05 de Janeiro de 2020
Epifania do Senhor - Domingo
- por Padre Alexandre Fernandes
DOMINGO – EPIFANIA DO SENHOR
(branco, glória, creio, pref. da Epifania – ofício da solenidade)
Antífona da entrada
– Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza
(Mt 3,1; 1Cr 19,12)
Oração do dia
– Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas, que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Is 60, 1-6
– Leitura do livro do profeta Isaías – 1Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. 2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora. 4Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 72, 1-2.7-8.10-11.12-13 (R: 11)
– As nações de toda a terra, hão de adorar-vos ó Senhor!
R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos ó Senhor!
– Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com eqüidade ele julgue os vossos pobres.
R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos ó Senhor!
– Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho!
De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra!
R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos ó Senhor!
– Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo.
R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos ó Senhor!
– Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar.
Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará.
R: As nações de toda a terra hão de adorar-vos ó Senhor!
2ª Leitura : Ef 3, 2-3a.5-6
– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios – Irmãos: 2Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3ª e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 5Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor (Mt 2,2).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 2, 1-12
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
– Glória a vós, Senhor!
– 1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: 'Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.' 3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. 4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: 'Em Belém, na Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo.' 7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: 'Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo.' 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João Nepomuceno Neumann, defensor da liberdade
- por Padre Alexandre Fernandes
São João Nepomuceno Neumann é modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta
São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no ano de 1811. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.
O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal.
São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.
Em 1860, ele partiu para a glória do Senhor.
São João Nepomuceno Neumann, rogai por nós!
Meditação
- por Padre Alexandre Fernandes
Vimos sua estrela… (Mt 2,1-12)
Eram outros tempos. Não havia mapas nem GPS. Navegantes e viageiros orientavam-se pelos astros. Na imensidão do deserto, era preciso contemplar as noites estreladas para encontrar um rumo. Ao erguer os olhos para o alto, os viajantes definiam seu caminho terrestre.
O Concílio Vaticano II reconhece que, ao longo da História humana, Deus irradiara uma luz que se reflete “em lampejos daquela Verdade que ilumina a todos os homens”. (Nostra Aetate, 2.) É assim que outros povos, fora do círculo estreito do Povo Escolhido, poderiam perfeitamente ter alguma noção acerca de um Enviado de Deus à humanidade.
Se Israel era portador da Palavra de Deus, que incluía os sonhos dos patriarcas e os oráculos dos profetas, os gentios poderiam entrever luzes divinas refletidas na Criação (cf. Rm 1,19-20). Assim, uma conjunção de astros celestes que se manifestava como uma estrela de brilho excepcional serviria de “sinal” aos magos que vieram do Oriente.
A reflexão teológica da Igreja sobre este Evangelho sempre se fixou em um ponto central: a salvação que Deus nos oferece em Jesus Cristo tem um caráter universal. Isto é, não é apenas ao Povo Escolhido, ao Israel da Primeira Aliança, que o Filho de Deus é enviado.
Ao celebrar a Epifania do Senhor (termo grego que traduzimos como “manifestação”), a Igreja exalta a dimensão universal da salvação. Ninguém está excluído. Todo nacionalismo ou qualquer sonho de superioridade étnica ou cultural é prontamente abandonado, pois o batismo cristão lança por terra as diferenças humanas (cf. Rm 10,12; Gl 3,28)
Na abertura da Primeira Parte do “Catecismo da Igreja Católica”, uma ilustração reproduz um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do Séc. III. É uma das mais antigas imagens da arte cristã, mostrando a Virgem Maria com o Menino ao colo. A seu lado, um profeta aponta para a estrela com a mão direita, enquanto a esquerda traz um rolo: são os dois “caminhos” de que dispomos para chegar à revelação de Deus – a Criação e a Palavra revelada. Os pastores receberam a Palavra pelos anjos, os magos acharam o caminho pela contemplação da estrela.
Assim, o Salvador está ao alcance de todos. Sem exceção.
Orai sem cessar: “Senhor, em tua luz vemos a luz!” (Sl 36,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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