15 de Julho de 2021
15a semana comum - Quinta-feira
- por Pe. Alexandre
QUINTA FEIRA – SÃO BOAVENTURA BISPO E DOUTOR
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona da entrada
– O justo medita a sabedoria e a sua palavra ensina a justiça, pois traz no coração a lei de seu Deus (Sl 36,30s).
Oração do dia
– Concedei-nos, Pai todo-poderoso, que, celebrando a festa de são Boaventura, aproveitemos seus preclaros ensinamentos e imitemos sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ex 3,13-20
– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, ouvindo a voz do Senhor no meio da sarça, 13Moisés disse a Deus: “Sim, eu irei aos filhos de Israel e lhes direi: ‘O Deus de vossos pais enviou-me a vós’. Mas, se eles perguntarem: ‘Qual é o seu nome?’, o que lhes devo responder?” 14Deus disse a Moisés: “Eu sou aquele que sou”. E acrescentou: “Assim responderás aos filhos de Israel: ‘Eu sou enviou-me a vós’”. 15E Deus disse ainda a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, enviou-me a vós’. Este é o meu nome para sempre, e assim serei lembrado de geração em geração. 16Vai, reúne os anciãos de Israel e dize-lhes: ‘O Senhor, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, apareceu-me, dizendo: Eu vos visitei e vi tudo o que vos sucede no Egito. 17E decidi tirar-vos da opressão do Egito e conduzir-vos à terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, a uma terra onde corre leite e mel. 18Eles te escutarão e tu, com os anciãos de Israel, irás ao rei do Egito e lhe direis: O Senhor, o Deus dos hebreus, veio ao nosso encontro. E, agora, temos de ir, a três dias de marcha no deserto, para oferecermos sacrifícios ao Senhor nosso Deus’. 19Eu sei, no entanto, que o rei do Egito não vos deixará partir, se não for obrigado por mão forte. 20Por isso, estenderei minha mão e castigarei o Egito com toda a sorte de prodígios que vou realizar no meio deles. Depois disso, o rei do Egito vos deixará partir”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 105,1.5.8-9.24-25.26-27 (R: 8a)
– O Senhor se lembra sempre da Aliança.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.
– Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios!
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.
– Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.
– Deus deu um grande crescimento a seu povo e o fez mais forte que os próprios opressores. Ele mudou seus corações para odiá-lo, e trataram com má-fé seus servidores.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.
– Então mandou Moisés, seu mensageiro, e igualmente Aarão, seu escolhido; por meio deles realizou muitos prodígios e, na terra do Egito, maravilhas.
R: O Senhor se lembra sempre da Aliança.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vinde a mim todos vos que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor! (Mt 11,28).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 11,28-30
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28 “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Boaventura
- por Pe. Alexandre
O santo de hoje foi bispo e reconhecido Doutor da Igreja de Cristo. Ele chamou os pescadores e camponeses para segui-lo no carisma de Francisco de Assis, mas também os homens cultos e os de ciência. São Boaventura era um desses homens de muita ciência, porém, de maior humildade e conhecimento de Deus, por isso, registrou o que vivia.
Escreve ele: “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”.
Boaventura nasceu no centro da Itália em 1218 e, ao ficar muito doente, recebeu a cura por meio de uma oração feita por São Francisco de Assis, que percebendo a graça tomou-o nos braços e disse: “Ó, boa ventura!”. Entrou na Ordem Franciscana e, pela mortificação dos sentidos e muita oração, exerceu sua vocação franciscana e sacerdócio na santidade, a ponto do seu mestre qualificar-lhe assim: “Parece que o pecado original nele não achou lugar”.
São Boaventura, antes de se destacar como santo bispo, já chamava – sem querer – a atenção pela sua cultura e ciência teológica, por isso, ao lado de Santo Alberto Magno e Santo Tomás de Aquino, caracterizaram o século XIII como o tempo de sínteses teológicas.
Certa vez, um frei lhe perguntou se poderia salvar-se, já que desconhecia a ciência teológica; a resposta do santo não foi outra: “Se Deus dá ao homem somente a graça de poder amá-Lo isso basta… Uma simples velhinha poderá amar a Deus mais que um professor de teologia”. O Doutor Seráfico, assumiu muitas responsabilidades, como ministro geral da Ordem Franciscana, bispo, arcebispo, até que, depois de tanto trabalhar, ganhou com 56 anos o repouso no céu.
São Boaventura, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
E achareis repouso… (Mt 11,28-30)
Esta passagem do Evangelho, exclusiva de Mateus, chega a ser comovente pela sua candura. Jesus faz um convite a “todos vós que sofreis, que estais sobrecarregados”, seguido de uma promessa: “e eu vos descansarei”.
Ora, seria difícil encontrar alguém que não se enquadrasse como destinatário deste convite, desde a criança síria vitimada pelo gás Sarin, ao migrante sudanês que atravessa o Mediterrâneo num bote inflável, até a mãe da menina brasileira atingida pela bala perdida em plena sala de aula. Todos sofrem, todos estão esmagados pela vida, todos clamam por descanso e paz.
O teólogo Hans Urs von Balthasar comenta:
“São convidados todos os aflitos e todos os que estão sob o peso seja lá do que for. É para estes que o repouso é prometido. (Os outros não precisam disso…) Note-se, porém, a oposição: aqueles que vêm a Jesus carregam ‘pesados fardos’, mas o ‘jugo’ de Jesus é ‘fácil de carregar’, seu ‘fardo é leve’.
Entretanto, o fardo dele, a cruz, é o mais pesado que existe. E não podemos dizer que sua cruz só é pesada para ele, e não para aqueles que a carregam junto com ele. A solução se encontra na atitude de Jesus, que se designa como “manso e humilde de coração”, que não geme sob os fardos que lhe são impostos, não se lamenta, não protesta, não os mede nem os compara às suas próprias forças. ‘Ponham-se em minha escola’, e em seguida vocês farão a experiência de que o seu pesado fardo é, afinal, verdadeiramente ‘leve’.
Não é em vão que o Messias vem, na profecia de Zacarias (9,9-10), montado em um burrinho completamente humilde. E não é sem razão que Paulo nos recorda termos em nós o ‘Espírito de Deus’ (do Pai) e o ‘Espírito de Cristo’ (do Filho), para nos deixar determinar por ele. O homem carnal geme debaixo de seu fardo, entretanto, ‘não somos devedores da carne para vivermos segundo a carne’ (Rm 8,9.11); ao contrário, nós podemos rejubilar-nos segundo Espírito divino que habita em nós, o Espírito de amor entre o Pai e o Filho, por Jesus nos permitir carregar com ele um pouco de seu jugo, de sua cruz. Assim é que nos é dado experimentar, no Espírito, o repouso de Deus.”
Até quando vamos ignorar este ponto central da Boa Nova? Jesus veio para os fracos, para os vencidos, para os sem esperança aos olhos do mundo. E sua maneira de vir foi a Encarnação, quando ele mesmo assume plenamente a nossa condição, sem regalias, sem honrarias, sem descanso. E, por isso mesmo, ele compreende as nossas dores…
Orai sem cessar: “Eram as nossas dores que ele carregava…” (Is 52,4)
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