02 de Julho de 2021
13a semana comum - Sexta-feira
- por Pe. Alexandre
SEXTA FEIRA – XIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – Ofício do dia)
Antífona da entrada
– Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria. (Sl 46,2)
Oração do dia
– Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Gn 23,1-4.19; 24,1-8.62-67
– Leitura do livro do Gênesis: 23,1 Sara viveu cento e vinte e sete anos, 2 e morreu em Cariat Arbe, que é Hebron, em Canaã. Abraão veio fazer luto por Sara e chorá-la. 3 Depois levantou-se de junto da morta e falou aos hititas: 4 “Sou um estrangeiro e hóspede no vosso meio. Cedei-me como propriedade entre vós um lugar de sepultura, onde possa sepultar minha esposa que morreu”. 19 Assim, Abraão sepultou Sara, sua mulher, na caverna do campo de Macpela, em frente de Mambré, que é Hebron, na terra de Canaã. 24,1 Abraão já era velho, de idade avançada, e o Senhor o havia abençoado em tudo. 2 Abraão disse ao servo mais antigo da sua casa, administrador de todos os seus bens: “Põe a mão debaixo da minha coxa 3 e jura-me pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não escolherás para meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu moro; 4 mas tu irás à minha terra natal, buscar entre os meus parentes uma mulher para o meu filho Isaac”. 5 E o servo respondeu: “E se a mulher não quiser vir comigo para esta terra, deverei levar teu filho para a terra de onde saíste?” 6 Abraão respondeu: “Guarda-te de levar meu filho de volta para lá. 7 O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e da minha terra natal, e que me falou e jurou, dizendo: ‘À tua descendência darei esta terra’, ele mesmo enviará seu anjo diante de ti e trarás de lá uma mulher para meu filho. 8 Porém, se a mulher não quiser vir contigo, ficarás livre deste juramento; mas de maneira alguma levarás meu filho de volta para lá”. 62 Isaac tinha voltado da região do poço de Laai-Rói e morava na terra do Negueb. 63 Ao cair da tarde, Isaac saiu para o campo a passear. Levantando os olhos, viu camelos que chegavam. 64 Rebeca também, erguendo os olhos, viu Isaac. Desceu do Camelo, 65 e perguntou ao servo: “Quem é aquele homem que vem pelo campo, ao nosso encontro?” O servo respondeu: “É o meu Senhor”. Ela puxou o véu e cobriu o rosto. 66 Então o servo contou a Isaac tudo o que tinha feito. 67 Ele introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe, e recebeu-a por esposa. Isaac amou-a, consolando-se assim da morte da mãe.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 106,1-2.3-4a.4b-5 (R: 1a)
– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.
– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia! Quem contará os grandes feitos do Senhor? Quem cantará todo o louvor que ele merece?
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.
– Felizes os que guardam seus preceitos e praticam a justiça em todo o tempo! Lembrai-vos, ó Senhor, de mim, lembrai-vos, pelo amor que demonstrais ao vosso povo!
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.
– Visitai-me com a vossa salvação, para que eu veja o bem-estar do vosso povo, e exulte na alegria dos eleitos, e me glorie com os que são vossa herança.
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vinde a mim, todos vós que estais cansados, e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,9-13
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?” 12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Bernardino Realino
- por Pe. Alexandre
Diante da vida do santo de hoje, poderíamos afirmar que nada tinha para chegar aos altares, até que passou a ter tudo, pois decidiu-se por Jesus. Bernardino Realino nasceu em Capri, próximo a Nápoles, em 1530, numa família religiosa que o promoveu para os estudos de Direito, o qual exerceu em Nápoles.
Bernardino estudou na academia de Modena e depois, em 1548, começou os estudos de filosofia na Universidade de Bolonha, formando-se em filosofia, medicina, direito civil e eclesiástico.
Ao entrar na carreira política e administrativa, Bernardino progrediu, chegando a ser prefeito em muitas cidades. Jesus entrou em sua vida através de um sacerdote jesuíta, que falou sobre a riqueza da vida cristã e seus deveres. Dessa maneira, Bernardino começou a rezar com empenho o Santo Terço, que o arrancou de todo indiferentismo religioso.
Durante sua linda caminhada de fé e testemunho, descobriu sua vocação, renunciou a tudo e entrou, com 35 anos, na Companhia de Jesus. Encaminhou-se ao sacerdócio, praticando-o na cidade de Lecce, onde fundou um colégio jesuíta, exercendo o apostolado durante quarenta e dois anos.
Como exemplo e reflexo do Bom Pastor, São Bernardino Realino, no confessionário, pregação e direção espiritual, salvava almas para Deus e com Deus, que o levou para o Céu com 86 anos, no dia 2 de julho de 1616, em Lecce.
Foi beatificado no ano de 1895 pelo papa Leão XIII e canonizado pelo papa Pio XII em 1947. São Bernardino Realino é o padroeiro das cidades de Lecce e Capri.
São Bernardino Realino, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
À mesa com Jesus… (Mt 9,9-13)
Ainda não encontrei alguém que me explicasse por que motivo passamos a traduzir a presença na comunhão eucarística como um sinal de “dignidade”. Seria preciso “merecer” para comungar o Corpo do Senhor.
Ora, será que ninguém presta atenção ao que rezamos? “Senhor, eu não sou digno…” São as palavras do centurião romano (cf. Mt 8,8), notável ato de fé, naquele dia fora do alcance dos conterrâneos do próprio Jesus!
Quando participamos da mesa da Eucaristia, fazemos parte da mesa de Jesus. E isto é uma honra para todos nós. Quando os publicanos e pecadores se sentaram à mesa com Jesus – Evangelho de hoje -, sua presença foi considerada uma desonra para o Mestre de Nazaré. É que sentar-se à mesa com alguém significa situar-se no mesmo nível do anfitrião. Entrar em comunhão com ele. Dize-me com quem comes, e te direi quem és…
Ora, os publicanos eram judeus que, sob a ocupação romana na Palestina, prestavam-se ao servicinho sujo de cobrar os impostos que seriam repassados aos dominadores. Não é preciso grande esforço de imaginação para adivinhar os apelativos com os quais eram tratados por seus compatriotas. Além do mais, por estarem em permanente contato com os “cães” romanos, os publicanos eram considerados ritualmente “impuros”, isto é: anátemas, intocáveis…
Pior ainda: Jesus chegou ao extremo de convidar um deles – Levi/Mateus – para integrar o seleto grupo dos Doze. Mal ouviu aquele imperativo convite – Segue-me! -, o publicano abandonou seu telônio e seguiu o Mestre. E achando que a ocasião merecia bem uma comemoração, organizou um banquete em sua casa, com a presença de seus colegas de profissão.
Os judeus mais “religiosos” – os fariseus que se julgavam superiores, traziam fragmentos da Lei em suas filactérias e rezavam de pé nos portais do Templo (onde seriam vistos por todos os passantes), aproveitaram a ocasião para condenar em alta voz o comportamento nada canônico do Galileu.
Não somos muito diferentes… Ainda hoje os cidadãos mais honestos sentem grande dificuldade em entrar em se aproximar dos decaídos do sistema, como os presidiários, os mendigos, os drogados e os que exercem outras atividades menos nobres… Corremos o risco de nos julgarmos superiores a eles, ignorando que qualquer coisa boa em nossa vida é, no fundo, pura graça de um Deus bondoso.
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