25 de Outubro de 2021
30a semana do tempo comum Segunda-feira
- por Pe. Alexandre
SEGUNDA FEIRA – SANTO ANTÔNIO GALVÃO – PRESBÍTERO
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona da entrada
– Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência e sabedoria (Jr 3,15).
Oração do dia
– Ó Deus, Pai de misericórdia, que fizestes do santo Antônio de Santana Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Rm 8, 12-17
– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos – 12Irmãos, temos uma dívida, mas não para com a carne, para vivermos segundo a carne. 13Pois, se viverdes segundo a carne, morrereis, mas se, pelo espírito, matardes o procedimento carnal, então vivereis. 14Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá – Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros – herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo –; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 68, 2.4.6-7ab.20-21 (R: 21a)
– Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
– Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! Mas os justos se alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!
R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
– Dos órfãos ele é pai, das viúvas, protetor; é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.
R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
– Bendito seja Deus, bendito seja cada dia, o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos! Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador; o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!
R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vossa Palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13, 10-17
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. 14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”. 15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que Satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santo Antônio de Sant'Anna Galvão
- por Pe. Alexandre
Conhecido como “o homem da paz e da caridade”, Antônio de Sant’Anna Galvão, popularmente conhecido como Frei Galvão, nasceu no dia 10 de maio de 1739 na cidade de Guaratinguetá (SP).
Filho de Antônio Galvão, português natural da cidade de Faro em Portugal, e de Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, em São Paulo. O ambiente familiar era profundamente religioso. Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política.
O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio, com a idade de 13 anos, à Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas.
Em 1760, ingressou no noviciado da Província Franciscana da Imaculada Conceição, no Convento de São Boaventura do Macacu, na Capitania do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote no dia 11 de julho de 1762, sendo transferido para o Convento de São Francisco em São Paulo.
Em 1774, fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.
Cheio do espírito da caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Por isso o povo a ele recorria em suas necessidades. A caridade de Frei Galvão brilhou, sobretudo, como fundador do mosteiro da Luz, pelo carinho com que formou as religiosas e pelo que deixou nos estatutos do então recolhimento da Luz. São páginas que tratam da espiritualidade, mas em particular da caridade de como devem ser vivida a vida religiosa e tratadas as pessoas de dentro e de fora do “recolhimento”.
Às 10 horas do dia 23 de dezembro de 1822, no Mosteiro da Luz de São Paulo, havendo recebido todos os sacramentos, adormeceu santamente no Senhor, contando com seus quase 84 anos de idade. Foi sepultado na Capela-Mor da Igreja do Mosteiro da Luz, e sua sepultura ainda hoje continua sendo visitada pelos fiéis.
Sobre a lápide do sepulcro de Frei Galvão está escrito para eterna memória: “Aqui jaz Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, ínclito fundador e reitor desta casa religiosa, que tendo sua alma sempre em suas mãos, placidamente faleceu no Senhor no dia 23 de dezembro do ano de 1822”. Sob o olhar de sua Rainha, a Virgem Imaculada, sob a luz que ilumina o tabernáculo, repousa o corpo do escravo de Maria e do Sacerdote de Cristo, a continuar, ainda depois da morte, a residir na casa de sua Senhora ao lado de seu Senhor Sacramentado.
Frei Galvão é o religioso cujo coração é de Deus, mas as mãos e os pés são dos irmãos. Toda a sua pessoa era caridade, delicadeza e bondade: testemunhou a doçura de Deus entre os homens. Era o homem da paz, e como encontramos no Registro dos Religiosos Brasileiros: “O seu nome é em São Paulo, mais que em qualquer outro lugar, ouvido com grande confiança e não uma só vez, de lugares remotos, muitas pessoas o vinham procurar nas suas necessidades”.
O dia 25 de outubro, dia oficial do santo, foi estabelecido, na Liturgia, pelo saudoso Papa João Paulo II, na ocasião da beatificação de Frei Galvão em 1998 em Roma. Com a canonização do primeiro santo que nasceu, viveu e morreu no Brasil, a 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI manteve a data de 25 de outubro.
Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Incapaz de olhar para cima… (Lc 13,10-17)
Mais uma vez, Jesus realiza uma cura física em pleno dia de sábado, o único dia da semana judaica que proibia trabalhos braçais, como… a medicina! Sim, lembrar que a palavra “cirurgia” [do grego cheiro = mão; urgia = trabalho] significa “trabalho manual”. O trabalho dos médicos daquele tempo era considerado trabalho braçal.
Seu ato de compaixão gera de imediato a crítica e a reprovação do chefe da sinagoga. Prontamente, Jesus lembra aos presentes que um boi ou um burro caído na vala – mesmo em dia de sábado! – seria logo retirado do buraco. Natural, ouvindo Jesus, o povo se divertia com a “saia justa” de suas lideranças religiosas…
Vejam bem: o boi não pode esperar; o jumento não pode esperar; a mulher podia esperar… É assim que Jesus de Nazaré desmascara os preceitos e preconceitos dominantes na sociedade humana. É que deixar na vala um animal até o dia seguinte poderia causar prejuízos materiais. Já essa infeliz aleijada, tanto faz…
Mas eu vejo um traço de união entre as três personagens deste Evangelho: o boi só olha para baixo; o burro só olha para baixo; a entrevada não podia olhar pra cima. Ao curar aquela mulher, no entanto, Jesus permite que ela volte a olhar para o céu.
Não é este o grande problema de nosso tempo? A multidão não olha mais para cima. Nada se espera do céu (e “céu” é a palavra que usamos para não gastar o nome santo de Deus). Nossas expectativas estão ao nível do chão. Estamos todos olhando “para baixo”: a cotação do dólar, o preço do tomate, o aumento do salário, a rentabilidade da poupança, o aumento das vendas, os índices de audiência, o número de dizimistas…
Olhar para o céu significa “esperar de Deus”. Esperar da Graça. Esperar daquele que faz chover sobre justos e injustos (cf. Mt 5,45), independentemente de seus méritos. Esperar como o povo simples que repete a frase de Abraão: “Deus proverá”. (Gn 22,8)
Contemplo a multidão que desce as escadas, ao final da missa de domingo. Estarão felizes? Voltam para casa cheios de esperança? Ouviram mais uma vez que podem olhar para o céu e terão suas necessidades atendidas por um Deus que é Pai?
Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossa plataforma e em serviços de terceiros parceiros. Ao navegar pelo nosso site, você nos autoriza a coletar tais informações e utilizá-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade.