26 de Novembro de 2020

34a semana do tempo comum Quinta-feira

- por Pe. Alexandre

QUINTA FEIRA – XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos que se voltam para ele (Sl 84,9).

 

Oração do dia

– Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ap 18,1-2.21-23; 19,1-3.9a

– Leitura do livro do Apocalipse de são João: Eu, João, 18,1vi outro anjo descendo do céu. Tinha grande poder, e a terra ficou toda iluminada com a sua glória. 2Ele gritou com voz poderosa: “Caiu! Caiu Babilônia, a grande! Tornou-se morada de demônios, abrigo de todos os espíritos maus, abrigo de aves impuras e nojentas. 21Nessa hora, um anjo poderoso levantou uma pedra do tamanho de uma grande pedra de moinho e atirou-a ao mar, dizendo: “Com esta força será lançada Babilônia, a Grande Cidade, e nunca mais será encontrada. 22E o canto de harpistas e músicos, de flautistas e tocadores de trombeta, em ti nunca mais se ouvirá; e nenhum artista de arte alguma em ti jamais se encontrará; e o canto do moinho em ti nunca mais se ouvirá; 23e a luz da lâmpada em ti nunca mais brilhará; e a voz do esposo e da esposa em ti nunca mais se ouvirá, porque os teus comerciantes eram os grandes da terra, e com magia tu enfeitiçaste todas as nações. 19,1Depois disso, ouvi um forte rumor, de uma grande multidão no céu, que clamava: “Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem a nosso Deus, 2porque seus julgamentos são verdadeiros e justos. Sim, Deus julgou a grande prostituta que corrompeu a terra com sua prostituição, e vingou nela o sangue dos seus servos”. 3E repetiram: “Aleluia! A fumaça dela fica subindo para toda a eternidade!” 9aE um anjo me disse: “Escreve: Felizes são os convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 100, 2-5 (R: Ap 19,9a)

 

– São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!
R: São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!

– Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!

R: São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!

– Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, Ele mesmo nos fez e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho.

R: São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!

– Entrai por suas portas dando graças, e em seus átrios com hinos de louvor; dai-lhe graças, seu nome bendizei!

R: São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!

– Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!

R: São bem-aventurados os que foram convidados para a Ceia Nupcial das bodas do Cordeiro!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!

(Lc 21,28).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,20-28

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 20“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na Judeia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. 23Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. 25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Leonardo de Porto Maurício

- por Pe. Alexandre

Lembramos hoje a santidade do sacerdote que, pela sua vida e missão, mereceu ser constituído pelo Papa Pio XI, como Patrono dos sacerdotes que, em qualquer parte da terra, se consagram às missões populares católicas.

São Leonardo, o grande missionário do século XVIII, como lhe chamou Santo Afonso Maria de Ligório, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, a 20 de dezembro de 1676. Aconteceu que Leonardo perdeu muito cedo sua mãe, tendo sido criado e educado pelo seu tio. Encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio, por isso, ao renunciar a si mesmo, foi para Roma formar-se no Colégio da Companhia de Jesus. Por causa da sua inocência e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que nele viam outro angélico Luís Gonzaga. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura, e com 26 anos já era Padre.

Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos. Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus na forma da adoração ao Jesus Eucarístico.

Foi, no século XVIII, o grande apóstolo do santo exercício da Via-Sacra. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que o célebre orador Bapherini, encanecido já no exercício da palavra, sendo enviado por Clemente XII a ouvir os sermões de Leonardo para depois o informar a este respeito, desempenhou-se da sua missão dizendo “que nunca ouvira pregador mais arrebatador, que o efeito de seus discursos era irresistível, que ele próprio não pudera reter as lágrimas”. São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Lisboa, de São Bernardino de Sena e de São João Capistrano.

O próprio Pontífice Bento XIV quis ouvir o famoso missionário, e para isso chamou-o a Roma, em 1749, a fim de preparar os fiéis para o Ano Santo. Depois de derramar-se por Deus e pelos outros, São Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tão desejava, mas deu toda sua vida no dia-a-dia até adoecer e entrar no Céu a 26 de novembro de 1751, no Convento de São Boaventura, em Roma, onde, 54 anos antes, se consagrara ao Senhor sob o burel de São Francisco. Não se limitou apenas à pregação o ilustre missionário de Porto Maurício; deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. Estes escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.

São Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

95. BENDIZEI TODOS O SENHOR

– Toda a natureza louva o Senhor. O Trium puerorum.

– Preparação e ação de graças da Missa.

– Jesus veio visitar-nos na Comunhão. Empregar todos os meios para recebê-lo bem.

I. ORVALHO E GEADAS, bendizei o Senhor. / Gelos e frios, bendizei o Senhor. / Luz e trevas, bendizei o Senhor…1

Uma das Leituras destes dias narra-nos diversas passagens do Livro de Daniel, e os Salmos responsoriais trazem-nos o belíssimo cântico chamado dos três jovens (Trium puerorum), utilizado na Igreja desde a antigüidade como hino de ação de graças, introduzido na Santa Missa, e depois fora dela, para fomentar a piedade dos fiéis2.

Quando os três jovens judeus foram condenados a morrer num forno ardente por se terem negado a adorar a estátua de ouro erigida pelo rei Nabucodonosor, oraram ao Deus de seus pais, ao Deus da Aliança, que manifestara a sua santidade e magnificência em tantos prodígios, e cantaram esse hino que soa “como uma chamada dirigida às criaturas para que proclamem a glória de Deus Criador”3; esta glória está sobretudo no próprio Deus; depois, mediante a obra da Criação, brota do próprio seio da Divindade e “de certo modo transfere-se para fora: para as criaturas do mundo visível e do mundo invisível, conforme o seu grau de perfeição”4.

O hino começa com um convite a todas as criaturas para que se dirijam ao Criador: Obras do Senhor, bendizei todas o Senhor; louvai-o e exaltai-o por todos os séculos. Os anjos do céu iniciam o louvor. Depois, os céus, onde está a chuva5, e todos os corpos celestes, o sol e a lua, as estrelas, as chuvas, os ventos, o fogo e o calor, os orvalhos e as geadas, os gelos e os frios, as neves, as noites e os dias, a luz e as trevas, os relâmpagos e as nuvens são convidados a louvar o Senhor. A terra com os seus montes e outeiros, as suas fontes, os seus mares e rios, os cetáceos e peixes e tudo o que se move nas águas; as aves do céu, os rebanhos e os animais selvagens, todos são instados a bendizer o Senhor.

O homem, rei da criação, aparece em último lugar, e nesta ordem: todos os homens em geral, o povo de Israel, os sacerdotes, os ministros do Senhor, o povo judeu, os justos, os santos e humildes de coração. Por último, os próprios jovens judeus fiéis ao Senhor (Ananias, Azarias e Misael) são chamados a cantar os louvores ao Criador6.

Para a ação de graças depois da Santa Missa, acrescentou-se há muito tempo a este cântico o Salmo 150, o último do Saltério, em que também se convocam todos os seres vivos para que bendigam o Senhor. Laudate Dominum in sanctis eius… Louvai o Senhor no seu santuário, louvai-o no seu augusto firmamento. Louvai-o pelas suas obras grandiosas, louvai-o pela sua excelsa majestade. Louvai-o com timbales e com danças, com instrumentos de corda e com o órgão, com címbalos… Tudo o que respira louve o Senhor.

A nossa vida cristã deve ser toda ela um vibrante cântico de louvor, cheio de adoração, ação de graças e entrega amorosa. Por isso, na ação de graças após a Comunhão, enquanto temos o Senhor do Céu e da terra no nosso coração, unimo-nos a todo o universo no seu pregão de agradecimento ao Criador.

II. TODA A NOSSA VIDA é um tempo de alegria e de louvor a Deus. Para darmos graças ao Senhor, especialmente depois de termos comungado, podemos unir-nos interiormente a todas as criaturas que, cada uma conforme o seu ser, manifestam o seu júbilo ao Senhor. “Temos que cantar desde agora – comenta Santo Agostinho –, porque o louvor a Deus será a nossa felicidade durante a eternidade e ninguém será apto para essa ocupação futura se não se exercitar louvando nas condições da vida presente. Cantemos o Aleluia, dizendo uns aos outros: louvai o Senhor; e assim preparamos o tempo do louvor que virá depois da ressurreição”7Louvai o Senhor…! Unimo-nos alegremente a todos os seres da terra, e aos santos, e “com os anjos e os arcanjos, e com todos os coros celestiais, cantamos sem cessar um hino à vossa glória…”8

Adoro-Vos com devoção, Deus escondido9, dizemos a Jesus na intimidade do nosso coração depois de termos comungado. Nesses momentos, temos de conter a nossa impaciência por chegar ao trabalho ou a casa, e permanecer recolhidos com Deus que nos visita. Não existe nada no mundo que seja mais importante do que prestar essa honra ao nosso Hóspede. Se formos generosos com o Senhor e passarmos sossegadamente na sua companhia esses dez minutos após a Comunhão, chegará um tempo – talvez já tenha chegado – em que esperaremos com impaciência a nova oportunidade de assistir à Santa Missa e de comungar. As pessoas que em todos os tempos estiveram perto de Deus esperaram com impaciência esse momento. Assim acontecia com o Beato Josemaría Escrivá: durante a manhã, agradecia a Missa que tinha celebrado e, de tarde, preparava a Missa do dia seguinte. E era tal o seu amor que, mesmo durante a noite, quando o seu sono se interrompia, o seu pensamento se dirigia para a Santa Missa que ia celebrar no dia seguinte e, com o pensamento, o desejo de glorificar a Deus através daquele Sacrifício único. Assim o trabalho e os sacrifícios, as jaculatórias e as comunhões espirituais, os pormenores de caridade ao longo da jornada convertiam-se em preparação ou obséquio de ação de graças10.

Examinemos hoje com que amor assistimos à Santa Missa e que atenção e esmero pomos nesses minutos em que estamos a sós com o Senhor. É uma delicadeza que nunca devemos deixar de ter com Ele.

III. O EVANGELHO DA MISSA11 recorda-nos a vinda gloriosa de Cristo no fim dos tempos: E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas, e na terra consternação dos povos pela confusão do bramido do mar e das ondas, mirrando-se os homens de susto na expectativa do que virá sobre todo o mundo; porque as virtudes do céu se abalarão. E então verão o Filho do homem vir sobre uma nuvem com grande poder e majestade.

Agora, na Comunhão, o próprio Filho do homem chega ao nosso coração para nos fortalecer e cumular de paz. Vem como o Amigo há tanto tempo esperado. E temos que recebê-lo como o fizeram os seus amigos: com a atenção de Maria de Betânia, com a alegria com que Zaqueu o acolheu em sua casa… “Parece que esse é o modo adequado de proceder: se recebemos a visita de um amigo, de um convidado, atendemo-lo, isto é, conversamos com ele, acompanhamo-lo. Não o deixamos na sala de visitas com um jornal na mão, para que se vá entretendo até que nos convenha atendê-lo. Sem dúvida, seria de muito má educação. E se a pessoa que nos visita fosse tão importante que o simples fato de vir a nossa casa representasse uma honra muito além da nossa condição e mérito, então a desatenção não seria apenas uma falta de educação, mas uma grosseria inqualificável”12.

Temos que tratar bem Jesus, que deseja tanto visitar-nos na nossa pobre casa. “E Sua Majestade não costuma pagar mal a hospedagem, se o atendemos bem”13. É uma boa ocasião de unir-nos a toda a Criação para louvar e dar graças ao Criador que, humilde, permanece sacramentalmente no nosso coração durante esses minutos.

A Igreja, sempre boa Mãe, aconselhou aos seus filhos umas orações que têm alimentado a piedade de tantos cristãos e que nos podem também ajudar a dirigir-nos a Jesus, especialmente quando nos sentimos pobres de palavras: o hino Adoro te devote, o Trium puerorum, a Oração a Jesus Crucificado, as Invocações ao Santíssimo Redentor… Se ao comungar, procuramos ter à mão algum devocionário ou um Missal dos fiéis, disporemos de uma boa ajuda para aproveitar esse tempo que tanto irá influir em todo o nosso dia. Muitas vezes, a jornada depende desses minutos junto de Jesus Sacramentado.

Não deixemos de empregar todos os meios ao nosso alcance para melhorarmos as nossas disposições antes e depois de comungar. Qualquer esforço que ponhamos é sempre amplamente recompensado.

“Quando receberes o Senhor na Eucaristia, agradece-lhe com todas as veras da tua alma essa bondade de estar contigo.

“– Não te detiveste a considerar que passaram séculos e séculos, até que viesse o Messias? Os patriarcas e os profetas pediam, com todo o povo de Israel: – A terra tem sede, Senhor, vem!

“– Oxalá seja assim a tua espera de amor”14.

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