24 de Maio de 2022
6a Semana da Páscoa Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – VI SEMANA DA PÁSCOA
(branco, ofício do dia)
Antífona da entrada
– Alegremo-nos, exultemos e demos glória a Deus, porque o Senhor todo-poderoso tomou posse do seu reino, aleluia! (Ap 19,7.6).
Oração do dia
– Ó Deus, que o vosso povo sempre exulte, pela sua renovação espiritual. Alegrando-nos hoje porque adotados de novo como filhos de Deus, esperamos confiantes e alegres o dia da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: At 16,22-34
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 22a multidão dos filipenses levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. 23Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. 24Ao receber essa ordem, o carcereiro levou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco. 25À meia-noite, Paulo e Silas estavam rezando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam. 26De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram. 27O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para suicidar-se. 28Mas Paulo gritou com voz forte: “Não te faças mal algum! Nós estamos todos aqui”. 29Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas. 30Conduzindo-os para fora, perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” 31Paulo e Silas responderam: “Crê no Senhor Jesus, e sereis salvos tu e todos os de tua família”. 32Então Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os de sua família. 33Na mesma hora da noite, o carcereiro levou-os consigo para lavar as feridas causadas pelos açoites. E, imediatamente, foi batizado junto com todos os seus familiares. 34Depois fez Paulo e Silas subirem até sua casa, preparou-lhes um jantar e alegrou-se com todos os seus familiares por ter acreditado em Deus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 138,1-2a.2bc-3.7c-8 (R: 7c)
– Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
– Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
– Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
– Estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos!
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a verdade, aleluia! (Jo 16,7.13).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,5-11
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Agora, parto para aquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’ 6Mas, porque vos disse isto, a tristeza encheu os vossos corações. 7No entanto, eu vos digo a verdade: É bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei. 8E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento: 9o pecado, porque não acreditaram em mim; 10a justiça, porque vou para o Pai, de modo que não mais me vereis; 11e o julgamento, porque o chefe deste mundo já está condenado”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São Vicente de Lérins
- por Pe. Alexandre
Nascido no norte da França, São Vicente de Lérins viveu sua juventude em busca das vaidades do mundo e tornou-se militar.
Vicente, ao encontrar-se com Deus e converter-se, foi se tornando cada vez mais obediente à Palavra do Senhor. Amou a Palavra de Deus.
Entrou para a vida monástica e tornou-se um exemplo de monge. Aprofundou-se nos mistérios de Deus, tornando-se um grande pensador, teólogo e místico. Combateu muitas heresias no século V. Eleito Abade, o Mosteiro de Lérins tornou-se um lugar de forte formação para santos e bispos da Igreja.
São Vicente foi um homem doutorado na graça, defensor da verdade, e que se consumiu pelo Evangelho.
Teve seu reconhecimento exaltado pelo próprio antagonista, que fez questão de incluí-lo num capítulo da sua famosa obra “Homens ilustres”. Morreu no mosteiro por volta de 450. A Igreja Católica dedica o dia 24 de maio a São Vicente de Lérins, celebrado na mesma data também no Oriente.
São Vicente de Lérins, rogai por nós!
Meditaçao
- por Pe. Alexandre
Para onde vais? (Jo 16,5-11)
Esta é a pergunta que os discípulos NÃO fizeram a Jesus. Afundados na tristeza da notícia da partida do Mestre, paralisados pela iminência da separação, eles emudeceram e não perguntam nada…
Eis o grave perigo: quando deixamos de perguntar, como receberemos a resposta? Isto explica, talvez, que tantos cristãos se afastem da Palavra de Deus. É que a leitura habitual da Bíblia nos leva a questionar, a fazer perguntas. E, como nos diz Jesus, a quem bater, a porta será aberta (cf. Mt 7,7). Mas existe uma disposição interior (obviamente má!) que nos adverte do “risco” que corremos quando fazemos perguntas a Deus. Não se faz isto impunemente…
Quem leu a obra monumental do romancista polonês Henryk Sienkiewicz [1846–1916] sabe que a mesma pergunta acabou saindo da boca de Simão Pedro. Já em Roma, desanimado diante das dificuldades e da perseguição de Nero, o primeiro Papa se dispunha a deixar a cidade. Segundo antiga tradição, anotada em livros não canônicos, Pedro vê que Jesus, na mesma estrada, vem trazendo a cruz aos ombros para entrar em Roma.
É quando Pedro, surpreso pela presença de Cristo, pergunta: “Quo vadis, Domine?” [Para onde vais, Senhor?] E Jesus responde que caminha para ser novamente crucificado, desta vez na capital do Império. A visão foi suficiente para que o apóstolo voltasse a Roma e morresse na cruz como seu Mestre.
Este é um tempo difícil para a Igreja. Na verdade, cada época tem suas dificuldades próprias. Jesus teve a oposição dos saduceus. Paulo enfrentou a espada romana. Os mártires de Nagasaki foram mortos pelo Shogun de Kogukawa. Maximiliano Kolbe foi vítima do nazismo. Entretanto, vejo os “tempos modernos” como ainda mais arriscados, pois a perseguição frontal é ardilosamente substituída pela cooptação, o aliciamento, a propaganda, a sedução do dinheiro, do sexo e do poder – exatamente os antípodas da pobreza, da castidade e da obediência, os três “conselhos evangélicos”.
Hoje, os adversários da Igreja se disfarçam de fornecedores, traficando um anti-Evangelho embalado em celofane. Venenosos bombons. Esse veneno se infiltra profundamente nas universidades, nas academias, nas maçonarias, nas multinacionais. Ali, tudo é permitido, menos a cruz de Cristo.
Por tudo isso, é hora de fazer perguntas. Perguntar a Jesus: “aonde vais?” Perguntar a nós mesmos: “para onde vamos?” Não ficaremos sem respostas…
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