16 de Junho de 2022
11a Semana do Tempo Comum- Quinta-feira
- por Pe. Alexandre
QUINTA FEIRA – CORPO E SANGUE DE CRISTO
(branco, glória, sequência facultativa, creio, pref. próprio – ofício da solenidade)
Antífona da entrada
– O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo e com o mel do rochedo o saciou (Sl 80,17).
Oração do dia
– Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento, nos deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar com tão grande amor o mistério do vosso corpo e do vosso sangue, que possamos colher continuamente os frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Gn 14,18-20
– Leitura do livro de Genesis: naqueles dias 18melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como sacerdote de Deus Altíssimo, 19abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador do céu e da terra. 20 Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos em tuas mãos”. E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 110, 1-4 (R: 4bc)
– Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!
R: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!
– Palavra do Senhor ao meu senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés”.
R: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!
– O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois ele diz: “Domina com vigor teus inimigos!”
R: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!
– Tu és príncipe desde o dia do teu em que nascestes; na glória e esplendor da santidade, como orvalho antes da aurora, eu te gerei!
R: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!
– Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!”
R: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedeque!
2ª Leitura: 1Cor 11,23-26
– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios: Irmãos 23 o que eu recebi do Senhor o que também vos transmiti; na noite em que ia ser entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo entregue por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em minha memória”. 26De fato, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Sequência (Forma breve)
– Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem; só os filhos o consomem: não será lançado aos cães!
– Em sinais prefigurado, por Abraão foi imolado, no cordeiro aos pais foi dado, no deserto foi maná…
– Bom pastor, pão de verdade, piedade, ó Jesus, piedade, conservai-nos na unidade, extingui nossa orfandade, transportai-nos para o Pai!
– Aos mortais dando comida, dais também o pão da vida; que a família assim nutrida seja um dia reunida aos convivas lá do céu!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu sou o pão vivo descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver! (Jo 6,51).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9,11b-17
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo 11b Jesus as acolheu as multidões, falava-lhes sobre o Reino de Deus; e curava todos os que precisavam. 12 A tarde vinha chegando. o fim, quando. Os Doze apóstolos se aproximaram de Jesus e disseram: “Despede a multidão, para que possam ir aos povoados e sítios vizinhos procurar hospedagem e comida, pois estamos num lugar deserto”. 13Mas ele disse: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Eles responderam: “Só temos cinco pães e dois peixes – a não ser que fôssemos comprar comida para toda essa gente!” 14Havia mais ou menos cinco mil homens. Jesus então disse aos discípulos: “Mandai o povo sentar-se em grupos de cinquenta”. 15Os discípulos assim fizeram, e todos se sentaram. 16Então ele pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, pronunciou sobre eles a bênção, partiu-os e os deu aos discípulos para que os distribuíssem à multidão. 17Todos comeram e se saciaram. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Ciro e Santa Julita
- por Pe. Alexandre
Julita vivia na cidade de Icônio, de família muito rica, era pertencente à alta aristocracia cristã de sua região. Ficou viúva logo após o nascimento de seu filho Ciro. O governador de Licaônia, Domiciano, iniciou uma grande perseguição contra os cristãos, fazendo com que ela procurasse refúgio em Selêucia e depois em Tarso.
Na cidade de Tarso, Julita foi presa por ordem do governador da Cilícia, Alexandre, por declarar-se cristã. O governador tirou-lhe o filho e mandou-a flagelar. No tormento, ela não parava de repetir: “Sou cristã”, e Ciro forcejava para escapar dos braços do governador e voltar para os da mãe; o menino também gritava: “Eu também sou cristão”.
Enfurecido, Alexandre apanhou a criança por um pé e atirou-a violentamente contra os degraus do tribunal, resultando numa fratura no crânio. Julita, ao invés de chorar, agradeceu a Deus por ter visto o seu filho morrer ornado com a coroa do martírio. Em seguida, os suplícios a ela que foram infligidos não abalaram sua constância, sendo assim, foi decapitada. Era o ano de 304.
Mãe e filho testemunharam que a fé em Jesus é maior que tudo. Permaneceram unidos em Cristo, não temendo à morte. São Ciro é um dos mártires mais jovens cristianismo, precedido apenas dos Santos Mártires Inocentes, exterminados pelo rei Herodes em Belém. O santo intercede por todas as crianças que sofrem maus tratos.
São Ciro e Santa Julita, rogai por nós!
Meditaçao
- por Pe. Alexandre
Em um lugar deserto… (Lc 9,11b-17)
Deus gosta de agir no deserto. No burburinho das torcidas de futebol, na agitação dos shopping-centers, não há muito espaço para Deus agir. Os olhares estão todos ocupados, fixos em outra direção. No reino da abundância, lá onde não existe fome, para que multiplicar o pão?
Ao contrário, naquele espaço onde o homem se encontra só, mergulhado na solidão, esquecido de todos, eis que Jesus já se apronta para entrar em ação… Mesmo que seja aquele tipo de aguda solidão que se experimenta no meio da turba impessoal, no “solitário andar por entre as gentes” (Luís de Camões), “nesta cidade do Rio / de dois milhões de habitantes” (Drummond).
Neste Evangelho, a noite começa a cair, roubando a luz do dia. Os peregrinos que vieram de longe experimentam a fome. Os enfermos foram curados e correram atrás da palavra de vida que só Jesus lhes podia dar. No seu encantamento, deixaram a segurança de suas casas e agora se expõem ao terreno inóspito e pedregoso, a terra onde as pedras podem ser transformadas em pães…
Enquanto os discípulos mais próximos usam a calculadora para avaliar de quantos pães iriam precisar, Jesus manda que a turba se sente e participe do banquete grátis, pois a comida de Deus sempre nos vem de graça. Nada que se obtenha com esforço pessoal, puro dom…
“Aqui, ainda uma vez – comenta André Louf – ocorre um Êxodo de pessoas que deixam tudo diante da urgência do amor. Há o deserto no qual penetram e onde se encontram sem reservas e sem recursos. Com a chegada da noite, vem a tentação de deixar tudo, refazer o caminho e ganhar lugares mais acolhedores. Mas ali mesmo acontece o admirável e maravilhoso diálogo entre Jesus e seu povo. A multidão presa e cativada pela Palavra, e Jesus emocionado e virado do avesso pelo sofrimento da multidão. Um afetado pelo outro, Jesus e a multidão; um à margem do outro, abandonado ao outro nesse lugar alto do diálogo em que se torna o deserto. ‘Eu a conduzirei ao deserto – dissera Deus por meio do profeta Oseias – e lhe falarei ao coração.’”
Será que os “agentes de transformação” vão perceber a lição? Deixarão de superdimensionar seu próprio “compromisso social”, como se ele bastasse para salvar a humanidade? Irão notar que a escuta da Palavra de Jesus sempre antecederá o pão multiplicado? Hão de lembrar-se de nações onde já não falta pão – como na Suécia e no Japão – mas o deserto dos homens é cada vez maior?
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