17 de Janeiro de 2021
Segunda semana do tempo Comum- Domingo
- por Pe. Alexandre
II DOMINGO DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio, II semana do saltério)
Antífona da entrada
– Que toda a terra se prostre diante de vós, ó Deus, e cante louvores ao vosso nome, Deus altíssimo! (Sl 65, 4).
Oração do dia
– Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1Sm 3,3-10.19
– Leitura do primeiro livro de Samuel: Naqueles dias, 3bSamuel estava dormindo no templo do Senhor, onde se encontrava a arca de Deus. 4Então o Senhor chamou: “Samuel, Samuel!” Ele respondeu: “Estou aqui”. 5E correu para junto de Eli e disse: “Tu me chamaste, aqui estou”. Eli respondeu: “Eu não te chamei. Volta a dormir!” E ele foi deitar-se.6O Senhor chamou de novo: “Samuel, Samuel!” E Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: “Tu me chamaste, aqui estou”. Ele respondeu: “Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!” 7Samuel ainda não conhecia o Senhor, pois, até então, a palavra do Senhor não se lhe tinha manifestado. 8O Senhor chamou pela terceira vez: “Samuel, Samuel!” Ele levantou-se, foi para junto de Eli e disse: “Tu me chamaste, aqui estou”. Eli compreendeu que era o Senhor que estava chamando o menino. 9Então disse a Samuel: “Volta a deitar-te e, se alguém te chamar, responderás: ‘Senhor, fala, que teu servo escuta!’” E Samuel voltou ao seu lugar para dormir. 10O Senhor veio, pôs-se junto dele e chamou-o como das outras vezes: “Samuel, Samuel!” E ele respondeu: “Fala, que teu servo escuta”. 19Samuel crescia, e o Senhor estava com ele. E não deixava cair por terra nenhuma de suas palavras.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 40,2.4ab.7-8a.8b.10 (R: 8a.9a)
– Eu disse: “Eis que venho, Senhor”, com prazer faço a vossa vontade!
R: Eu disse: “Eis que venho Senhor”, com prazer faço a vossa vontade!
– Esperando, esperei no Senhor, e, inclinando-se, ouviu meu clamor. Canto novo ele pôs em meus lábios, um poema em louvor ao Senhor.
R: Eu disse: “Eis que venho Senhor”, com prazer faço a vossa vontade!
– Sacrifício e oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados.
R: Eu disse: “Eis que venho Senhor”, com prazer faço a vossa vontade!
– E então eu vos disse: “Eis que venho!” Sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a vossa vontade, guardo em meu coração vossa lei!”
R: Eu disse: “Eis que venho Senhor”, com prazer faço a vossa vontade!
– Boas novas de vossa justiça anunciei numa grande assembléia; vós sabeis: não fechei os meus lábios!
R: Eu disse: “Eis que venho Senhor”, com prazer faço a vossa vontade!
2ª Leitura: 1Cor 6,13-15.17-20
– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos: 13cO corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor é para o corpo; 14e Deus, que ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará também a nós, pelo seu poder. 15aPorventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo?
17Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito. 18Fugi da imoralidade. Em geral, qualquer pecado que uma pessoa venha a cometer fica fora do seu corpo. Mas o fornicador peca contra seu próprio corpo. 19Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e que vos é dado por Deus? E, portanto, ignorais também que vós não pertenceis a vós mesmos? 20De fato, fostes comprados, e por preço muito alto. Então, glorificai a Deus com o vosso corpo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Encontramos o Messias, Jesus Cristo, de graça e verdade ele é pleno; de sua imensa riqueza, graças sem fim recebemos (Jo 1,41.17).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 1,35-42.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 35João estava de novo com dois de seus discípulos 36e, vendo Jesus passar, disse: “Eis o Cordeiro de Deus!” 37Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: “O que estais procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?” 39Jesus respondeu: “Vinde ver”. Foram, pois, ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram a palavra de João e seguiram Jesus. 41Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: “Encontramos o Messias” (que quer dizer: Cristo). 42Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: “Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas” (que quer dizer: Pedra)
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santo Antão
- por Pe. Alexandre
Santo Antão Abade e Confessor
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém
Hoje a Igreja celebra a memória de Santo Antão. Também conhecido como Santo Antônio do Deserto, nasceu na cidade de Conam, no coração do antigo Egito, em 251, e foi batizado com o nome de Antão. Era o primogênito de uma família cristã de camponeses abastados e tinha apenas uma irmã.
Aos vinte anos, com a morte dos pais, herdou todos os bens e a irmã para cuidar. Mas, numa missa, foi tocado pela mensagem do Evangelho em que Cristo ensina a quem quer ser perfeito: “Vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro nos céus. Depois, vem e me segue”. Foi exatamente o que ele fez.
Distribuiu tudo o que tinha aos pobres, consagrou sua irmã ao estado de virgem cristã e se retirou para um deserto não muito longe de sua casa e passou a viver na oração e na penitência, dedicado exclusivamente à Deus.
Como, entretanto, não deixava de atender quem lhe pedia orientação e ajuda, começou a ser muito procurado. Por isto, decidiu se retirar ainda para mais longe, vivendo numa gruta abandonada, por dezoito anos. Assim surgiu Antônio do Deserto.
Aos cinquenta e cinco anos, atendeu o pedido de seus discípulos, abandonando o isolamento do deserto. Com isto, nasceu uma forma curiosa de eremitas, os discípulos viviam solitários, cada um em sua cabana, mas todos em contato e sob a direção espiritual de Santo Antão.
A fama de sua extraordinária experiência de vida santa no deserto, correu o mundo. Passou a ser o modelo do monge recluso e chamado, até hoje, de “pai dos monges cristãos”.
As suas relíquias são conservadas na igreja de Santo Antonio na França, onde os seus discípulos construíram um hospital e numerosas casas para abrigar os doentes abandonados.
Mais tarde, se tornaram uma congregação e receberam o nome de “Ordem dos Hospedeiros Antonianos”, que atravessou os séculos, vigorosa e prestigiada.
Santo Antão, o patrono dos eremitas, o monge mais ilustre da Igreja Antiga
oje santo Antão, que optou por viver no deserto não por egoísmo, nem para fugir das lutas da sociedade, mas para ouvir o próprio coração e no silêncio da oração encontrar-se com Deus, nos fala da necessidade de criarmos zonas de deserto para um encontro mais profundo com Deus. Fala de um deserto que não é necessariamente um lugar geográfico, mas sobretudo um momento de quietude interior e crescimento espiritual.
Precisamos ir ao deserto, precisamos fazer deserto, porque é nesse encontro singular, pessoal e íntimo com Deus que, como Santo Antão, restauramos nossas forças para irmos ao encontro dos irmãos, para com eles lutarmos por mais justiça e paz.
Santo Antão Rogai por nós
Abençoe-vos Deus todo poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo
Meditação
- por Pe. Alexandre
Fitando o olhar em Jesus… (Jo 1,35-42)
Ubi amor, ibi oculus. Onde está o amor, aí está o olhar. E toda a literatura renascentista insistiu neste traço singular da natureza do amor: ser despertado pelo olhar. A própria definição de “belo” que os antigos nos oferecem também parte do olhar humano: quod visum placet: belo é aquilo que agrada ao ser visto.
O Evangelho da liturgia de hoje chama nossa atenção para a importância do olhar. Quase poderíamos resumir assim sua mensagem: “dize-me para onde olhas e eu te direi quem és…” Mesmo que tentemos ocultá-lo, nosso olhar é altamente revelador. Já chamaram os olhos de “janelas da alma”. Com muita frequência, nosso olhar nos trai, revelando aquilo que gostaríamos de manter oculto. É que o olhar denuncia nossas preferências, deixa escapar nossos segredos…
Um exemplo simples? Que tipo de programa eu vejo habitualmente na TV? Que espécie de filme me atrai de modo especial? Guerras e conflitos? Romances e idílios? Intimidades amorosas? Violência gratuita? Programa policial? Pois aí está uma “re-velação” do meu íntimo. Uma retirada de véus que mal escondem nosso mundo interior.
No Evangelho de hoje, quando Jesus passa junto ao Rio Jordão, dois discípulos (de João Batista) fixam nele o seu olhar. Evidentemente, é o olhar de quem anda à procura do encontro. O olhar profundo que manifesta a sede interior. E esse olhar acabará sendo recompensado com o inesperado convite à intimidade, a oportunidade de conhecer o lugar onde o Mestre mora: “Vinde ver!”
Hoje, no meio de uma sociedade que contempla o mal, ainda existem fiéis apaixonados por Jesus Cristo. Sabendo – e crendo! – que Jesus está presente no sacrário, nas espécies consagradas, esses apaixonados se fazem adoradores. De olhos fixos no Senhor, eles se quedam em silêncio prolongado, como quem se expõe à luz de um sol espiritual para se encharcar no amor divino.
Em seu último Documento publicado, como uma espécie de “último desejo”, o Papa João Paulo II escrevia: “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus presente na Eucaristia, reparando com nossa fé e nosso amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo. Aprofundemos na adoração a nossa contemplação pessoal e comunitária, servindo-nos também de subsídios de oração sempre marcados pela Palavra de Deus e pela experiência de tantos
místicos antigos e recentes”. (Mane Nobiscum, Domine, 18.)
O Senhor Jesus anda esperando por nossos olhares…
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