04 de Fevereiro de 2022

4a Semana do Tempo Comum Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA IV SEMANA DO TEMPO COMUM.

(verde, ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

Salvai-nos, Senhor nosso Deus, reuni vossos filhos dispersos pelo mundo, para que celebremos o vosso santo nome e nos gloriemos em vosso louvor

(Sl 105, 47).

 

Oração do dia

 

– Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo coração e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Eclo 47,2-13

– Leitura do livro do Eclesiástico: 2Como a gordura, que se separa do sacrifício pacífico, assim também sobressai Davi, entre os israelitas. 3Brincou com leões como se fossem cabritos e com ursos, como se fossem cordeiros. 4Não foi ele que, ainda jovem, matou o gigante e retirou do seu povo a desonra? 5Ao levantar a mão com a pedra na funda, ele abateu o orgulho de Golias. 6Pois invocou o Senhor, o Altíssimo, e este deu força a seu braço direito e ele acabou com um poderoso guerreiro e reergueu o poder do seu povo. 7Assim foi que o glorificaram por dez mil e o louvaram pelas bênçãos do Senhor, oferecendo-lhe uma coroa de glória. 8Pois esmagou os inimigos por toda a parte, e aniquilou os filisteus, seus adversários, abatendo até hoje o seu poder. 9Em todas as suas obras dava graças ao Santo Altíssimo, com palavras de louvor: 10de todo o coração louvava o Senhor, mostrando que amava a Deus, seu criador. 11Diante do altar colocou cantores, que deviam acompanhar suavemente as melodias. 12Deu grande esplendor às festas e ordenou com perfeição as solenidades até o fim do ano: fez com que louvassem o santo Nome do Senhor, enchendo o santuário de harmonia desde a aurora.
13O Senhor lhe perdoou os seus pecados, e exaltou para sempre o seu poder; concedeu-lhe a aliança real e um trono glorioso em Israel.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 18,31.47.50.51 (R: 47b)

 

– Louvado seja Deus, meu Salvador!
R: Louvado seja Deus, meu Salvador!

– São perfeitos os caminhos do Senhor, sua palavra é provada pelo fogo; nosso Deus é um escudo poderoso para aqueles que a ele se confiam.

R: Louvado seja Deus, meu Salvador!

– Viva o Senhor! Bendito seja o meu Rochedo! E louvado seja Deus, meu Salvador! Por isso, entre as nações, vos louvarei, cantarei salmos, ó Senhor, ao vosso nome.

R: Louvado seja Deus, meu Salvador!

– Concedeis ao vosso rei grandes vitórias e mostrais misericórdia ao vosso Ungido, a Davi e à sua casa para sempre.

R: Louvado seja Deus, meu Salvador!

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Felizes os que observam a Palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes! (Lc 8,15)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,14-29

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 14o rei Herodes ouviu falar de Jesus, cujo nome se tinha tornado muito conhecido. Alguns diziam: “João Batista ressuscitou dos mortos. Por isso os poderes agem nesse homem”. 15Outros diziam: “É Elias”. Outros ainda diziam: “É um profeta como um dos profetas”. 16Ouvindo isto, Herodes disse: “Ele é João Batista. Eu mandei cortar a cabeça dele, mas ele ressuscitou!” 17Herodes tinha mandado prender João, e colocá-lo acorrentado na prisão. Fez isso por causa de Herodíades, mulher do seu irmão Filipe, com quem se tinha casado. 18João dizia a Herodes: “Não te é permitido ficar com a mulher do teu irmão”. 19Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, mas não podia. 20Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. 21Finalmente, chegou o dia oportuno. Era o aniversário de Herodes, e ele fez um grande banquete para os grandes da corte, os oficiais e os cidadãos importantes da Galiléia. 22A filha de Herodíades entrou e dançou, agradando a Herodes e seus convidados. Então o rei disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu te darei”. 23E lhe jurou dizendo: “Eu te darei qualquer coisa que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino”. 24Ela saiu e perguntou à mãe: “Que vou pedir?” A mãe respondeu: “A cabeça de João Batista”. 25E, voltando depressa para junto do rei, pediu: “Quero que me dês agora, num prato, a cabeça de João Batista”. 26O rei ficou muito triste, mas não pôde recusar. Ele tinha feito o juramento diante dos convidados. 27Imediatamente, o rei mandou que um soldado fosse buscar a cabeça de João. O soldado saiu, degolou-o na prisão, 28trouxe a cabeça num prato e a deu à moça. Ela a entregou à sua mãe. 29Ao saberem disso, os discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

 

São João de Brito

- por Pe. Alexandre

Nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1647. Seu pai, Salvador Pereira de Brito; sua mãe, D. Brites Pereira. No ano de 1640, seu pai foi enviado pelo rei Dom João IV para ser governador no Brasil, lugar onde faleceu. São João de Brito, com sua mãe e seus irmãos, ficaram na corte. Desde cedo, São João dava testemunho da busca de viver em Deus.

Com sua saúde fragilizada, certa vez os médicos chegaram a perder as esperanças, mas sua mãe, voltando-se para o céu em oração e intercessão, fez também uma promessa a São Francisco Xavier, e o pequeno João recobrou a saúde milagrosamente.

São João passou um ano com uma batina, pois isso fazia parte do cumprimento da promessa; mais do que isso, Deus foi trabalhando a vocação em seu coração até que, com 15 anos apenas, ele entrou para a Companhia de Jesus.

Em 1673, foi ordenado sacerdote e enviado para evangelizar na Índia. Viveu em Goa, depois no Sul da Índia, onde aprofundou-se nos estudos e todo aquele lugar, toda aquela região conheceu o ardor deste apóstolo.

Homem que comunicava o Evangelho com a vida, ele buscava viver a inculturação para que muitos se rendessem ao amor de Deus num diálogo constante com as culturas, o que não quer dizer que sempre encontrou acolhimento.

Junto aos povos de Maravá, ele evangelizou e muitos foram batizados, mas, ao retornar desta missão, ele e outros catequistas acabaram sendo presos por soldados pagãos e anticristãos, e fizeram de tudo para que este sacerdote santo renunciasse a fé, mas ele renunciou a própria vida e estava aberto para o martírio se fosse preciso. O rei chegou a condená-lo, mas um príncipe quis ouvir a doutrina que ele espalhava e muitos mudavam de vida, abandonavam os deuses e a conclusão daquele príncipe pagão era de que aquela doutrina era justa e santa. São João foi libertado junto com os outros.

Não demorou muito, por obediência, voltou para Portugal, mas o seu coração queria, de novo, retornar para a Índia e até mesmo ser mártir. Foi o que aconteceu.

Passado um tempo, após dar seu testemunho em vários colégios dos jesuítas, ser sinal para Portugal do quanto o amor a Cristo e à Igreja não pode ter medidas. Retornando à Índia, novamente evangelizando em Maravá, foi preso. Desta vez, até um príncipe pagão chegou a se converter. Mas o rei se revoltou, mandou prender aquele padre. No ano de 1693, ele foi degolado. Sofreu muito antes disso, mas tudo ofereceu por amor a Cristo e pela salvação das almas.

São João de Brito, modelo para todos nós de que o amor a Cristo, à Igreja e a salvação das almas não pode ter medidas.

São João de Brito, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

A cabeça de João Batista… (Mc 6,14-29)

 

Sim, é uma cena crua e chocante. Mas devia ser… natural! Se lemos o Evangelho, ouvimos a advertência muito clara do Mestre aos discípulos: “Sereis odiados por todos por causa do meu nome” (Mt 10,22). “Sereis presos e perseguidos” (Lc 21,12). “Se me perseguiram, perseguirão a vós também!” (Jo 15,20b).

Ora, João Batista é um discípulo por antecipação: ele é o pré-cursor, aquele que “corre na frente”. Últimos dos profetas, e maior que todos eles, seu martírio apenas confirma a sua missão e sua identificação com o Cordeiro que ela havia apontado às margens do Jordão (cf. Jo 1,36).

Beda, o Venerável [673-735 a.C.], escreve sobre o Batizador: “Assim este homem tão grande chega ao fim de sua vida pela efusão de seu sangue. após um longo e penoso cativeiro. Ele, que anunciara a Boa Nova da liberdade e uma paz superior, é lançado à prisão por gente ímpia. É trancado na obscuridade de um calabouço aquele que tinha vindo para dar testemunho da luz, e merecera ser chamado de tocha ardente de luz pela própria Luz, que é o Cristo! (Jo 5,35)”

Como pano de fundo, a evidência de que o martírio é o “estágio” final de uma vida cristã realizada plenamente. Um cristianismo à espera de louvores, títulos, cargos, aplausos e sucesso não passa de um mal-entendido. O distintivo do cristão é a cruz; qualquer outro seria uma fraude.

Prossegue a reflexão de Beda: “Por seu próprio sangue é batizado aquele a quem foi dado batizar o Redentor do mundo, ouvir a voz do Pai se dirigir ao Cristo e ver descer sobre ele a graça do Espírito Santo. Mas isso não lhe parecia penoso; ao contrário, parecia-lhe leve e desejável aguentar pela verdade os tormentos temporários que deixavam entrever eternas alegrias. Ao preferir a morte, que, de todo modo, era naturalmente inevitável, João escolhia aceitá-la confessando o nome de Cristo. Assim ele recebia a palma da vida eterna”.

Em tempos difíceis para todos, quando o sofrimento se torna o pão de cada dia, o cristão leva a vantagem de encontrar na cruz um ponto de contato com o Crucificado, transfigurando a própria dor e buscando aliviar a dor do próximo. Longe de se desesperar ou de buscar compensações de qualquer tipo – prazeres, diversões ou anestesias -, o discípulo fiel abraça a cruz na certeza de assim se identificar com o Mestre.

 

Já sabia disso o próprio Apóstolo: “A vós foi concedida a graça, não só de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele”. (Fl 1,29) E a certeza de um desfecho feliz: “Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deve revelar-se em nós” (Rm 8,18).

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