19 de Agosto de 2020

20a semana comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – XX SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

– Ó Deus nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10).

 

Oração do dia

– Ó Deus preprastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ez 34,1-11

– Leitura da profecia de Eze­quiel: 1A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 2“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel! Profetiza, dizendo-lhes: Assim fala o Senhor Deus aos pastores: Ai dos pastores de Israel, que se apascentam a si mesmos! Não são os pastores que devem apascentar as ovelhas? 3Vós vos alimentais com o seu leite, vestis a sua lã e matais os animais gordos, mas não apas­centais as ovelhas. 4Não fortale­cestes a ovelha fraca, não curas­tes a ovelha doente, nem enfai­xastes a ovelha ferida. Não trou­xestes de volta a ovelha extraviada, não pro­cu­rastes a ovelha perdida; ao contrário, do­minastes sobre elas com dureza e brutalidade. 5As ovelhas dispersaram-se por falta de pastor, tornando-se presa de todos os animais selvagens. 6Minhas ovelhas vaguearam sem rumo por todos os montes e colinas elevadas. Dispersaram-se minhas ovelhas por toda a extensão do país, e ninguém perguntou por elas, nem as procurou. 7Por isso, ó pastores, escutai a palavra do Senhor: 8Eu juro por minha vida – oráculo do Senhor Deus – já que minhas ovelhas foram entregues à pilhagem e se tornaram presa de todos os animais selvagens, por falta de pastor; e porque os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas, mas apascentaram-se a si mesmos e não as ovelhas, 9por isso, ó pastores, escutai a palavra do Senhor!  10Assim diz o Senhor Deus: Aqui estou para enfrentar os pastores e reclamar deles as minhas ovelhas. Vou tirar-lhes o ofício de pastor, e eles não mais poderão apascentar-se a si mesmos. Vou libertar da boca deles as minhas ovelhas, para não mais lhes servirem de alimento. 11Assim diz o Senhor Deus: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 23,1-6 (R: 1)

 

– O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejan­tes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha e restaura as minhas forças.

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.

R:O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

– Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– A palavra do Senhor é viva e eficaz: ela julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 20,1-16a

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. 2Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. 3Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, 4e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’.
5E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. 6Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ 7Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. 8Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ 9Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. 10Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles recebeu uma moeda de prata. 11Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: 12‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. 13Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? 14Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. 15Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ 16aAssim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São João Eudes

- por Pe. Alexandre

O santo deste dia foi definido por São Pio X como “autor, pai, doutor, apóstolo, promotor e propagandista da devoção litúrgica aos sagrados Corações de Jesus e Maria”. São João Eudes nasceu na Normandia, em 1601, num tempo em que o século XVII estava sendo marcado pelo jansenismo, quietismo e filosofismo.

Ao viver numa família religiosa, João estranhou quando externando seu desejo de consagrar-se a Deus encontrou barreiras com o seu pai, que não foram maiores do que o chamado do Senhor, por isto com 24 anos estava sendo ordenado Sacerdote. Homem de Deus, soube colher e promover os frutos do Espírito para a época, tanto assim que foi importantíssimo para a renovação e formação do Clero, evangelização das massas rurais e difusão da espiritualidade centrada nos Corações de Jesus e de Maria, a qual venceu com o amor afetivo de Deus as friezas e tentações da época.

São João Eudes, com suas inúmeras missões e escritos, influenciou fortemente todo o seu país e o mundo cristão. Depois de fundar a Congregação de Jesus e Maria (Eudistas), ao lado do ramo feminino chamada Refúgio de Nossa Senhora da Caridade, São João Eudes entrou no Céu em 1680 e foi canonizado em 1925.

São João Eudes, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

69. EM TODAS AS HORAS

– Todos recebem uma chamada do Senhor para trabalhar na sua vinha, para corredimir com Ele o mundo.

– Qualquer hora e circunstância é boa para o apostolado. O exemplo dos primeiros cristãos.

– Todos os que tenham passado perto de nós deveriam poder dizer que se sentiram movidos a viver mais perto de Cristo.

I. NO EVANGELHO DA MISSA1, o Senhor compara‑se a um pai de família que sai a diferentes horas do dia para contratar operários para trabalharem na sua vinha: ao amanhecer, à hora terça, sexta, nona… Com os primeiros – os que foram contratados em primeiro lugar – combinou o salário de um denário. Os outros foram contratados pelo preço justo. Quando já estava próximo o final da jornada, à hora undécima, o pai de família saiu novamente e encontrou outros que estavam sem trabalhar e disse‑lhes: Por que estais aqui todo o dia ociosos? E eles responderam‑lhe: Porque ninguém nos contratou. E enviou‑os também para trabalharem na sua vinha.

O Senhor quer dar‑nos um ensinamento fundamental: todos os homens recebem uma chamada da parte de Deus. Uns, no amanhecer das suas vidas, quando são jovens, e sobre eles recai uma especial predileção divina por terem sido chamados tão cedo. Outros, quando já percorreram uma boa parte do caminho. E todos, em circunstâncias bem diversas: as que se dão no mundo em que vivemos. O denário que todos recebem ao terminar o dia – ao concluírem a jornada da sua vida – é a glória eterna, a participação na própria vida de Deus2, numa felicidade sem fim, bem como a alegria incomparável, já aqui, de trabalharem para o Mestre, de consumirem a vida por Cristo.

Trabalhar na vinha do Senhor, em qualquer idade em que nos encontremos, é colaborar com Cristo na Redenção do mundo: difundindo a sua doutrina em qualquer ocasião; participando de alguma catequese ou trabalho de formação; animando este ou aquele a cumprir o preceito dominical e a freqüentar os sacramentos; sugerindo a outros a leitura do Evangelho e de algum livro espiritual; contribuindo economicamente para criar novos instrumentos apostólicos; propondo a algum amigo, com a prudência necessária e depois de pedir insistentemente luzes na oração, a possibilidade de entregar‑se mais plenamente a Deus…

Quem se sente chamado a trabalhar na vinha do Senhor deve, de modos muito diversos, “participar no desígnio divino da salvação. Deve caminhar para a salvação e ajudar os outros a salvar‑se. Ajudando os outros, salva‑se a si próprio”3.

Não seria possível caminharmos em seguimento de Cristo se ao mesmo tempo não transmitíssemos a alegre notícia da sua chamada a todos os homens, “pois quem nesta vida só procura o seu próprio interesse não entrou na vinha do Senhor”4. Trabalham por Cristo os que “se desvivem por conquistar as almas e se apressam a levar outros à vinha”5.

II. O SENHOR SAI a diferentes horas para contratar trabalhadores para a sua vinha. Qualquer hora, qualquer momento é bom para o apostolado, para levar trabalhadores à vinha do Senhor, a fim de que sejam úteis e dêem fruto. Deus chama a cada um de acordo com as suas circunstâncias pessoais, com o seu modo de ser peculiar, com os seus defeitos e também com a capacidade de adquirir novas virtudes. Mas são incontáveis os que talvez morram sem saber que Cristo vive e que traz a salvação a todos, porque ninguém lhes transmitiu a chamada do Senhor. Como podemos, portanto, ficar parados sem falar de Deus? “Talvez me digas: E por que havia eu de me esforçar? Não sou eu quem te responde, mas São Paulo: o amor de Cristo nos compele (2 Cor V, 14). Todo o espaço de uma existência é pouco para dilatares as fronteiras da tua caridade”6.

Os primeiros cristãos aprenderam bem que o apostolado não tem limites de pessoas, lugares ou situações. Era freqüente começarem pela própria família: “Aos servos e servas, bem como aos filhos, se os têm, persuadem‑nos a fazer‑se cristãos pelo amor que têm por eles, e quando se fazem tais, chamam‑nos irmãos sem distinção”7. Foram inúmeras as famílias que, do mais humilde dos servos até os filhos ou os pais, receberam a fé e viveram no amor a Cristo. Depois, foi a vez dos vizinhos, dos clientes ou dos companheiros de ofício ou de armas… A vida dos acampamentos, as próprias virtudes militares e bem cedo o testemunho dos mártires favoreceram a expansão do Evangelho entre os soldados. O exército romano proporcionou incontáveis mártires na Itália, na África, no Egito e até nas margens do Danúbio. A última perseguição começou com uma depuração das legiões8.

Todas as situações eram boas para aproximar as almas de Cristo, mesmo as que humanamente poderiam parecer menos adequadas, como a de comparecer perante um tribunal. São Paulo, prisioneiro em Cesaréia, fala em defesa própria diante do procurador Festo e do rei Agripa. Descobre‑lhes os mistérios da fé de tal forma que, dizendo ele estas coisas em sua defesa (anunciando a ressurreição de Cristo), disse Festo em voz alta: Estás louco, Paulo; o muito saber desorienta o teu juízo. E comenta São Beda: “Considerava loucura que um homem posto a ferros não falasse das calúnias de que era acusado, mas das convicções que o iluminavam por dentro”9.

Mais tarde, Agripa dirá a Paulo: Por pouco não me persuades a fazer‑me cristão. E Paulo respondeu‑lhe: Prouvera a Deus que, por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos me ouvem se fizessem hoje como eu, menos estas cadeias10.

E nós, não saberemos levar, com paciência, com cordialidade, os nossos parentes, vizinhos, amigos… até o Senhor? O sentido apostólico da nossa vida será a medida do nosso amor por Cristo. Não desaproveitemos nenhuma ocasião: todas as horas são boas para levar operários até à vinha do Senhor. Todas as idades são boas para encher as mãos de frutos.

III. CAUSA SURPRESA ver o pai de família sair quase ao cair do dia, quando restava pouco tempo para trabalhar; e surpreende também ver como se justificaram os que a essa hora tardia vagueavam ociosos: Ninguém nos contratou, ninguém nos trouxe a boa notícia de que o dono do campo procurava operários para que trabalhassem na sua vinha. É a mesma resposta que dariam hoje muitos que foram batizados, mas que vegetam numa fé que vai murchando porque ninguém se preocupou com eles. “Tiveste uma conversa com este, com aquele, com aquele outro, porque te consome o zelo pelas almas […]. – Persevera: que ninguém possa depois desculpar‑se afirmando «quia nemo nos conduxit» – que ninguém nos chamou”11. Nenhum dos nossos parentes, amigos, vizinhos…, dos que passaram conosco uma só tarde ou fizeram conosco a mesma viagem, ou trabalharam na mesma empresa, ou estudaram na mesma Faculdade… deveria dizer que não se sentiu contagiado pelo nosso amor a Cristo. Quando o amor é grande, manifesta‑se na menor oportunidade.

Muitos sentir‑se‑ão atraídos pelas nossas palavras, que falam com vigor e com alegria do Mestre; outros serão ajudados pelo nosso exemplo de um trabalho bem acabado ou de serenidade perante a dor, ou talvez pelo nosso trato cordial, que mergulha as suas raízes na virtude da caridade… E todos notarão o impulso que lhes vem da nossa oração e da nossa profunda alegria, conseqüência de seguirmos o Senhor de perto. Seja como for, ninguém que nos tenha conhecido em qualquer circunstância deverá poder dizer ao concluir os seus dias que não teve quem se preocupasse com ele.

Os contratados no começo do dia protestaram quando chegou o momento de receberem o salário. Sem razão, porque receberam o que tinha sido combinado: um denário. Não compreenderam que servir o Senhor já é uma honra imerecida. Trabalhar para Cristo é reinar; e é motivo de ação de graças termos sido chamados da praça pública para as terras de Deus. Sendo apóstolos no meio do mundo, o próprio serviço a Deus é a nossa recompensa, porque, na realidade, não procuramos nada para nós mesmos: queremos apenas amar mais a Cristo e servi‑lo, convidando outros a trabalhar no seu campo. O Senhor nunca nos esquecerá. Devemos ter em conta que no denário do salário “está gravada a imagem do Rei”12: o próprio Deus se dá a cada um de nós nesta vida. E, ao entardecer, dar‑nos‑á uma glória sem fim: Cada um receberá segundo a medida do seu trabalho13.

“Vamos juntos à presença da Mãe de Cristo. Mãe nossa, tu, que viste crescer Jesus, que o viste aproveitar a sua passagem entre os homens, ensina‑me a utilizar os meus dias em serviço da Igreja e das almas. Mãe boa, ensina‑me a ouvir no mais íntimo do coração, como uma censura carinhosa, sempre que for necessário, que o meu tempo não me pertence, porque é do Pai Nosso que está nos Céus”14. Peçamos ajuda a São José para que nos ensine a gastar a vida no serviço a Jesus, enquanto realizamos com alegria os nossos afazeres no mundo.

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