08 de Janeiro de 2019
Terça-feira depois da Epifania
- por Padre Alexandre Fernandes
Antífona da entrada
– Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina.
(Sl 117, 26).
Oração do dia
– Ó Deus,cujo Filho unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à nossa, sejamos interiormente transformados por ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: 1 Jo 4, 7-10
– Leitura da primeira carta de são João – Caríssimos: 7amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele. 10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.3-4ab.7-8 (R: 11)
– Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará.
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
– Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
R: Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6, 34- 44
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Severino
- por Padre Alexandre Fernandes
São Severino, grande influência ele exerceu pela sua vida de virtudes, de oração e penitência
O santo de hoje nasceu e faleceu no século V. Nascido na África, inspirado pelo Espírito Santo, ele foi levado para uma outra região no vale do Danúbio. Isso não quer dizer que o lugar que Deus lhe indicou era o melhor. Pelo contrário, desafios econômicos e políticos, falecimento do rei dos Hunos, Átila; destruição naquele lugar por causa das invasões. Enfim, o povo estava perecendo. Para isso que São Severino foi enviado, para ser sinal desse amor de Deus.
Grande influência ele exerceu pela sua vida de virtudes, de oração e penitência. Fundou vários mosteiros e foi sinal de discernimento para tantas pessoas que queriam se consagrar totalmente a Deus. Ele não fugiu do mundo; pelo contrário, retirou-se por causa do amor de Deus e de toda a humanidade. Quantas vezes, São Severino deixou a sua vida monástica para ir ao encontro de reis, porque, se o rei dos Hunos havia falecido, muitas tribos bárbaras queriam invadir aquelas regiões. Em prol da evangelização, São Severino foi se desdobrando, seus mosteiros se tornaram verdadeiros faróis de uma nova cultura, de uma civilização centrada em Deus. Suas armas: oração e diálogo.
São Severino, voz de Deus nos períodos difíceis do povo. Em 482, faleceu, mas deixou um rastro de santidade para os seus filhos espirituais e para as autoridades.
São Severino, rogai por nós!
FONTE: Canção Nova
Meditação
- por Padre Alexandre Fernandes
Só temos cinco pães… (Mc 6,34-44)
É imensa a multidão. E tem fome. Jesus contempla a paisagem da penúria humana e vê que são como ovelhas sem pastor. Logo ele, Jesus, que se apresenta como “o bom Pastor”…
Não admira que o Mestre recuse a sugestão dos discípulos: despedir os que o seguiam e mandá-los de volta com fome. Jesus tem outra solução: “Dai-lhes vós mesmos de comer!”
“Dar o quê?” – perguntam os discípulos. “Não temos mais que cinco pães!” Fica bem claro que o problema é da Igreja. O problema é “nosso”. Não temos o direito de voltar as costas à multidão que tem fome, seja do pão de trigo, seja do Pão da Palavra.
Hébert Roux comenta a passagem: “Por esta ordem dirigida aos discípulos, Jesus indica claramente que ele leva a sério a miséria material do mundo, tanto quanto sua angústia espiritual”. Ele não permite à Igreja deixar de lado as questões práticas e se desembaraçar dos problemas apresentados por alguma situação econômica. Tampouco permite justificar sua inação por sua impotência e pobreza, dizendo: ‘Só temos cinco pães e dois peixes’.
Menos ainda, Jesus sugere uma solução humana, uma nova organização da sociedade que viesse suprimir ou resolver a questão do pão. “Numa palavra, Jesus se mantém igualmente afastado de um espiritualismo ignorante das realidades humanas, e de um messianismo terrestre e carnal que, sob o pretexto de aplicação e de realizações concretas, desconhecesse a realidade da graça que existe em Cristo”.
Aí estão bem nítidas as duas tentaçõ
es que frequentam nossas comunidades: de um lado, viver um cristianismo aéreo, nefelibata, dirigido a homens sem corpo e sem fome; de outro lado, um cristianismo que conta apenas com o suor e o compromisso socioeconômico para socorrer a multidão sem pastor, como se Deus fosse alheio e indiferente.
Se Jesus aproveita a miserável contribuição humana – cinco pães e dois peixes – para saciar a multidão faminta, também é verdade que sua intervenção pessoal supera toda expectativa possível a partir da mesma contribuição. Assim aprendemos a contar com a Graça de Deus. Só ela possui o poder e o dinamismo para transformar – desde já – o panorama de uma humanidade faminta.
Orai sem cessar: “Senhor, tu preparas uma mesa para mim…” (Sl 23,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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