05 de Abril de 2021
1a Semana da Páscoa Segunda-feira
- por Pe. Alexandre
SEGUNDA FEIRA – OITAVA DA PÁSCOA
(branco, glória, prefácio da páscoa I – ofício próprio)
Antífona da entrada
– O Senhor vos introduziu na terra onde correm leite e mel; que sua lei esteja sempre em vossos lábios, aleluia! (Ez 13,5.9)
Oração do dia
– Ó Deus, que fazeis crescer a vossa Igreja, dando-lhe sempre novos filhos e filhas, concedei que, por toda a sua vida, estes vossos servos e servas sejam fieis ao sacramento do batismo que receberam, professando a fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ªLeitura: At 2, 14.22-32
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – No dia de Pentecostes, 14Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão: 22”Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis. 23Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 24Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse. 25Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 26Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. 27Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. 28Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá de alegria’. 29Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. 30Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono. 31É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. 32Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 16, 1-2a.5.7-8.9-10.11 (R: 1)
– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio! Digo ao Senhor: ‘Somente vós sois meu Senhor: Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites,
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
(Sl 117, 24).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 28, 8-15
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 8as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés. 10Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão”. 11Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”. 15Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Vicente Ferrer
- por Pe. Alexandre
Nascido na Espanha, em 1350, viveu tempos difíceis, pois, por influência política, havia um cisma na Igreja do Ocidente: por Cardeais foi declarada inválida a eleição de Urbano VI como Papa, e foi escolhido Roberto de Genebra, que tomou o nome de Clemente VII. As coroas ibéricas procuraram manter-se neutras entre os dois Papas, mas o de Avinhão esforçou-se por conquistar a obediência delas e mandou como seu legado o Cardeal Pedro de Luna. Este procurou o apoio de Vicente, que lho deu em boa fé e escreveu um tratado sobre o cisma.
São Vicente acompanhou o mesmo legado nalgumas viagens por esses reinos, regressando depois ao ensino e à pregação em Valência. Pouco depois, volta Pedro de Luna a Avinhão e sucede a Clemente VII como Papa, tomando o nome de Bento XIII. E é reclamada a presença de Vicente em Avinhão, onde passa uns anos.
São Vicente Ferrer foi um santo religioso dominicano, grande pregador e fiel ao carisma. Ele pregava sobre a segunda vinda de Jesus, o Juízo Final, mas de uma maneira que provocava uma conversão nas pessoas. Sua pregação, Deus a confirmava com sinais, milagres e conversões.
Um homem de penitência, da verdade, da esperança, que semeava a unidade e essa expectativa do Senhor que voltará.
Vicente pôde contribuir para a eleição do Papa e pôde deixar bem claro, pela sua vida, que a Palavra de Deus precisa ser anunciada com o espírito e com uma vida a serviço da verdade e da Igreja.
São Vicente Ferrer, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Com medo e grande alegria… (Mt 28,8-15)
O Evangelho da liturgia de hoje mostra que as mulheres foram as primeiras missionárias do Ressuscitado. Do Anjo, elas recebem uma tarefa urgente: “Ide depressa dizer a seus discípulos!” Não há tempo a perder! Cristo ressuscitou e já precede os discípulos na Galileia! Dois milênios depois, os seguidores de Jesus continuam ainda às carreiras, tentando alcançar esse Mestre incansável…
Mas o Evangelista anota com extremo realismo a dose de confusão e ambiguidade que envolve as mensageiras femininas: elas partem às pressas, “com medo e grande alegria”. A alma humana é assim: consegue sobrepor as impressões, emoções e sentimentos mais disparatados como essa mescla de temor e de júbilo. O fato da Ressurreição de Cristo – prova cabal e definitiva de sua divindade – reacende sua alegria, mas, ao mesmo tempo, infunde nelas o temor reverente de quem se aproxima do divino. É sempre com temor e tremor que nos rejubilamos em Deus.
Precisamos aceitar com realismo e humildade que nossos sentimentos e reações também continuem um tanto “misturados” depois de tantos anos de caminhada com o Senhor. Seria orgulho e presunção sonhar com uma fé “quimicamente pura”, sem as marcas de nossa limitada humanidade.
Diante da mesma tarefa, experimentamos entusiasmo e inquietação. A mesma missão recebida encontra em nós a impulsão do entusiasmo e o freio do cansaço. A alma quer e o corpo hesita. O espírito se inflama e a razão argumenta. Os fracassos de ontem ainda amortecem a esperança de hoje.
Até os grandes santos experimentaram essas contradições em sua caminhada. Todos eles viveram fases de desânimo, de dúvidas, de apreensões. Um profeta, como Jeremias, pode chegar a maldizer o dia em que se deixou “seduzir” por Deus. (Cf. Jr 20,7ss.) Diante da inesperada prisão de Jesus, seus discípulos fugiram (cf. Mt 26,56b). Na verdade, o próprio Senhor permite tais estados de alma para purificar nossas intenções mais profundas.
Assim mesmo, as mulheres se põem a caminho. Pôr-se a caminho é seguir o Cristo. “Caminho” foi o primeiro nome do cristianismo. Parece que nunca se chega, mas sempre teremos passos a dar…
O tempo pascal é a ocasião apropriada para um exame de consciência: com que disposição estou cumprindo a missão que Deus me confiou? Permaneço estacionado ou já comecei a caminhar?
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