22 de Janeiro de 2021

Segunda semana do tempo Comum- Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA II SEMANA COMUM.
(verde, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo!  (Sl 65, 4).

 

Oração do dia

– Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a nossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 8,6-13

– Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 6agora, Cristo possui um ministério superior. Pois ele é o mediador de uma aliança bem melhor, baseada em promessas melhores. 7De fato, se a primeira aliança fosse sem defeito, não se procuraria estabelecer uma segunda. 8Com efeito, Deus adverte: “Dias virão, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança. 9Não como a aliança que eu fiz com os seus pais, no dia em que os conduzi pela mão para fazê-los sair da terra do Egito. Pois eles não permaneceram fiéis à minha aliança; por isso, me desinteressei deles, diz o Senhor. 10Eis a aliança que estabelecerei com o povo de Israel, depois daqueles dias – diz o Senhor: porei minhas leis na sua mente e as gravarei no seu coração, e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. 11Ninguém mais ensinará o seu próximo, e nem o seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor!’ Porque todos me conhecerão, desde o menor até o maior. 12Porque terei misericórdia das suas faltas, e não me lembrarei mais dos seus pecados”. 13Assim, ao falar de nova aliança, declarou velha a primeira. Ora, o que envelhece e se torna antiquado está prestes a desaparecer.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 85,8.10.11-12.13-14 (R: 11a)

 

– A verdade e o amor se encontrarão.
R: A verdade e o amor se encontrarão.

– Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, concedei-nos também vossa salvação! Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.

R: A verdade e o amor se encontrarão.

– A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.

R: A verdade e o amor se encontrarão.

– O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

R: A verdade e o amor se encontrarão.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 3, 13-19

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!  


– Naquele tempo, 13Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. 14Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar, 15com autoridade para expulsar os demônios. 16Designou, pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; 17Tiago e João, filhos de Ze­bedeu, aos quais deu o nome de Boanerges, que quer dizer “Filhos do trovão”; 18André, Filipe, Bartolo­meu, Mateus, To­mé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, 19e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

São Vicente

- por Pe. Alexandre

Um santo amado e citado por muitos santos, como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Prudêncio e outros que trouxeram à tona o testemunho desse grande diácono e mártir da Igreja.

Nasceu na Espanha, em Huesca, no século terceiro. De uma família muito distinta e conhecida por todos, ele escolheu ser cristão e, assim, viver a santidade.

Vicente viveu num período muito difícil da Igreja. Um tempo em que Diocleciano e Maximiano – imperadores –, começaram a perseguir os cristãos e forçar muitos a se declararem a favor dos deuses; caso contrário, seriam martirizados. O santo de hoje foi um dos que fez a opção por Jesus.

Ele era um grande pregador da Palavra, mais do que isso, buscava viver a Palavra que pregava, esta que é, antes de tudo, Cristo Jesus, o Santo dos Santos, o nosso modelo, o nosso Senhor e Salvador. Diante das ameaças do governador Darciano, ele não recusou a se dizer cristão e fiel ao Senhor.

Os tormentos o perseguiram. Foi um martírio lento, sempre com o objetivo de vencê-lo para que Darciano se desse como herói diante do Cristianismo, mas também com o objetivo de levar São Vicente a renunciar a própria fé, a sacrificar aos deuses. Fiel a Deus e sustentado pela oração, diante de si ele tinha o seu grande amor: Deus. Sendo assim, ele for martirizado aos poucos, até mesmo levado à grelha, tendo seu corpo dilacerado, jogado numa prisão e, por fim, Darciano deixou-o num leito pedindo que cuidassem dele. Ali, sim, ele foi visitado por outros cristãos e entregou-se a Deus.

São Vicente tornou-se modelo para todos os cristãos e também padroeiro principal do patriarcado de Lisboa e também da diocese de Faro.

São Vicente, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

14. VOCAÇÃO PARA A SANTIDADE

– Vocação dosDoze. Deus é quem chama e quem dá as graças para perseverar.

– No cumprimento da sua vocação, o homem dá glória a Deus e encontra a grandeza da sua vida.

– Fiéis à chamada pessoal que recebemos de Deus.

I. DEPOIS DE UMA NOITE em oração1, Jesus escolheu os doze Apóstolos para que o acompanhassem ao longo da sua vida pública e depois continuassem a sua missão na terra. Os Evangelistas deixaram-nos consignados os seus nomes e hoje os recordamos na leitura do Evangelho da Missa2. Havia vários meses que, juntamente com outros discípulos, seguiam o Mestre pelos caminhos da Palestina, dispostos a uma entrega sem limites. E agora são objeto de uma predileção muito particular.

Ao escolhê-los, Cristo estabelece os alicerces da sua Igreja: estes doze homens hão de ser como que os doze Patriarcas do novo Povo de Deus, a sua Igreja: um Povo que há de formar-se não pela descendência segundo a carne, como acontecera com Israel, mas por uma descendência espiritual. Por que chegaram os Apóstolos a gozar de um favor tão grande da parte de Deus? Por que precisamente eles e não outros?

A pergunta não faz sentido. Simplesmente, foram chamados pelo Senhor. E foi nessa libérrima escolha de Cristo – chamou os que quis – que radicou a honra e a essência da vocação que receberam. Não fostes vós que me escolhestes – dir-lhes-á mais tarde –, mas eu que vos escolhi3.

A escolha é sempre coisa de Deus. Os Apóstolos não se distinguiam pelo seu saber, poder ou importância; eram homens normais e correntes, mas foram escolhidos por Deus.

Cristo escolhe os seus colaboradores, e esse chamamento é o único título que eles possuem. São Paulo, por exemplo, para sublinhar a autoridade com que ensina e admoesta os fiéis, começa com freqüência as suas Epístolas com estas palavras: Paulo, pela vontade de Deus Apóstolo de Cristo Jesus, para anunciar a promessa de vida em Cristo Jesus4. Chamado e escolhido não pelos homens nem por intermédio de algum homem, mas por Jesus Cristo e Deus Pai5. Em todo o seu discurso está presente esta realidade: a escolha divina.

Jesus chama com autoridade e ternura, tal como Javé tinha chamado os seus profetas e enviados: Moisés, Samuel, Isaías… Nunca os chamados mereceram de forma alguma, nem pela sua boa conduta, nem pelas suas condições pessoais, a vocação para a qual foram escolhidos. São Paulo sublinha-o explicitamente: Chamou-nos com uma vocação santa, não por causa das nossas obras, mas em virtude do seu desígnio6. Mais ainda, Deus costuma escolher, para o seu serviço e para as suas obras, pessoas com virtudes e qualidades desproporcionadamente pequenas para aquilo que realizarão com a ajuda divina. Considerai o vosso chamamento, pois não há entre vós muitos sábios segundo a carne7.

O Senhor também nos chama para que continuemos a sua obra redentora no mundo, e as nossas fraquezas não nos podem surpreender e muito menos desanimar, como também não nos há de assustar a desproporção entre as nossas condições pessoais e a tarefa que Deus põe diante de nós. Ele sempre dá o incremento; apenas nos pede a nossa boa vontade e a pequena ajuda que as nossas mãos lhe podem prestar.

II. CHAMOU OS QUE QUIS. A vocação é sempre e em primeiro lugar uma escolha divina, sejam quais forem as circunstâncias que tenham acompanhado o momento em que se aceitou essa escolha. Por isso, uma vez recebida, não tem cabimento discuti-la com raciocínios humanos, que sempre são pobres e curtos. O Senhor sempre dá as graças necessárias para perseverar, pois, como ensina São Tomás, quando Deus escolhe determinadas pessoas para uma missão, prepara-as e cuida de que sejam idôneas para que possam levar a cabo aquilo para que foram escolhidas8.

No cumprimento dessa missão, o homem descobre a grandeza da sua vida, “porque a chamada divina e, em última análise, a revelação que Deus faz do seu ser é, simultaneamente, uma palavra que revela o sentido e o ser da vida do homem. É na escuta e na aceitação da palavra divina que o homem chega a compreender-se a si próprio e a adquirir, portanto, uma coerência no seu ser […]. Por isso o comportamento mais forte perante mim mesmo, a mais completa honestidade e coerência com o meu próprio ser acontecem no meu compromisso perante esse Deus que me chama”9.

O Senhor também hoje chama os seus apóstolos para que estejam com Ele, pela recepção dos sacramentos e pela vida de oração, pela santidade pessoal, e para serem enviados a pregar, mediante uma presença apostólica ativa em todos os ambientes. E, ainda que o Mestre faça algumas chamadas específicas, a vida cristã de qualquer fiel, mesmo a mais normal e corrente, implica uma vocação singular: a de seguir o Senhor com uma nova vida cuja chave Ele possui: Se alguém quiser vir após mim…10 “Todos os fiéis de qualquer estado e condição de vida estão chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”, diz o Concílio Vaticano II11.

Esta plenitude de vida cristã pede a heroicidade das virtudes. O Senhor nos quer santos, no sentido estrito dessa palavra, no meio das nossas ocupações, com uma santidade alegre, atraente. Ele nos dá a força e as ajudas necessárias para isso.

Saibamos dizer a Jesus muitas vezes que Ele pode contar conosco, com a nossa boa vontade em segui-lo no lugar em que estamos, e sem estabelecer-lhe limites ou condições.

III. A DESCOBERTA DA VOCAÇÃO pessoal é o momento mais importante de toda a vida. Da resposta fiel a essa chamada divina dependem a felicidade própria e a de muitos outros. Deus cria-nos, prepara-nos e chama-nos em função de um desígnio eterno. “Se hoje em dia tantos cristãos vivem à deriva, com pouca profundidade e limitados por horizontes pequenos, isso se deve sobretudo à falta de uma consciência clara da sua própria razão de ser e de existir […]. O que eleva o homem, o que realmente lhe confere uma personalidade, é a consciência da sua vocação, a consciência da sua tarefa concreta. Isso é o que enche uma vida de conteúdo”12.

A decisão inicial de seguir o Senhor é, porém, a base de muitas outras chamadas ao longo da vida. A fidelidade realiza-se dia após dia, normalmente em coisas que parecem de pouca importância, nos pequenos deveres cotidianos, no cuidado em afastar tudo aquilo que possa ferir o que é a essência da própria vida. Não basta preservar a vocação; é preciso renová-la, reafirmá-la constantemente: quando parece fácil e nos momentos em que tudo custa; quando os ataques do mundo, do demônio e da carne se manifestam em toda a sua violência.

Teremos sempre a ajuda necessária para sermos fiéis. Quanto mais dificuldades, mais graças. E com a luta ascética bem determinada – com um exame particular bem concreto –, o amor cresce e se robustece com o passar do tempo; e a entrega, afastada toda a rotina, torna-se mais consciente, mais madura. “Não se trata de um crescimento de tipo quantitativo, como o de um montão de trigo, mas de um crescimento qualitativo, como o do calor que se torna mais intenso, ou como o da ciência que, sem chegar a novas conclusões, se torna mais penetrante, mais profunda, mais unificada, mais certa. Assim, pela caridade tendemos a amar mais perfeitamente, de modo mais puro, mais intimamente, a Deus acima de tudo, e ao próximo e a nós mesmos para que glorifiquemos a Deus neste tempo e na eternidade”13. É esse o crescimento que o Senhor nos pede.

Esforçar-se por crescer em santidade, em amor a Cristo e a todos os homens por Cristo, é assegurar a fidelidade e conseqüentemente uma vida plena de sentido, de amor e de alegria. São Paulo servia-se de uma comparação tirada das corridas no estádio para explicar que a luta ascética do cristão deve ser alegre, como um autêntico esporte sobrenatural. E ao considerar que não tinha atingido a perfeição, dizia que lutava por alcançar o que fora prometido: Uma só coisa é a que busco: lançar-me em direção ao que tenho pela frente, correr para a meta, para alcançar o prêmio a que Deus nos chama das alturas14.

Desde que Cristo irrompeu na sua vida na estrada de Damasco, Paulo entregou-se com todas as suas forças à tarefa de procurá-lo, amá-lo e servi-lo. Foi o que fizeram os demais Apóstolos a partir do dia em que Jesus passou por eles e os chamou. Os defeitos que tinham não desapareceram naquele instante, mas eles seguiram o Mestre numa amizade crescente e souberam ser-lhe fiéis. Nós devemos fazer o mesmo, correspondendo diariamente às graças que recebemos, sendo fiéis cada dia. Assim chegaremos à meta em que Cristo nos espera.

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