12 de Agosto de 2020

19a semana comum Quarta-feira

- por Pe. Alexandre

QUARTA FEIRA – XIX SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

– Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

 

Oração do dia

– Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ez 9,1-7; 10,18-22

– Leitura da profecia de Eze­quiel: 9,1O Senhor gritou a meus ouvidos, com voz forte: “Aproxima-se o castigo da cidade! Cada um tenha sua arma destruidora na mão!” 2Então, eu vi seis homens vindo da porta superior, voltada para o norte, cada qual empunhando uma arma de destruição. Entre eles havia um homem vestido de linho, que levava um estojo de escriba na cintura. Eles foram colocar-se junto do altar de bronze. 3Então a glória do Deus de Israel elevou-se de cima do que­ru­bim sobre o qual estava, em direção à soleira do Templo. E chamou o homem vestido de linho, que levava um estojo de escriba à cintura. 4O Senhor disse-lhe: “Passa pelo meio da cidade, por Jerusalém, e marca com uma cruz na testa os homens que gemem e suspiram por causa de tantos horrores que nela se praticam”. 5E escutei o que ele dizia aos outros: “Percorrei a cidade atrás dele e matai sem dó nem piedade. 6Matai velhos, jovens e moças, mulheres e crianças, matai a todos, até o extermínio. Mas não toqueis em nenhum homem sobre quem estiver a cruz. Co­meçai pelo meu santuário”. E eles começaram pelos anciãos que estavam diante do Templo.
7Ele disse-lhe: “Profanai o Templo, enchei os átrios de cadáveres. Ide”. E eles saíram para matar na cidade! 10,18Então a glória do Senhor saiu da soleira do Templo e parou sobre os querubins. 19Os querubins levantaram suas asas e elevaram-se da terra à minha vista, partindo juntamente com eles as rodas. Eles pararam à entrada da porta oriental do Templo do Senhor, e a glória do Deus de Israel estava em cima deles. 20Eram estes os seres vivos que eu tinha visto debaixo do Deus de Israel, nas margens do rio Cobar, e compreendi que eram querubins. 21Cada um tinha quatro faces e quatro asas, e debaixo das asas, uma forma de mão humana. 22Suas faces eram semelhantes às faces que eu tinha visto junto ao rio Cobar. Cada um seguia em sua frente.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 113,1-6 (R: 4b)

 

– A glória do Senhor vai além dos altos céus.
R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.

– Louvai, louvai, ó servos do Senhor, louvai, louvai o nome do Senhor! Bendito seja o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade!

R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.

– Do nascer do sol até o seu ocaso, louvado seja o nome do Senhor! O Senhor está acima das nações, sua glória vai além dos altos céus.

R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.

– Quem pode comparar-se ao nosso Deus, ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono e se inclina para olhar o céu e a terra?

R: A glória do Senhor vai além dos altos céus.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação (2Cor 5,19).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18,15-20

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

 

Santa Joana Francisca de Chantal

- por Pe. Alexandre

Neste dia queremos lembrar a vida da santa Joana Francisca de Chantal, modelo de jovem, mãe, irmã e, por fim, de religiosa. Nasceu em Dijon, centro da França, em 1572 e foi pelas provações modelada até a santidade.

A mãe tão amada faleceu quando Joana era criança; o pai, homem de caráter exemplar, era presidente da câmara dos vereadores e por causa de maquinações políticas chegou a sofrer pobreza e muitas humilhações. Joana, que recebeu da família a riqueza da fé, deu com 5 anos um exemplo marcante quanto a presença de Jesus no Santíssimo Sacramente, pois falou a um calvinista que questionava o pai: “O Senhor Jesus Cristo está presente no Santíssimo Sacramento, porque Ele mesmo o disse. Se pretendeis não aceitar o que Ele falou, fazeis dele um mentiroso”.

Santa Joana Francisca com 20 anos casou-se com um Barão (Barão de Chantal), tiveram quatro filhos, e juntos começaram a educar os filhos, principalmente com o exemplo. Joana era sempre humilde, caridosa para com o esposo, filhos e empregados; amava e muito amada.

Tristemente perdeu seu esposo que foi vítima de um tiro durante uma caça e somente com a graça de Deus conseguiu perdoar os causadores, e corajosamente educar os filhos. Como santa viúva, Joana conheceu o Bispo Francisco de Sales que a assumiu em direção espiritual e encontrou na santa a pessoa ideal para a fundação de uma Ordem religiosa. Isto no ano de 1604. A partir disso, começou e se desenvolveu uma das mais belas amizades que se têm conhecido entre os santos da Igreja.

Santa Joana Francisca de Chantal, já com os filhos educados, encontrou resistência dos seus familiares, porém, diante do chamado de Cristo, tornou-se fundadora das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora. Seguindo o exemplo de Maria, a santa de hoje com suas irmãs fizeram um grande bem à sociedade e à toda Igreja. A longa vida religiosa da Senhora de Chantal foi cheia de trabalhos, sofrimentos e consolações. Faleceu em Moulins, no ano de 1641. Nessa época, já existiam na França noventa casas da sua Ordem.

São Francisco de Sales nunca abandonou a filha espiritual; sobreviveu-lhe ela dezenove anos e repousa a seu lado na capela da Visitação, em Annecy (local da fundação da primeira casa da Ordem das Irmãs da Visitação de Nossa Senhora).

No dia 12 de agosto de 1767, santa Joana Francisca de Chantal, foi canonizada para ser venerada como modelo de perfeição evangélica em todos os estados de vida.

Santa Joana Francisca de Chantal, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

60. O PODER DE PERDOAR OS PECADOS

– Promessa e instituição do sacramento da Penitência. Dar graças por este sacramento.

– Razões para esse agradecimento.

– Somente o sacerdote pode perdoar os pecados. A Confissão, um juízo misericordioso.

I. JESUS CONHECE BEM a nossa fraqueza e debilidade. Por isso instituiu o sacramento da Penitência. Quis que pudéssemos corrigir os nossos passos, quantas vezes fosse necessário; tinha o poder de perdoar os pecados e exerceu‑o freqüentes vezes: com a mulher surpreendida em adultério1, com o bom ladrão arrependido na cruz2, com o paralítico de Cafarnaum3… Veio procurar e salvar o que estava perdido4, também atualmente, nos nossos dias.

Os Profetas tinham preparado e anunciado esta reconciliação, totalmente nova, do homem com Deus. Assim o refletem as palavras de Isaías: Vinde e entendamo‑nos, diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam como o escarlate, tornar‑se‑ão brancos como a neve; e se forem roxos como o carmesim, ficarão brancos como a branca lã5. Foi essa também a missão de João Batista, que veio pregar um batismo de penitência para a remissão dos pecados6. Como pode então haver quem se estranhe de que a Igreja pregue a necessidade da Confissão?

Jesus revela especialmente a sua misericórdia na atitude que manifesta com os pecadores. “Eu tenho pensamentos de paz e não de aflição (Ier XXIX, 11), declarou Deus por boca do profeta Jeremias. A liturgia aplica essas palavras a Jesus, porque nEle se manifesta claramente que é assim que Deus nos ama. Não vem condenar‑nos, não vem lançar‑nos em rosto a nossa indigência ou a nossa mesquinhez: vem salvar‑nos, perdoar‑nos, desculpar‑nos, trazer‑nos a paz e a alegria”7.

O Senhor quis que o seu perdão estivesse ao alcance não só daqueles que o encontrassem pelos caminhos e cidades da Palestina, como também de todos os que viessem ao mundo ao longo dos séculos. Por isso conferiu aos Apóstolos e aos seus sucessores ao longo dos séculos o poder de perdoar os pecados. Prometeu‑o de modo solene a Pedro, quando este o reconheceu como Messias8, e pouco tempo depois – lemos hoje no Evangelho da Missa9 – estendeu‑o aos demais Apóstolos: Tudo o que atardes na terra será atado também nos céus; e tudo o que desatardes na terra será desatado também nos céus. A promessa tornou‑se realidade no próprio dia da Ressurreição: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser‑lhes‑ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser‑lhes‑ão retidos10. Foi o primeiro presente de Cristo à sua Igreja.

O sacramento da Penitência é uma portentosa expressão do amor e da misericórdia de Deus para com os homens. “Porque Deus, mesmo ofendido, continua a ser nosso Pai; mesmo irritado, continua a amar‑nos como filhos. Só procura uma coisa: não ter de castigar‑nos pelas nossas ofensas, ver que nos convertemos e lhe pedimos perdão”11. Vamos dar graças ao Senhor na nossa oração de hoje pelo dom tão grande que significa podermos ser perdoados dos nossos erros e misérias.

II. O INCOMPARÁVEL BEM que o Senhor nos concedeu ao instituir o sacramento da Penitência resulta de muitos aspectos cuja consideração nos ajudará a ser agradecidos ao Senhor e a amar cada vez mais este sacramento.

Em primeiro lugar, a Confissão não é um mero remédio espiritual que o sacerdote possua para curar a alma doente ou mesmo morta para a vida da graça. Isso é muito, mas o nosso Pai‑Deus achou pouco. E assim como o pai da parábola não concedeu o perdão ao seu filho por meio de um emissário, mas correu em pessoa ao seu encontro, assim o Senhor, que anda em busca do pecador, faz‑se presente e abre‑nos os braços na pessoa do confessor. É o próprio Cristo quem nos absolve através do sacerdote, porque todo o sacramento é uma ação de Cristo. Na Confissão, encontramos Jesus12, como o encontrou o bom ladrão, ou a mulher pecadora, ou a samaritana, e tantos outros…; como o encontrou o próprio Pedro, depois das suas negações.

Também temos que dar graças pela universalidade deste poder concedido à Igreja na pessoa dos Apóstolos e dos seus sucessores. O Senhor está disposto a perdoar tudo, de todos e sempre, se encontra as devidas disposições. “A onipotência de Deus – diz São Tomás – manifesta‑se sobretudo no ato de perdoar e usar de misericórdia, porque a maneira que Deus tem de demonstrar o seu poder supremo é perdoar livremente”13.

Jesus diz‑nos: Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância14. Na Confissão, dá‑nos a oportunidade de esvaziarmos a alma de toda a imundície, de limpá‑la bem: “Pensa que Deus quer que transbordes de mel: se estás cheio de vinagre, onde irá depositar o mel? Primeiro, é necessário esvaziar o recipiente daquilo que contém […]: é preciso limpá‑lo, ainda que com custo, à força de esfregá‑lo, para que seja capaz de receber essa realidade misteriosa”15.

Com esse pequeno esforço, que consistirá num exame de consciência diligente, na dor e nos propósitos de emenda bem feitos, sempre em torno da recepção freqüente do sacramento, o Espírito Santo irá forjando na nossa alma a delicadeza de consciência: não a consciência escrupulosa, que vê pecado onde não há, mas a finura interior que fortalece a decisão de abominar o pecado mortal e de fugir das ocasiões de cometê‑lo, ao mesmo tempo que faz crescer o sincero empenho em detestar o pecado venial. Deste modo, a Confissão robustece‑nos a confiança na luta, e quem a pratica nota que se trata sem dúvida do “sacramento da alegria”16.

Com a eficácia silenciosa da sua ação incessante, o Espírito Santo vai‑nos dando através do sacramento da Penitência o “sentido do pecado”: ensina‑nos a doer‑nos mais, a avaliar com outra profundidade o que significa ofender a Deus, e infunde em nós um espírito filial de desagravo e de reparação. Por isso, a confissão pontual, contrita, bem preparada, é uma manifestação inequívoca do espírito de penitência. Agradeçamos ao Espírito Santo que tenha incutido nos Pastores da Igreja a preocupação de fomentar a prática da Confissão freqüente17: com ela, progredimos na humildade, combatemos com eficácia os maus costumes – até desarraigá‑los –, enfrentamos os focos de tibieza, robustecemos a vontade e a graça santificante aumenta em nós em virtude do próprio sacramento18. Quantos benefícios o Senhor nos concede através deste sacramento!

III. O PODER DE PERDOAR os pecados foi confiado aos Apóstolos e aos seus sucessores19. Só quem recebeu a Ordem sacramental tem a faculdade de perdoar os pecados. São Basílio compara a Confissão ao cuidado dos doentes, comentando que, assim como nem todos conhecem as doenças do corpo, também as doenças da alma não podem ser curadas por qualquer um20. Mas, à diferença dos médicos, esse poder não vem ao sacerdote da sua ciência, nem do seu prestígio, nem da comunidade, mas direta e gratuitamente de Deus, através do sacramento da Ordem.

Por disposição divina, para melhor ajudar o penitente a ser sincero e a aprofundar nas raízes da sua conduta, bem como para defender a pureza do Corpo Místico de Cristo, o confessor, que está no lugar de Cristo, deve julgar as disposições do pecador – a dor e o propósito de emenda – antes de admiti‑lo pela absolvição a uma comunhão mais plena com a Igreja. Por isso, o sacramento da Penitência é um verdadeiro julgamento a que o pecador se submete21; mas é um julgamento que tem por fim o perdão daquele que se declara culpado. “Repara que entranhas de misericórdia tem a justiça de Deus! – Porque, nos julgamentos humanos, castiga‑se a quem confessa a sua culpa; e no divino, perdoa‑se. – Bendito seja o Sacramento da Penitência!”22

O sacerdote não poderia absolver quem não estivesse arrependido do seu pecado; não pode absolver aquele que se nega a restituir o que roubou, podendo fazê‑lo; aquele que não se decide a abandonar a ocasião próxima de pecado; e, em geral, os que não se propõem seriamente afastar‑se do pecado e emendar a sua vida. Eles próprios se excluem desta fonte de misericórdia.

O julgamento efetuado neste sacramento é, de certo modo, uma antecipação e preparação do juízo definitivo que terá lugar no fim da vida. Então compreenderemos em toda a sua profundidade a graça e a misericórdia de que Deus usou conosco nos momentos em que os nossos pecados foram perdoados. O nosso agradecimento será então sem limites, e manifestar‑se‑á em dar glória a Deus eternamente pela sua grande misericórdia. Mas o Senhor quer que sejamos também agradecidos nesta vida. Demos‑lhe graças e peçamos‑lhe que nunca faltem na sua Igreja sacerdotes santos, dispostos a administrar este sacramento com todo o amor e dedicação.

 

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