05 de Janeiro de 2021
Epifania do Senhor- Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – DEPOIS DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania ou do Natal – ofício do dia)
Antífona da entrada
– Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina
(Sl 117, 26).
Oração do dia
– Ó Deus, cujo Filho unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Jo 4, 7-10
– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 7amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.3-4ab.7-8 (R: 11)
– Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,34- 44
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Simeão Estilita
- por Pe. Alexandre
São Simeão Estilita
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Na vida de santidade encontramos a maior variedade de vias, tendo desde santos que o foram no trono, como outros que o foram sendo simples pastores e até criadas domésticas. Alguns que fizeram grandes penitências como São Pedro de Alcântara, e outros, como Santa Teresinha, que se santificaram na Pequena Via.
Hoje comemoramos a vida singular de um herói de Jesus Cristo que se santificou vivendo no alto de uma coluna, pelo que é chamado São Simão “Estilita” (de “stilos”,coluna em grego).
São Simeão foi o primeiro, e provavelmente o mais famoso, de uma longa sucessão de “stylitoe” ou “eremitas na coluna ou pilar” que, durante mais de seis séculos adquiriram na cristandade oriental grande reputação de santidade por sua estranha forma de ascetismo.
São Simeão, o Velho, para distingui-lo de seus imitadores, nasceu pelo ano de 388 na cidade de Sisã, nos confins da Síria. Pastor em sua infância, um dia ouviu, ainda menino, as palavras do Evangelho: “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados; bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5, 5). Apesar de sua pouca idade, aquilo o impressionou tanto, que Simeão retirou-se para um deserto próximo, no qual passou sete dias sem comer nem beber, chorando e orando.
Pouco antes de completar os 16 anos, ele pediu admissão num mosteiro, no qual entregou-se a uma austeridade tão extrema, que aos outros pareceu extravagante. O que o levou a abandonar o mosteiro e refugiar-se numa cabana no deserto.
Acontece que a verdadeira santidade atrai. Assim, aos poucos foram tantos os peregrinos que vinham vê-lo para que os aconselhasse e rezasse por eles, que Simeão não tinha mais tempo para si.
Isso o determinou a procurar um novo meio de vida. Pediu então que lhe erigissem um pilar com uma pequena plataforma, em cima do qual tencionava viver até a morte. Como julgasse que o pilar não era suficientemente alto para que não o incomodassem, o foi substituído-o por outros, até chegar no último, que tinha quase 28 metros de altura. Nele o Santo só podia ficar de joelhos, em pé, ou recostado num pequeno parapeito que rodeava a coluna.
Esse gênero de vida parecia tão extraordinário aos medíocres, que lhe moveram muitas perseguições. Falavam com desprezo “daquela austeridade singular”, taxando-o de impostor, que fazia aquilo por vaidade e soberba. Até os próprios solitários do Egito estiveram a ponto de o separarem de sua comunidade.
Mas o fato é que, por mais extravagante que fosse esse modo de vida, causou tamanha impressão em seus contemporâneos, que a fama desse asceta espalhou-se pela Europa, principalmente por Roma. Esse fato foi também notável pelo enorme número de pinturas do santo que circulava.
É preciso notar que, mesmo em suas mais altas colunas, São Simeão continuava a atender os que o procuravam. Por uma escada que sempre se podia encostar à coluna, os visitantes podiam subir e falar com ele. Ele também dirigia a palavra para os que se juntavam ao redor de sua coluna, pregando-lhes as verdades da fé e o amor que deveriam ter a Nosso Senhor Jesus Cristo, à sua Santa Mãe, e à Igreja. Simeão também escreveu muitas cartas, algumas das quais ainda existentes, com instruções a seus discípulos.
Ele atraía também grandes personagens, como o Imperador Teodósio e a Imperatriz Eudóxia, que lhe manifestaram a maior reverência, e ouviam religiosamente os seus conselhos. O Imperador Leão também o ouvia com atenção, e escreveu-lhe em favor do Concílio de Calcedônia.
Após viver 36 anos em suas colunas, São Simeão entregou sua alma a Deus na sexta-feira, 2 de setembro de 259.
Por mais extraordinária que seja a vida de São Simeão Estilita, ela se baseia em fatos de primeira-mão, muito confiáveis, que a tiram do domínio das fábulas. De modo que até críticos modernos não se aventuram a discutir os fatos atribuídos a esses ascetas.
São Simão Estilita, rogai por nós.
Benção Final.
Meditação
- por Pe. Alexandre
Como ovelhas sem pastor… (Mc 6,34-44)
Sempre a caminho, Jesus ensina e cura os enfermos… Coração apertado diante de tanto sofrimento e dor, contempla a multidão e a vê como ovelhas sem pastor. Quem deveria cuidá-las, orientando-as para Deus, optou por outras prioridades… Pais não educam os filhos. Mães põem a “realização pessoal” acima das necessidades das crianças. Professores burocráticos não se interessam por seus alunos. Párocos enriquecem às custas do rebanho. Maus pastores…
A sociedade não teria chegado ao impasse atual se os pastores tivessem apascentado o rebanho. No alto da pirâmide, governantes que fizeram opções erradas em prejuízo dos cidadãos. Na base, espectadores indiferentes à miséria dos mais pobres, à falta de oportunidades para as crianças e adolescentes, à demolição da vida familiar. Todos temos culpa no cartório. Falhamos em algum ponto da caminhada. Escolhemos outros alvos: carreira, sucesso, conforto, segurança financeira. Isto nos fechou em nosso próprio mundo. Se algo ia mal à nossa volta, rotulávamos de “problema social”. Isto é: não temos nada com isso!
Muitos tentam evitar o desastre. Dom Bosco gasta a vida a cuidar das crianças que a Itália abandonara. Madre Teresa abraça os pobres da Índia com amor de mãe. S. Joana de Lestonnac dá formação católica às meninas da França em plena Reforma protestante. Abbé Pierre incentiva os “trapeiros de Emaús” a viverem com as sobras que os ricos jogavam no lixo. Mas é muito pouco! A selva capitalista multiplica a violência e espalha fome e miséria. O rebanho abandonado, cada vez maior, faz ecoar pelo planeta o repto que convida a abrir os braços ao próximo e, simplesmente, amar.
“De fato, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo.” (Bento XVI, Porta Fidei, 14)
Nem todos são surdos. A Comunidade Jesus Menino acolhe deficientes físicos e mentais e vive com eles em família. A Aliança de Misericórdia sai às praças de S. Paulo para levar amor aos moradores de rua, mendigos, drogados ou prostitutas. A Nova Aliança leva a Palavra de Deus aos fiéis esquecidos pelas paróquias. Leigos visitam cadeias e hospitais. Os grupos do AA acolhem como irmãos os dependentes do álcool. Os Vicentinos levam pão a famílias sem recursos. Mas ainda é pouco. Muito pouco. E cresce a multidão dos desvalidos, verdadeiros intocáveis que a sociedade ejeta do sistema. E nós, os bons, estamos ocupados demais com negócios, lazer, novelas na TV. E Jesus Cristo contempla a multidão e vê… que ainda são ovelhas sem pastor…
Quando cuidaremos das ovelhas do Senhor?
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