24 de Junho de 2020

12a Semana comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

 QUARTA FEIRA – NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA
(Branco, glória, creio, pref. próprio – ofício da solenidade)

 

Antífona da entrada

– Houve um homem enviado por Deus: o seu nome era João. Veio dar testemunho da luz e preparar para o Senhor um povo bem disposto a recebê-lo. (Jo 1,6; Lc1,17)

 

Oração do dia

– Ó Deus, que suscitastes são João batista a fim de preparar para o Senhor um povo perfeito, concedei à vossa Igreja as alegrias espirituais e dirigi nossos passos no caminho da salvação e da paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 49,1-6

– Leitura do livro do profeta Isaías: 1Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; 2fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim flecha aguçada, escondida em sua aljava, 3e disse-me: “Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”. 4E eu disse: “Trabalhei em vão, gastei minhas forças sem fruto, inutilmente; entretanto o Senhor me fará justiça e o meu Deus me dará recompensa”. 5E agora diz-me o Senhor – ele que me preparou desde o nascimento para ser seu Servo – que eu recupere Jacó para ele e faça Israel unir-se a ele; aos olhos do Senhor esta é a minha glória. 6Disse ele: “Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue até aos confins da terra”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 139,1-3.13-14ab.14c-15 (R: 14a)

 

– Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

– Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto; de longe pe­netrais meus pensamentos; percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos.

R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

– Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me for­mastes!

R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

– Até o mais íntimo, Senhor, me conheceis; nem uma sequer de minhas fibras ignoráveis, quando eu era modelado ocultamente, era formado nas entranhas subterrâneas.

R: Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!

2ª Leitura: At 13,22-26

Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, Paulo disse: 22“Deus fez surgir Davi como rei e assim testemunhou a seu respeito: ‘Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que vai fazer em tudo a minha vontade’. 23Conforme prometera, da descendência de Davi Deus fez surgir para Israel um Salvador, que é Jesus.  24Antes que ele chegasse, João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel. 25Estando para terminar sua missão, João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja! Mas vede: depois de mim vem aquele, do qual nem mereço desamarrar as sandálias’. 26Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação”.

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

– Serás chamado, ó, menino, o profeta do Altíssimo: irás diante do Senhor, preparando-lhe os caminhos (Lc 1,76).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: 1,57-66.80

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

57Completou-se o tempo da gravidez de Isabel, e ela deu à luz um filho. 58Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido misericordioso para com Isabel, e alegraram-se com ela. 59No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60A mãe, porém disse: “Não! Ele vai chamar-se João”. 61Os outros disseram: “Não existe nenhum parente teu com esse nome!” 62Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram admirados. 64No mesmo instante, a boca de Za­carias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia espalhou-se por toda a região montanhosa da Ju­deia. 66E todos os que ouviam a notícia ficavam pensando: “Quem virá a ser este menino? De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80E o menino crescia e se fortalecia em espírito. Ele vivia nos lugares desertos, até o dia em que se apresentou publicamente a Israel.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Solenidade do Nascimento de João Batista

- por Pe. Alexandre

Com muita alegria, a Igreja, solenemente, celebra o nascimento de São João Batista. Santo que, juntamente com a Santíssima Virgem Maria, é o único a ter o aniversário natalício recordado pela liturgia.

São João Batista nasceu seis meses antes de Jesus Cristo, seu primo, e foi um anjo quem revelou seu nome ao seu pai, Zacarias, que há muitos anos rezava com sua esposa para terem um filho. Estudiosos mostram que possivelmente depois de idade adequada, João teria participado da vida monástica de uma comunidade rigorista, na qual, à beira do Rio Jordão ou Mar Morto, vivia em profunda penitência e oração.

Pode-se chegar a essa conclusão a partir do texto de Mateus: “João usava um traje de pêlo de camelo, com um cinto de couro à volta dos rins; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre”. O que o tornou tão importante para a história do Cristianismo é que, além de ser o último profeta a anunciar o Messias, foi ele quem preparou o caminho do Senhor com pregações conclamando os fiéis à mudança de vida e ao batismo de penitência (por isso “Batista”).

Como nos ensinam as Sagradas Escrituras: “Eu vos batizo na água, em vista da conversão; mas aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu: eu não sou digno de tirar-lhe as sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo” (Mateus 3,11).

Os Evangelhos nos revelam a inauguração da missão salvífica de Jesus a partir do batismo recebido pelas mãos do precursor João e da manifestação da Trindade Santa. São João, ao reconhecer e apresentar Jesus como o Cristo, continuou sua missão em sentido descendente, a fim de que somente o Messias aparecesse.

Grande anunciador do Reino e denunciador dos pecados, ele foi preso por não concordar com as atitudes pecaminosas de Herodes, acabando decapitado devido ao ódio de Herodíades, que fora esposa do irmão deste [Herodes], com a qual este vivia pecaminosamente.

O grande santo morreu na santidade e reconhecido pelo próprio Cristo: “Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João , o Batista” (Mateus 11,11).

São João Batista, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Irás à frente do Senhor… (Lc 1,57-66.80)

            Em tempos de guerra, envia-se um pequeno grupo à frente do exército para examinar o terreno e preparar o avanço da tropa. Quando uma expedição desbravava território desconhecido, era tarefa de um “batedor” caminhar à frente para avaliar os riscos e escolher o melhor caminho. É assim com João Batista, de quem Jesus afirmou: “não apareceu ninguém maior que ele entre os nascidos de mulher” (Mt 11,11).

Quando Jesus de Nazaré se preparava para iniciar sua vida pública e assumir a missão de anunciar a Boa Nova do Reino, já corria à sua frente o homem criado no deserto, clamando à multidão que acorria ao Jordão: – “Convertei-vos, porque o Reino de Deus está próximo!” (Mt 3,2)

Para o evangelista Mateus, referia-se à pessoa de João Batista o anúncio feito por Isaías 40,3: “Grita uma voz: ‘No deserto abri caminho para o Senhor! No ermo rasgai a estrada para o nosso Deus!’” Desde então, João Batista se mostra como o “precursor” do Messias, como aquele que corre na frente para preparar o caminho do Senhor.

Ao menos de passagem, será útil contrastar a figura de João Batista com modernos pregadores e astros religiosos da TV que pretendem preparar o caminho para Jesus no meio do povo. João busca o silêncio e o retiro do deserto; vive uma vida sóbria e ascética; não foge de denunciar os crimes dos poderosos; e acima de tudo, cumpre sua tarefa e desaparece dos palcos deste mundo, sem esperar por aplausos e recompensas.

É preciso, porém, considerar outro aspecto – este, mais diretamente ligado à liturgia de hoje. Trata-se da evidência de que Deus age diretamente na escolha de seus enviados. O caso de João Batista parece extremo, pois ele nasce de uma mulher estéril, o que aponta para uma intervenção direta do Senhor.

Mas não será exagero ampliar esta visão em relação a cada pessoa que vem a este mundo. Cada criança que nasce não é apenas um número a mais nas estatísticas da demografia. A criança que foi gerada corresponde a um chamado do Criador, que a ela atribui algum tipo de missão para o bem da humanidade. Para o cristão, esta compreensão impede ver no indivíduo apenas um eventual figurante do drama humano. E, muito menos, um amontoado de células que possa ser descartado ou reduzido a algum tipo de cobaia.

Como João Batista, somos portadores de uma missão divina…

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