11 de Novembro de 2020

32a semana do tempo comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – SÃO MARTINHO DE TOURS – BISPO
(branco pref. comum ou dos pastores– ofício da memória)

 

Antífona da entrada

– Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,15).

 

Oração do dia

– Ó Deus, que fostes glorificado pela vida e a morte do bispo São Martinho, renovai em nossos corações as maravilhas da vossa graça, de modo que nem a morte nem a vida nos possam separar do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

 

1ª Leitura: Tt 3,1-7

 

– Leitura da carta de são Paulo a Tito: Caríssimo, 1admoesta a todos que vivam submissos aos príncipes e às autoridades, que lhes obedeçam e estejam prontos para qualquer boa obra. 2Não injuriem a ninguém, sejam pacíficos, afáveis e deem provas de mansidão para com todos os homens. 3Porque nós outrora éramos insensatos, rebeldes, extraviados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo na maldade e na inveja, dignos de ódio e odiando uns aos outros. 4Mas um dia manifestou-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pelos homens: 5Ele salvou-nos não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia; quando renascemos e fomos renovados no batismo pelo Espírito Santo, 6que ele derramou abundantemente sobre nós por meio de nosso Salvador Jesus Cristo. 7Justificados, assim, pela sua graça, nos tornamos na esperança herdeiros da vida eterna.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 23,1-6 (R: 1)

 

– O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Em tudo daí graças, pois esta é a vontade de Deus para convosco, em Cristo, o Senhor (1Ts 5,18).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 17,11-19

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Ga­lileia. 12Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à distância, 13e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” 14Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. 15Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; 16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano. 17Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? 18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” 19E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

São Martinho de Tours

- por Pe. Alexandre

Nasceu em 316 na Panônia (atual Hungria), numa família pagã que da parte do pai (oficial do exército romano) fez de Martinho um militar, enquanto o Pai do Céu o estava fazendo cristão, já que começou a fazer o Catecumenato.

Certa vez quando militar, mas ainda não batizado, Martinho partiu em duas partes seu manto para dá-lo a um pobre, e assim Jesus aparece-lhe durante a noite e disse-lhe: “Martinho, principiante na fé, cobriu-me com este manto”. Então este homem de Deus foi batizado e abandonou a vida militar para viver intensamente a vida religiosa e as inspirações do Espírito Santo para sua vida.

Com a direção e ajuda do Bispo Hilário, Martinho tornou-se monge, Diácono, fundador do primeiro mosteiro na França e depois sacerdote que formava os seus “filhos” para a contemplação e ao mesmo tempo para a missão de evangelizar os pagãos; diferenciando-se com isso dos mosteiros do Oriente.

Por ser fiel no pouco, São Martinho recebeu o mais, que veio com a sua Ordenação para Bispo em Tours. Isto não o impediu de fundar ainda muitos outros mosteiros a fim de melhor evangelizar sua Diocese. Entrou no Céu em 397.

São Martinho de Tours, rogai por nós!

 

Meditação

- por Pe. Alexandre

Era um samaritano… (Lc 17,11-19)

 

Exatamente no Evangelho de São Lucas – que escreveu para um público de cristãos provenientes do paganismo – a figura do estrangeiro sempre merece o maior destaque. Em contraste com a dureza de coração do Povo Escolhido, sobram elogios de Jesus para a fé cega do centurião romano (Lc 7,9), a gratidão do leproso samaritano(Lc 17,18) e o ato de fé do outro oficial romano aos pés da cruz (Lc 23,47), ao lado da confiança inabalável da siro-fenícia (Mt 15,28). E Jesus não contém sua admiração: “Não vi fé igual em Israel.” Ou seja, era de esperar que no meio do Povo da Aliança a manifestação de fé fosse maior, mais fácil, mais visível. Mas não era…

Desta vez, temos dez leprosos: nove judeus e um samaritano. Aos olhos dos judeus, o samaritano era inimigo, herético, idólatra, bastardo, impuro (cf. Eclo 50,27-28). Os dois grupos eram simplesmente incomunicáveis (cf. Jo 4,9). Naturalmente, a desgraça comum – a lepra que os atingira – tinha colocado os dez no mesmo nível, superadas as divergências religiosas e sociais. Daí estarem juntos naquelas fronteiras entre Judeia e Samaria.

Assim, todos os dez clamam à passagem de Jesus, pedindo cura e compaixão. Jesus prontamente os remete aos sacerdotes do Templo, que tinham o encargo de examinar o ex-leproso e dar-lhe um atestado de saúde (cf. Lv cap. 12 e 13). Obedecendo a esta ordem – o que supõe um ato de fé -, eles se põem a caminho para Jerusalém. Ainda na estrada, os dez se veem curados. Enquanto os nove judeus seguem adiante, em busca do tão desejado atestado de saúde, o estrangeiro (o samaritano) volta-se para Jesus com a intenção de dar graças pela cura recebida.

O Evangelho não chega a dizer que os nove judeus são mal-agradecidos. Mas é claro que, para eles, a declaração de pureza sanitária vinha em primeiro lugar. Também em nossa vida, nós corremos o risco de deixar a ação de graças em último plano, enquanto procuramos sempre a Deus em busca de vantagens pessoais: paz interior, cura física, progresso material, sucesso no vestibular, melhores salários…

Ora, o Senhor tem coisas melhores para nos dar, a começar por seu próprio Espírito, que nos convence da filiação divina e nos leva a chamar a Deus de Pai. Deus tem para nós dons de eternidade, que não passam com tempo, não acabam roídos pela inflação nem corroídos pelo tempo.

 

            Que vale mais para nós? A gratidão ou o atestado de saúde?

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