25 de Janeiro de 2020
2a Semana Comum -Sábado
- por Padre Alexandre Fernandes
SABADO – CONVERSÃO DE SÃO PAULO
(branco, glória, creio, prefácio dos apóstolos – ofício da festa)
Antífona da entrada
– Sei em quem acreditei; e estou certo de que o justo juiz conservará a minha fé até o dia de sua vinda (2Tm 1,12; 4,8).
Oração do dia
– Ó Deus, que instruístes o mundo inteiro pela pregação do apóstolo são Paulo, dai-nos, ao celebrar hoje a sua conversão, caminhar para vós seguindo seus exemplos e ser, no mundo, testemunhas do evangelho. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: At 22, 3-16
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, Paulo disse ao povo: 3"Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. 4Persegui até à morte os que seguiam este Caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. 5Disso são minhas testemunhas o Sumo Sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá, a fim de prender todos os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados.
6Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. 7Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 8Eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ele me respondeu: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo.9 Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. 10Então perguntei: Que devo fazer, Senhor? O Senhor me respondeu: Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer. 11Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pela mão dos meus companheiros. 12Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, 13veio encontrar-me e disse: Saulo, meu irmão, recupera a vista! No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. 14Ele, então, me disse: O Deus de nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. 15Porque tu serás a sua testemunha diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. 16E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!"
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: 117, 1.2 (R: Mc 16,15)
– Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
– Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o!
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
– Pois comprovado é o seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 16, 15-18.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, Jesus se manifestou aos discípulos 15 e disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. 16Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. 17Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, 18manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Conversão de São Paulo, o apóstolo dos gentios
- por Padre Alexandre Fernandes
São Paulo, buscava identificar cristãos, prendê-los e acabar com o Cristianismo
O apóstolo dos gentios e das nações nasceu em Tarso. Da tribo de Benjamim, era judeu de nação. Tarso era mais do que uma colônia de Roma, era um município. Logo, ele recebeu também o título de cidadão romano. O seu pai pertencia à seita dos fariseus. Foi neste ambiente, em meio a tantos títulos e adversidades, que ele foi crescendo e buscando a Palavra de Deus.
Combatente dos vícios, foi um homem fiel a Deus. Paulo de Tarso foi estudar na escola de Gamaliel, em Jerusalém, para aprofundar-se no conhecimento da lei, buscando colocá-la em prática. Nessa época, conheceu o Cristianismo, que era tido como um seita na época. Tornou-se, então, um grande inimigo dessa religião e dos seguidores desta. Tanto que a Palavra de Deus testemunha que, na morte de Santo Estevão, primeiro mártir da Igreja, ele fez questão de segurar as capas daqueles que o [Santo Estevão] apedrejam, como uma atitude de aprovação. Autorizado, buscava identificar cristãos, prendê-los, enfim, acabar com o Cristianismo. O intrigante é que ele pensava estar agradando a Deus. Ele fazia seu trabalho por zelo, mas de maneira violenta, sem discernimento. Era um fariseu que buscava a verdade, mas fechado à Verdade Encarnada. Mas Nosso Senhor veio para salvar todos.
Encontramos, no capítulo 9 dos Atos dos Apóstolos, o testemunho: “Enquanto isso, Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao príncipe dos sacerdotes e pediu-lhes cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos, a Jerusalém, todos os homens e mulheres que seguissem essa doutrina. Durante a viagem, estando já em Damasco, subitamente o cercou uma luz resplandecente vinda do céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’. Saulo então diz: ‘Quem és, Senhor?’. Respondeu Ele: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro te é recalcitrar contra o aguilhão’. Trêmulo e atônito, disse Saulo: ‘Senhor, que queres que eu faça?’ respondeu-lhe o Senhor: ‘Levanta-te, entra na cidade, aí te será dito o que deves fazer'”.
O interessante é que o batismo de Saulo é apresentado por Ananias, um cristão comum, mas dócil ao Espírito Santo.
Hoje estamos comemorando o testemunho de conversão de São Paulo. Sua primeira pregação foi feita em Damasco. Muitos não acreditaram em sua mudança, mas ele perseverou e se abriu à vontade de Deus, por isso se tornou um grande apóstolo da Igreja, modelo de todos os cristãos.
São Paulo de Tarso, rogai por nós!
Meditação
- por Padre Alexandre Fernandes
A toda criatura… (Mc 16,15-18)
Os discípulos de Jesus são portadores de uma Boa Notícia. Aliás, este é exatamente o sentido da palavra “Evangelho” [do grego eu + aggélion]. Esta boa nova fala do acesso a Deus, cuja misericórdia tornou possível, e do perdão oferecido a todos os pecadores.
Ainda presos à mentalidade da Primeira Aliança, os primeiros cristãos precisaram de uma mudança de mentalidade – uma “conversão” – até compreenderem que a Notícia não se dirigia exclusivamente ao povo escolhido do Antigo Testamento. Episódio clássico a este respeito foi a experiência de Pedro, primeiramente com a visão da toalha (cf. At 10,11ss) e, logo em seguida, a visita à casa do centurião romano (cf. At 10,23bss). Ao presenciar o derramamento do Espírito Santo sobre os pagãos, Pedro veria cair as últimas defesas a esse respeito.
Paulo teve noção clara sobre a universalidade do anúncio do Evangelho, motivo de suas viagens, desde a Ásia Menor até Roma. Ao final do Concílio de Jerusalém, o apóstolo declara que vai dirigir-se aos pagãos, “pois esta é a ordem que o Senhor nos deu: ‘Eu te constituí como luz das nações, para levares a salvação até os confins da terra’”. (At 13,47)
Desde então, a Igreja tem consciência de ser missionária. E mais: se uma comunidade cristã não chega a ser missionária, mas permanece confinada em suas paredes, ela não cumpre integralmente a missão que lhe foi entregue pelo Senhor.
Na introdução da Encíclica “Redemptoris Missio” [1990], o Papa João Paulo II reconhecia: “A missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento. No termo do segundo milênio, após a Sua vinda, uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo, e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço. […] O Concílio Vaticano II pretendeu renovar a vida e a atividade da Igreja, de acordo com as necessidades do mundo contemporâneo: assim sublinhou o seu caráter missionário, fundamentando-o dinamicamente na própria missão trinitária. O impulso missionário pertence, pois, à natureza íntima da vida cristã, e inspira também o ecumenismo: ‘que todos sejam um […] para que o mundo creia que Tu Me enviaste’. (Jo17,21)” (RM,1)
Uma Igreja fechada em si mesma é uma Igreja morta.
Orai sem cessar: “O que ouvi do Senhor, isso vos anunciei!” (Is 21,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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