21 de Outubro de 2020

29a semana do tempo comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – XXIX SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, dai-nos a graça de estar sempre ao vosso dispor, e vos servir de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ef 3,2-12

 

– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios: Irmãos, 2se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3como, por revelação, tive conhecimento do mistério, tal como o esbocei rapidamente. 4Ao ler-me, podeis conhecer a percepção que eu tenho do mistério de Cristo. 5Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens de gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho. 7Disto eu fui feito ministro pelo dom da graça que Deus me concedeu no exercício de seu poder. 8Eu, que sou o último de todos os santos, recebi esta graça de anunciar aos pagãos a insondável riqueza de Cristo 9e de mostrar a todos como Deus realiza o mistério desde sempre escondido nele, o criador do universo. 10Assim, doravante, as autoridades e poderes nos céus conhecem, graças à Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, 11de acordo com o desígnio eterno que ele executou em Jesus Cristo, nosso Senhor. 12Em Cristo nós temos, pela fé nele, a liberdade de nos aproximar de Deus com toda confiança.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Is) 12,2-3.4bcd.5-6 (R: 3)

 

– Com alegria bebereis do manancial da salvação.
R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

– Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.

R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

– E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.

R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

– Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”.

R: Com alegria bebereis do manancial da salvação.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois, no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42.44).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 12,39-48

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 39“Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. 40Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. 41Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” 42E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? 43Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! 44Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45Porém, se aquele empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, 46o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis.
47Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. 48Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!”

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Santa Úrsula

- por Pe. Alexandre

Úrsula nasceu no ano 362, filha dos reis da Cornúbia, na Inglaterra. A fama de sua beleza se espalhou e ela passou a ser desejada por vários pretendentes (embora Úrsula tenha feito um voto secreto de consagração total a Deus). Seu pai acabou aceitando a proposta de casamento feita pelo duque Conanus, um general de exército pagão, seu aliado.

Úrsula fora educada nos princípios cristãos. Por isso ficou muito triste ao saber que seu pretendente era pagão. Quis recusar a proposta mas, conforme costume da época, deveria acatar a decisão de seu pai. Pediu, então, um período de três anos para se preparar. Ela esperava converter o general Conanus durante esse tempo, ou então, encontrar um meio de evitar o casamento. Mas não conseguiu nem uma coisa, nem outra.

Conforme o combinado, ela partiu para as núpcias, viajando de navio, acompanhada de onze jovens, virgens como ela, que iriam se casar com onze soldados do duque Conanus. Há lendas e tradições que falam em onze mil virgens, ao invés de onze apenas. Mas outros escritos da época e pesquisas arqueológicas revelaram que foram mesmo onze meninas.

Foram navegando pelo rio Reno e chegaram a Colônia, na Alemanha. A cidade havia sido tomada pelo exército de Átila, rei dos hunos. Eles mataram toda a comitiva, sobrando apenas Úrsula, cuja beleza deixou encantado ao próprio Átila. Ele tentou seduzi-la e lhe propôs casamento. Ela recusou, dizendo que já era esposa do mais poderoso de todos os reis da Terra, Jesus Cristo. Átila, enfurecido, degolou pessoalmente a jovem, no dia 21 de outubro de 383. Em Colônia, uma igreja guarda o túmulo de Santa Úrsula e suas companheiras.

Durante a Idade Média, a italiana Ângela de Mérici, fundou a Companhia de Santa Úrsula, com o objetivo de dar formação cristã a meninas. Seu projeto foi que essas futuras mamães seriam multiplicadoras do Evangelho, catequizando seus próprios filhos. Foi um avanço, tendo em vista que nesta época a preocupação com a educação era voltada apenas para os homens. Segundo a fundadora, o nome da ordem surgiu de uma visão que ela teve.

Atualmente as Irmãs Ursulinas, como são chamadas as filhas de Santa Ângela, estão presentes nos cinco continentes, mantendo acesas as memórias de Santa Ângela e Santa Úrsula.

Santa Úrsula, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

51. MUITO LHE SERÁ PEDIDO

– Responsabilidade pelas graças recebidas.

– Responsabilidade no trabalho. Prestígio profissional.

– Responsabilidade no apostolado.

I. DEPOIS DE JESUS ter falado sobre a necessidade de se estar vigilante, Pedro perguntou-lhe se se referia a eles, aos mais íntimos, ou a todos1. E o Senhor voltou a insistir em que o momento em que Deus nos chamará para prestarmos contas da herança que recebemos é imprevisível: pode acontecer na segunda vigília ou na terceira…, a qualquer hora.

Por outro lado, respondendo a Pedro, esclarece que o seu ensinamento se dirige a todos, e que Deus pedirá contas a cada um conforme as suas circunstâncias pessoais e as graças que recebeu. Todos temos que cumprir uma missão aqui na terra, e dela teremos que responder no fim da nossa vida. Seremos julgados conforme os frutos, abundantes ou escassos, que tenhamos produzido. O Apóstolo São Paulo recordará aos cristãos dos primeiros tempos: É necessário que todos nós compareçamos diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba o que é devido pelas boas ou más obras que tenha feito enquanto esteve revestido do seu corpo2.

O Senhor termina as suas palavras com esta consideração: A todo aquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido, e àquele a quem muito foi confiado, muito lhe será pedido. Quanto nos foi confiado? Quantas graças, destinadas a outros, quis o Senhor que passassem pelas nossas mãos? Quantos dependem da minha correspondência pessoal às graças que recebo? Esta passagem do Evangelho que lemos na Missa é um forte apelo à responsabilidade, pois todos recebemos muito. “Cada homem, cada mulher – escreve um literato – é como um soldado que Deus destaca para velar por uma parte da fortaleza do Universo. Uns estão nas muralhas e outros no interior do castelo, mas todos devem ser fiéis ao seu posto de sentinela e não abandoná-lo nunca; caso contrário, o castelo ficará exposto aos assaltos do inferno”.

O homem e a mulher responsáveis não se deixam anular por um falso sentimento de incapacidade pessoal. Sabem que Deus é Deus e que eles, pelo contrário, são um monte de fraquezas; mas isso não os retrai da sua missão na terra que, com a ajuda da graça, se converte numa bênção de Deus: na fecundidade da família, que se prolonga muito além daquilo que os pais podem divisar com o seu olhar; na paternidade ou maternidade espiritual, que se cumpre de uma maneira toda particular naqueles que receberam de Deus uma chamada para uma entrega total, e que tem uma imensa transcendência para toda a Igreja e para a humanidade…, no cumprimento dos afazeres diários – para todos –, através dos quais se realiza plenamente a vocação cristã.

“És, entre os teus, alma de apóstolo, a pedra caída no lago. – Provoca, com o teu exemplo e com a tua palavra, um primeiro círculo…; e este, outro… e outro, e outro… Cada vez mais largo.

“Compreendes agora a grandeza da tua missão?”3

II. A RESPONSABILIDADE – capacidade de dar uma resposta a Deus – é sinal da dignidade humana: só uma pessoa livre pode ser responsável, escolhendo em cada momento, entre as várias possibilidades, aquela que é mais consentânea com o querer divino e, portanto, com a sua própria perfeição4.

A responsabilidade de uma pessoa que vive no meio do mundo gira em boa parte em torno do seu trabalho profissional, através do qual dá glória a Deus, serve a sociedade, consegue os meios necessários para o sustento da família e realiza o seu apostolado pessoal.

Durante o seu curto pontificado, João Paulo I contou numa ocasião um episódio ocorrido com um professor de muito prestígio da Universidade de Bolonha. Certa vez, o professor foi chamado pelo ministro da Educação que, depois de conversar com ele, o convidou a permanecer mais um dia em Roma. O professor respondeu: “Não posso, amanhã tenho que dar uma aula na Universidade e os alunos me esperam”. O ministro disse-lhe: “Eu o dispenso”. E o professor: “O senhor pode dispensar-me, mas eu não me dispenso”5. Era sem dúvida um homem responsável. Era daqueles, comentava o Pontífice, que podiam dizer: “Para ensinar latim a João, não basta conhecer o latim; é necessário também conhecer e amar João”. E também: “A lição vale o que valer a preparação”. Certamente, era um homem que amava muito o seu trabalho. Quantas vezes teremos de dizer: “Eu não me dispenso”…, ainda que as circunstâncias nos dispensem!

O sentido de responsabilidade levará o cristão a lavrar um prestígio profissional sólido se ainda está estudando ou formando-se no seu ofício, a conservá-lo se se encontra em pleno exercício da profissão, e a cumprir e exceder-se nessas tarefas. Isto é válido também para a mãe de família, para o catedrático, para o escriturário, etc.

“Quando a tua vontade fraquejar diante do trabalho habitual, lembra-te uma vez mais daquela consideração: «O estudo, o trabalho, é parte essencial do meu caminho. O descrédito profissional – conseqüência da preguiça – anularia ou tornaria impossíveis as minhas tarefas de cristão. Necessito – assim Deus o quer – do ascendente do prestígio profissional, para atrair e ajudar os outros».

“Não duvides: se abandonas o teu trabalho, afastas-te – e afastas outros – dos planos divinos!”6

III. A TODO AQUELE a quem muito foi dado… Pensemos nas inúmeras graças que recebemos ao longo da nossa vida – longa ou curta –, naquelas que conhecemos palpavelmente e nessa infinidade de dons que nos são desconhecidos. Pensemos nos bens que teríamos de repartir a mãos cheias: alegria, cordialidade, ajudas pequenas, mas constantes… Meditemos hoje se a nossa vida é uma verdadeira resposta ao que Deus espera de nós.

Na parábola que lemos na passagem do Evangelho de hoje, o Senhor fala de um servo irresponsável que tinha como justificativa para a sua má administração uma idéia errada: O meu senhor tarda em vir. O Senhor já chegou e está todos os dias entre nós. É para Ele que dirigimos diariamente o nosso olhar, a fim de nos comportarmos como filhos diante do Pai, como um amigo diante do Amigo. E quando um dia, no fim da vida, tivermos que prestar contas de como administramos os bens que nos foram confiados, o nosso coração se encherá de alegria ao ver essa fila interminável de pessoas que, com a graça e o nosso empenho, se aproximaram do Senhor. Compreenderemos que as nossas ações foram como “a pedra caída no lago”, pois tiveram uma imensa ressonância à nossa volta. Tudo isso graças à fidelidade diária aos nossos deveres – talvez não muito brilhantes externamente –, à oração e ao apostolado simples, mas firme e constante, com os amigos, com os parentes, com aqueles que passaram perto da nossa vida.

O próprio Jesus anunciou aos seus discípulos: Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará outras ainda maiores, porque eu vou para o Pai7. Santo Agostinho comenta assim estas palavras do Senhor: “Aquele que crê em mim não será maior do que Eu; mas Eu farei então coisas maiores que as que faço agora; farei mais através daquele que crê em mim do que faço agora por mim mesmo”8. Quantas maravilhas não leva o Senhor a cabo através da nossa pequenez, quando nós o deixamos agir!

As obras ainda maiores a que o Senhor alude “consistem essencialmente em dar aos homens a vida divina, a força do Espírito Santo e, portanto, a sua adoção como filhos de Deus […]. Com efeito, Jesus diz: porque eu vou para o Pai. A partida de Jesus não interrompe a sua atividade salvadora: assegura o seu crescimento e expansão; não significa que o Senhor se separa dos seus eleitos, mas que está presente neles, de um modo real, ainda que invisível. A unidade com Ele – ressuscitado – é o que os torna capazes de realizar obras ainda maiores, de reunir os homens com o Pai e entre si […]. De nós depende que Jesus volte a passar pela terra para cumprir a sua obra: Ele atua através de nós, se o deixamos agir.

“Para vir pela primeira vez à terra, Deus pediu o consentimento de Maria, criatura como nós. Maria acreditou: deu o seu consentimento total aos planos do Pai. E qual foi o fruto da sua fé? Pelo seu “sim”, o Verbo se fez carne nEla (Jo 1, 14) e tornou-se possível a salvação da humanidade”9. Pedimos também a Nossa Senhora que nos ajude a cumprir tudo aquilo que o seu Filho nos encomendou: um apostolado eficaz no ambiente em que nos encontramos.

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