18 de Maio de 2020
6a Semana de Páscoa- Segunda-feira
- por Pe. Alexandre
SEGUNDA FEIRA DA VI SEMANA DA PÁSCOA
(Branco, ofício do dia)
Antífona de entrada
– Cristo, ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não tem mais poder sobre ele, aleluia! (Rm 6,9)
Oração do dia
– Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: At 16,11-15
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: 11Embarcamos em Trôade e navegamos diretamente para a ilha de Samotrácia. No dia seguinte, ancoramos em Neápolis, 12de onde passamos para Filipos, que é uma das principais cidades da Macedônia, e que tem direitos de colônia romana. Passamos alguns dias nessa cidade. 13No sábado, saímos além da porta da cidade para um lugar junto ao rio, onde nos parecia haver oração. Sentados, começamos a falar com as mulheres que estavam aí reunidas. 14Uma delas chamava-se Lídia; era comerciante de púrpura, da cidade de Tiatira. Lídia acreditava em Deus e escutava com atenção. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de Paulo. 15Após ter sido batizada, assim como toda a sua família, ela convidou-nos: “Se vós me considerais uma fiel do Senhor, permanecei em minha casa”. E forçou-nos a aceitar.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 149,1-2.3-4.5-6a.9b (R: 4a)
– O Senhor ama seu povo de verdade.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!
R: O Senhor ama seu povo de verdade.– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória aos seus humildes.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca, eis a glória para todos os seus santos.
R: O Senhor ama seu povo de verdade.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Espírito Santo, a verdade, dará testemunho de mim; depois, também vós neste mundo, de mim ireis testemunhar (Jo 15,26)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 15,26-16,4a
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. 27E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. 16,1Eu vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. 2Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. 3Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. 4aEu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João I
- por Pe. Alexandre
O santo de hoje governou a Igreja por apenas dois anos e meio. Foi eleito Papa em 523. Nasceu na Toscana, Florência, no século V. De Florência foi para Roma e tornou-se um sacerdote, um presbítero cardeal. Com a morte do Papa, ele foi eleito o sucessor de Pedro.
Marcou a Igreja com muitos trabalhos pastorais, foi o precursor do canto gregoriano e da restauração de muitas igrejas, mas o objetivo dele como Papa foi de confirmar a fé dos irmãos; sem dúvida nenhuma, era o serviço da salvação das almas.
Papa João I viveu num tempo e contexto político-religioso complexo. Quem reinava na Itália era Teodorico, um cristão ariano, ou seja, não era fiel à doutrina católica, mas se dizia cristão. Por outro lado, existia um conflito entre Teodorico e Justino; e os dois imperadores se chocavam. No meio desse contexto complexo, a vítima foi o Papa João I, que foi forçado por Teodorico a uma missão. Nunca um Papa tinha saído da Itália; ele foi o primeiro.
A missão não agradou, porque Teodorico queria que o Papa fosse o porta-voz de uma mensagem ariana, por interesses econômicos e políticos. Mas o que podemos perceber é que este homem santo, autoridade máxima da Igreja de Cristo, não perdeu sua paz, não perdeu sua obediência a Deus. Tornou-se santo em meio aos conflitos.
Ele viveu uma vida de oração, uma vida penitencial, oferecendo e sempre buscando ser dócil à vontade de Deus. Papa João I, por causa do ódio de Teodorico, foi aprisionado para morrer de fome e de sede. Foi mártir.
Hoje, podemos recordar este Pastor da Igreja como o pastor que, a exemplo de Cristo, deu a vida pelo rebanho.
São João I, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Quando vier o Paráclito… (Jo 15,26 – 16,4a)
Esta frase de Jesus é uma seta arremessada para o futuro. Desde então, sua Igreja viverá sempre como um arco tenso apontado para o “pleroma”, quando o Universo inteiro estará repleto da presença de Deus, sem nenhuma sombra do erro e do mal.
Sem dúvida, Jesus se refere de modo especial à próxima vinda do Espírito Santo, na manhã de Pentecostes, com vento e fogo (cf. At 2), para dar à primeira comunidade cristã o “poder” (cf. At 1,8) que lhe permitirá cumprir sua missão evangelizadora. Basta folhear as páginas do livro dos Atos dos Apóstolos para verificar – não sem uma dose de espanto! – a notável co-operação do Espírito divino com as primeiras testemunhas do Salvador.
Mas não se esgota aí o olhar da Igreja para este tempo gravado na promessa: “quando vier o Paráclito”. Se fosse assim, viveríamos apenas do passado. Ao contrário, em cada época, em cada geração, em cada vida humana repete-se a expectativa da mesma “Vinda” do Espírito. Aqui e ali, registram-se reavivamentos e novos sopros do Espírito. É nesse mesmo Paráclito que a Igreja respira e se inspira para encontrar o rumo em cada reviravolta da História dos homens, que é também a História da Salvação.
Quando nossos jovens são preparados para a Crisma, o Sacramento da Confirmação, nós precisamos acender em cada um deles a viva chama dessa expectativa. Como atletas na linha de partida, precisam ficar atentos ao sinal de largada. E sem as moções do Espírito Santo, correrão em círculos…
Cabe um olhar atento sobre nossas comunidades. Vivemos no Espírito? Arde em nós a chama dos primeiros discípulos? Somos cristãos em missão? Ou a rotina nos transformou em meros burocratas, executando tarefas previsíveis que são mais um fardo que um desafio?
Vale insistir em perguntas. Quem nos vê percebe algo diferente do comportamento dos novos pagãos? Nossos objetivos são diferentes? Nossos programas são diferentes? Nossas motivações são outras?
Se a diferença se apaga, se os contrastes se anulam, é que a chama do Espírito já foi sufocada em nós. Deixamos que o “espírito” do mundo nos conformasse (cf. Rm 12,2) a seus valores e interesses. Assim, já não incomodamos, não chamamos a atenção, não fazemos diferença…
Ah! Quando o Paráclito vier, teremos como respirar, como nos inspirar. E, enquanto não vem, ao menos devemos suspirar…
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