21 de Maio de 2019

5ª Semana da Páscoa - Terça-feira

- por Padre Alexandre Fernandes

TERÇA FEIRA DA V SEMANA DA PÁSCOA
(branco – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– Louvai o nosso Deus, todos vós que o temeis, pequenos e grandes; pois manifestou-se a salvação, a vitória e o poder de seu Cristo, aleluia!

(Ap 19,5; 12,10)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que, pela ressurreição de Cristo, nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: At 14, 19-28

– Leitura dos Atos dos apóstolos – Naqueles dias, 19de Antioquia e Icônio chegaram judeus que convenceram as multidões. Então apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade, pensando que ele estivesse morto. 20Mas, enquanto os discípulos o rodeavam, Paulo levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu para Derbe com Barnabé. 21Depois de terem pregado o Evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia. 22Encorajando os discípulos, eles os exortavam a permanecer firmes na fé, dizendo-lhes: “É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no Reino de Deus”. 23Os apóstolos designaram presbíteros para cada Comunidade. Com orações e jejuns, eles os confiavam ao Senhor, em quem haviam acreditado. 24Em seguida, atravessando a Pisídia, chegaram à Panfília. 25Anunciaram a palavra em Perge, e depois desceram para Atália. 26Dali embarcaram para Antioquia, de onde tinham saído, entregues à graça de Deus, para o trabalho que haviam realizado. 27Chegando ali, reuniram a Comunidade. Contaram-lhe tudo o que Deus fizera por meio deles e como havia aberto a porta da fé para os pagãos. 28E passaram então algum tempo com os discípulos.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 145, 10-11.12-13ab.21 (R: 12a)

 

– Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.
R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.

– Que vossas obras, ó Senhor, vos glorifiquem, e os vossos santos com louvores vos bendigam! Narrem a glória e o esplendor do vosso reino e saibam proclamar vosso poder!

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.

– Para espalhar vossos prodígios entre os homens e o fulgor de vosso reino esplendoroso. O vosso reino é um reino para sempre, vosso poder, de geração em geração.

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.

– Que a minha boca cante a glória do Senhor e que bendiga todo ser seu nome santo desde agora, para sempre e pelos séculos.

R: Ó Senhor, vossos amigos anunciem vosso Reino glorioso.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória, aleluia (Lc 24,46.26).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 14, 27-31a

 – O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 27“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis. 30Já não falarei muito convosco, pois o chefe deste mundo vem. Ele não tem poder sobre mim, 31amas, para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, eu procedo conforme o Pai me ordenou”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santo Eugênio de Mazemod

- por Padre Alexandre Fernandes

Carlos José Eugênio de Mazemod, esse era seu nome de batismo. Ele nasceu na bela cidade Aix-en-Provance, sul da França, em dia 1º de agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia a uma família burguesa muito rica. Teve duas irmãs: Antonieta e Elisabete, que morreu aos cinco anos de idade. 
 

Sua infância foi tranqüila até 1790, quando a família teve de fugir da Revolução Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália, onde permaneceram durante onze anos, vivendo de cidade em cidade.

Nesse período, seus pais também se separam. A mãe deixou Eugênio com o pai na Itália e foi para a França, tentar reaver os bens confiscados. 
 

Tudo isso influenciou a personalidade do menino, de maneira tanto positiva como negativa, cujo reflexo foi uma séria crise de identidade na adolescência.

Embora Eugênio, antes do exílio, tivesse dado mostras de sua vocação religiosa, ela foi sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua formação intelectual, devido à falta de uma moradia fixa. Mas seu caráter forte permaneceu por toda a vida, sendo sua marca pessoal. 
 

Foi por meio do padre Bartolo Zinelli, durante o período que morou em Veneza, entre 1794 e 1797, que Eugênio teve contato concreto com a vida de fé.

Retornando para a França, em 1802, então com vinte anos de idade, amadureceu a idéia de ingressar na vida religiosa, seguindo sua vocação primeira. Em 1808, entrou no Seminário de São Sulpício, em Paris, recebendo a ordenação em Amiens três anos depois. 
 

Retornou para sua cidade natal, dedicando seu apostolado à pregação. Levou a Palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, a todos dando os sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos, num momento novo para o país tão desgastado e sem rumo. Outros padres se juntaram a ele nessa missão, por isso decidiu, em 1816, fundar a Sociedade dos Missionários da Provença, que depois mudou o nome para Oblatos de Maria Imaculada, recebendo todas as aprovações da Igreja. 
 

Eugênio foi, então, nomeado vigário-geral da diocese de Marselha, da qual, depois, foi nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. Foram muitos os problemas com as autoridades que governaram Paris, com a elite social e até com alguns membros eclesiásticos que não concordavam com as regras de vida em comum estabelecidas por ele. 
 

Mas o povo pobre o queria, amava e respeitava. Assim, continuou governando a diocese e os oblatos, que se desenvolveram e foram pregar a Palavra de Cristo fora dos domínios da Europa, nos Estados Unidos, Canadá e México, depois também na África e na Ásia, levando o carisma missionário da congregação. 
 

Eugênio de Mazemod morreu no dia 21 de maio de 1861, na sua querida Marselha. Muitas foram as graças atribuídas à sua intercessão.

 

O papa João Paulo II declarou-o santo em 1995.

 

A solenidade contou com a presença de representantes dos sessenta e oito paises onde os oblatos já estavam fixados.

FONTE: DERRADEIRAS GRAÇAS

Meditação

- por Padre Alexandre Fernandes

Dou-vos a minha paz… (Jo 14,27-31a)

 

            Nosso mundo sempre foi palco de violência. Na primeira família, Caim matou Abel. Nossa História é um desfile de agressões e rapinas, destruição e fome. Sempre foi assim. Mas hoje, com a rede de comunicações, temos uma compreensão mais clara dessa realidade e, por isso mesmo, é cada vez mais agudo o nosso anseio pela Paz.

 

            E só Jesus Cristo, “nossa Paz” (Ef 2,14), pode responder ao nosso grito. Por isso mesmo, em cada Eucaristia, nos dirigimos ao Cordeiro de Deus, a divina Vítima do altar, para clamar: “Dai-nos a Paz!”

 

            Na Exortação Apostólica “Reconciliação e Penitência” (1984), o Papa João Paulo II juntava os dados de nosso tempo, como cacos de cerâmica, para recompor o triste mosaico que estamos vivendo: divergências tribais, discriminação de todo tipo, tortura e repressão, corrida armamentista, iníqua distribuição dos bens do planeta, direitos humanos espezinhados, multiplicação da miséria…

 

            “Por mais impressionantes que se apresentem tais lacerações à primeira vista – diz o Papa -, só observando-as em profundidade se consegue individuar a sua raiz: esta se encontra numa ferida íntima do homem. À luz da fé, nós a chamamos ‘pecado’, começando pelo pecado original, que cada um traz consigo desde o nascimento, como uma herança recebida dos primeiros pais, até os pecados que cada um comete, abusando da própria liberdade.” (RP, 2)

 

            Ora, para que Jesus possa semear em nós a semente da paz, devemos começar por uma profunda reconciliação. Reconciliação com Deus, com o próximo, com nós mesmos. Enquanto pecamos – e, por isso mesmo, agredimos a Deus, ao próximo e a nós mesmos – somos cúmplices do ódio e da guerra, atamos as mãos do Deus da Paz.

 

            Quanta violência dentro de nosso coração! Impaciências, asperezas, silêncios e rancores, perdão negado, vinganças tramadas. Quanto impulso de subir mais alto, superar o irmão, usar o outro! Nós somos a guerra! E acusamos a sociedade de violenta, acusamos a Deus de omisso…

 

            Os monges de Tibhirine, na Argélia, foram decapitados por ativistas muçulmanos. Deram sua vida de graça. Viviam no silêncio e na oração em sua montanha. Aceitaram ser vítimas pela paz. E nós? Queremos estar do lado vencedor? Ou aceitamos ser cordeiros com o Cordeiro de Deus?

 

Orai sem cessar: “Reine a paz dentro de teus muros!” (Sl 122,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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