07 de Janeiro de 2019

Segunda-feira depois da Epifania

- por Padre Alexandre Fernandes

Antífona da entrada

 

– Raiou para nós um dia de bênçãos: vinde, nações, e adorai o Senhor; grande luz desceu sobre a terra!

 

Oração do dia

 

– Nós vos pedimos, ó Deus, que o esplendor da vossa glória ilumine os nossos corações para que, passando pelas trevas deste mundo, cheguemos à pátria da luz que não se extingue. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Jo 3, 22-4,6

 

– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 22qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu.24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu. 4,1Caríssimos, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus, pois muitos falsos profetas vieram ao mundo. 2Este é o critério para saber se uma inspiração vem de Deus: todo espírito que leva a professar que Jesus Cristo veio na carne é de Deus; 3e todo espírito que não professa a fé em Jesus não é de Deus; é o espírito do Anticristo. Ouvistes dizer que o Anticristo virá; pois bem, ele já está no mundo.4Filhinhos, vós sois de Deus e vós vencestes o Anticristo. Pois convosco está quem é maior do que aquele que está no mundo. 5Os vossos adversários são do mundo; por isso, agem conforme o mundo, e o mundo lhes presta ouvidos. 6Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus, escuta-nos; quem não é de Deus não nos escuta. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 2,7-8.10-11 (R: 8a)

 

– Eu te darei por tua herança os povos todos.
R: Eu te darei por tua herança os povos todos.

– O decreto do Senhor promulgarei, foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és o meu Filho, e eu hoje te gerei”!  

R: Eu te darei por tua herança os povos todos.

 

– Podes pedir-me, e em resposta eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio.

R: Eu te darei por tua herança os povos todos.

– E agora, poderosos, en­tendei; soberanos, aprendei esta lição: Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória e prestai-lhe homenagem com respeito!

R: Eu te darei por tua herança os povos todos.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 – Jesus pregava a boa-nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (Mt 4,23).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt  4, 12-17.23-25

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, 12Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. 13Deixou Na­zaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, 14no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 15“Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! 16O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”. 17Daí em diante, Jesus começou a pregar, dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. 23Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo. 24E sua fama espalhou-se por toda a Síria. Levaram-lhe todos os doentes, que sofriam diversas enfermidades e tormentos: endemoninhados, epilépticos e paralíticos. E Jesus os curava. 25Numerosas multidões o seguiam, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia, e da região além do Jordão.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

São Raimundo de Peñafort

- por Padre Alexandre Fernandes

São Raimundo de Penãfort foi fiel aquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja

Nasceu no castelo de Peñafort, Barcelona, Espanha, no ano de 1175. Desde cedo, muito dedicado aos estudos, ele se especializou em Bolonha, na Itália, na universidade onde se tornou também um reconhecido mestre. Deixou aquela realidade que tanto amava para obedecer ao Bispo de Barcelona que o queria como cônego. Ele prestou esse serviço até discernir seu chamado à vida religiosa, quando entrou para a família dominicana e continuou em vários cargos de formação, mas aberto à realidade e às necessidades da Igreja, onde exerceu o papel de teólogo do Cardeal-bispo de Sabina; também foi legado na região de Castela e Aragão; depois, transferido para Roma, ocupou vários cargos.

Ele não buscava nem tinha em mente um projeto de ocupar este ou aquele serviço, mas foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja. Na Cúria Romana, quantos cargos ligados a Teologia, Direito Canônico! Um homem de prudência, de governo. Seu último cargo foi de penitencieiro-mor do Sumo Pontífice. Quiseram até escolhê-lo como Arcebispo, mas, nesta altura, ele voltou para a Espanha; quis viver em seu convento, em Barcelona, como um simples frade, mas fossem os reis, o Papa e tantos outros sempre recorriam ao seu discernimento.

São Raimundo escreveu a respeito da casuística. Enfim, pelos escritos e pelos ensinos, ele investia numa ação de mestres e missionários, pois tinha consciência de que precisava de missionários bem formados para que a evangelização também fluísse. Ele não fez nada sozinho, contou com a ajuda de São Tomás de Aquino, ajudou outros a discernir a vontade do Senhor, como São Pedro Nolasco, que estava discernindo a fundação de uma nova ordem consagrada a Nossa Senhora das Mercês – os mercedários. Homem humilde que se fez servo, foi escolhido como Superior Geral dos Dominicanos. Homem de pobreza, de obediência e pureza; homem de oração. Por isso, os santos como São Raimundo, um exemplo. Faleceu em Roma, em 1275; cem anos consumindo-se pela obra do Senhor.

São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!

FONTE: Canção Nova 

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Levaram-lhe todos os doentes… (Mt 4,12-17.23-25)

 

            Sim, todos! Com todo tipo de doença: “diversas enfermidades e tormentos, possessos, epiléticos e paralíticos. E ele os curava” (v. 24b). Nada escapa à força curativa de Jesus: o mal físico, o psicossomático, o espiritual. Não admira que as multidões corram em sua perseguição!

 

            Hoje, tempos de racionalismo, crescem as vozes que pretendem “reservar” os doentes para a medicina oficial, seja a particular (fora do alcance do povo), seja a pública (incapaz de curar nossas gripes). Mas Jesus, o médico, continua à nossa disposição.

 

            Um sacerdote africano, Moussa Serge Traore, nascido em Burkina Faso, com longa experiência pastoral, fala do toque curativo de Deus:

 

            “Muitas pessoas na Bíblia foram curadas de suas enfermidades ao tocarem Deus”. Em princípio, a expressão “tocar Deus” não pode ser dita. O homem não pode tocar a Deus. Pode a humanidade tocar a divindade? Além disso, Deus pode curar só com a palavra. Pode até mesmo curar alguém sem o ver. Ele curou o servo do centurião sem o ver. Entretanto, Deus gosta de curar tocando a pessoa, e ele quer que a gente o toque.

 

As pessoas da Bíblia acreditavam a tal ponto no poder do “tocar”, que os evangelistas nos relatam que “toda a multidão procurava tocá-lo, porque uma força saía dele e os curava a todos”. (Lc 6,19) Marcos explica o fenômeno nestes termos: “Como ele tinha curado tantos, todos aqueles que estavam tomados de algum mal lançavam-se sobre ele para o tocar”. (Mc 3,10) Lembremos isto: essa força sai no momento do toque. É o contato físico que a faz brotar. E era tão forte que “por toda parte onde ele entrava, aldeias, cidades ou sítios, colocavam os doentes nas praças; suplicavam-lhe que os deixasse tocar tão somente a franja de suas vestes; e aqueles que o tocavam eram todos salvos”. (Mc 6,56)

 

            Há muitas maneiras de “tocar” Deus. Nós o tocamos no silêncio da oração, nós o tocamos em sua Palavra, no outro que nos abraça. Mas, acima de tudo, nós “tocamos” Deus na Eucaristia, quando seu corpo e seu sangue se fazem nosso alimento. Sob os véus de um mistério que implode nossa razão humana, realiza-se um metabolismo divino-humano, quando Jesus Cristo e nós passamos a ter uma circulação comum, e nada mais nos separa da fonte da vida. Deixemo-nos amar. Deixemo-nos curar…

 

Orai sem cessar: “É o Senhor quem cura todas s tuas doenças!” (Sl 103,3)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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