03 de Julho de 2021
13a semana comum- Sábado
- por Pe. Alexandre
SABADO – SÃO TOMÉ, APOSTOLO
(vermelho, glória, pref. dos apóstolos – Ofício da festa)
Antífona da entrada
– Vós sois o meu Deus e eu vos dou graças; vós sois o meu Deus e eu vos exalto: eu vos dou graças porque é meu salvador (Sl 117,28)
Oração do dia
– Deus todo-poderoso, concedei-nos celebrar com alegria a festa do apóstolo são Tomé, para que sejamos sempre sustentados por sua proteção e tenhamos a vida pela fé no Cristo que ele reconheceu como Senhor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ef 2,19-22
– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 19já não sois mais estrangeiros nem migrantes, mas concidadãos dos santos. Sois da família de Deus. 20Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal. 21É nele que toda a construção se ajusta e se eleva para formar um templo Santo no Senhor. 22E vós também sois integrados nesta construção, para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 117,1-2 (R: Mc: 16,15)
– Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
– Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos festejai-o!
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
– Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!
R: Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Acreditastes, Tomé, porque me vistes. Felizes os que creem sem ter visto.
(Jo 20,29)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,24-29
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– 24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir as marcas dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. 26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Tomé
- por Pe. Alexandre
Pertencente ao grupo dos doze apóstolos, o Senhor o chamou dentro de sua realidade, com suas fraquezas e até com suas crises de fé.
Nosso Senhor Jesus revelou a nós coisas maravilhosas através de São Tomé:
“Tomé lhe disse: ‘Senhor, nós nem sabemos para onde vais, como poderíamos saber o caminho?’ Jesus lhe disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,6).
Tomé nunca teve medo de expor a realidade de sua fé e de sua razão, que queria saber cada vez mais e melhor. Quando Jesus apareceu aos apóstolos ao ressuscitar, Tomé não estava ali, então, encontramos seu testemunho: “Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,26-28).
O Papa São Gregório Magno meditando essa realidade de São Tomé diz: “A incredulidade de Tomé não foi um acaso, mas prevista nos planos de Deus. O discípulo, que duvidando da Ressurreição do Mestre, pôs as mãos nas chagas do mesmo, curou com isso a ferida da nossa incredulidade”.
Segundo a Tradição, Tomé teria ido, depois de Pentecostes, evangelizar pelo Oriente e Índia onde morreu martirizado, ou seja, morreu por amor, testemunhando a sua fé.
São Tomé, rogai por nós !
Meditação
- por Pe. Alexandre
Meu dedo na ferida… (Jo 20,24-29)
Não é fácil fazer um ato de fé por conta própria. EO autêntico ato de fé não brota de algum esforço pessoal, mas da ação penetrante do Espírito sobre a Igreja. Assim sendo, fica mais fácil fazê-lo em comunidade. Mas Tomé não estava com os Dez no primeiro domingo da ressurreição de Jesus. Ele não tinha visto as mãos e os lados feridos no corpo do Ressuscitado (cf. Jo 20,20). Não ouvira a saudação da paz. Não recebera o primeiro “sopro” do Espírito Santo.
Por tudo isso, fechado em seu próprio círculo, sufocado pela decepção e vazio de esperanças, Tomé precisa de “provas” para crer. ‘Se eu não vir, não creio. Se eu não tocar, não darei crédito…’ E Jesus não demora a aceitar o repto do descrente. No domingo seguinte, agora no seio da comunidade, Tomé tem a oportunidade de pronunciar o ato de fé que antes negara: “Meu Senhor e meu Deus!”
Uma das provas exigida pelo apóstolo cartesiano era até mesmo grosseira: “pôr meus dedos nas feridas”. Na linguagem do povo simples, “pôr o dedo na ferida” conota certa falta de compaixão, uma intenção de ferir, de tocar um nervo exposto. No caso de Tomé, esta dureza de atitudes está ligada a uma atitude racionalista que limita nossa compreensão das coisas à possibilidade de observação dos fenômenos, de avaliação racional, de raciocínio lógico.
Ora, não é este o caminho da fé. Pela fé, saltamos a barreira das “provas” e mergulhamos no mistério inacessível à razão humana – aliás, extremamente limitada! Ademais, a ressureição de Jesus não pode ser reduzida a mero “fato histórico”, mas abre espaço para uma realidade que transcende a própria História, a tal ponto que os próprios seguidores de Jesus viram-se chocados e superados por ela.
O pobre Tomé se vê catapultado a uma forma de conhecimento que supera a experiência dos sentidos. Ele convivera com o homem-Jesus de Nazaré. Conversara com ele, palmilhara com ele as estradas da Palestina, sentara-se à mesa com ele. Agora, diante de uma Presença que nem a morte pudera apagar, ele dobra os joelhos em adoração e proclama: “Meu Senhor e meu Deus!”
Então, Jesus reserva uma bem-aventurança para os privilegiados que dispensam sinais e provas palpáveis para fazer o ato de fé: “Bem-aventurados aqueles que não viram e… creram!”
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