 tribos de Israel – poderia intuí-lo como o Messias prometido. Nomeados desde já para serem as futuras testemunhas da ressurreição do Senhor, os Doze são o primeiro núcleo de uma Igreja “apostólica”. O testemunho dela difere dos demais testemunhos, pois este é “canônico”. Esta primeira comunidade eclesial é a guardiã da Palavra, do Verbo que veio até nós.

 

Helmut Gollwitzer comenta: “É a Igreja, isto é, o grupo que toma forma, ordena-se, liga-se a um ministério preciso e uma autoridade concreta (trata-se de uma autoridade única, fundamental, intransmissível, conferida aos doze apóstolos nominalmente). Esta Igreja nasce da vontade criadora do próprio Jesus. Ela não se formou de repente, por uma espécie de processo de petrificação depois de ter perdido sua espontaneidade primitiva. Como Jesus criou o ministério dos apóstolos escutando as diretivas divinas, também nós devemos escutá-lo, permanecendo atentos à palavra dos apóstolos”.

 

Simão, o zelota, e Judas Tadeu, os apóstolos cuja memória a liturgia da Igreja celebra nesta data, são dois desses discípulos especiais, reconhecidos como as doze colunas da Igreja (cf. Gl 2,9) edificada sobre Cristo-Rocha. Todo o ensinamento e a pureza da doutrina do Evangelho são autenticados, ao longo dos séculos, pelo testemunho dos apóstolos. Se acaso brota alguma dúvida ou hesitação, é a eles que as comunidades recorrem, como se lê nos Atos dos Apóstolos (15,2-35).

 

Grupo visivelmente heterogêneo, os Doze não foram escolhidos por nenhum critério aparente de eficácia ou de habilidade humana, mas as escolhas de Deus se ocultam no mistério. Um André pescador, um Mateus cobrador de impostos, um Simão guerrilheiro (zelota!), todos eles foram mostrados a Jesus em sua oração noturna (cf. Lc 6,12-13). Mistério ainda maior é que Judas Iscariotes estivesse incluído na mesma lista…

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