14 de Dezembro de 2021
3a semana do Advento Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – SÃO JOÃO DA CRUZ PRESBÍTERO E DOUTOR
(branco, pref. do Advento I ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona da entrada
– A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).
Oração do dia
– Ó Deus, que inspirastes ao presbítero são João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Sf 3,1-2.9-13
– Leitura da profecia de Sofonias: Assim fala o Senhor: 1“Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana. 2Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus. 9Darei aos povos, nesse tempo, lábios purificados, para que todos invoquem o nome do Senhor e lhe prestem culto em união de esforços. 10Desde além-rios da Etiópia, os que me adoram, os dispersos do meu povo, me trarão suas oferendas. 11Naquele dia, não terás de envergonhar-te por causa de todas as tuas obras com que prevaricaste contra mim; pois eu afastarei do teu meio teus fanfarrões arrogantes, e não continuarás a fazer de meu santo monte motivo de tuas vanglórias. 12E deixarei entre vós um punhado de homens humildes e pobres”. E no nome do Senhor porá sua esperança o resto de Israel. 13Eles não cometerão iniquidades nem falarão mentiras; não se encontrará em sua boca uma língua enganadora; serão apascentados e repousarão, e ninguém os molestará.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 34,2-3.6-7.17-18.19.23 (R: 7a)
– Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
– Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem!
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
– Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
– Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
– Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vinde, ó Senhor, não tardeis mais; fazei o povo acabar com os seus crimes.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 21,28-32
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 28“Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ 29O Filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. 30O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. 31Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. 32Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
São João da Cruz
- por Pe. Alexandre
Nasceu em Fontiveros, na Espanha, em 1542. Seus pais, Gonçalo e Catarina, eram pobres tecelões. Gonçalo morreu cedo e a viúva teve de passar por dificuldades enormes para sustentar os três filhos: Francisco, João e Luís, sendo que este último morreu quando ainda era criança. Como João de Yepes (era esse o seu nome de batismo) mostrou-se inclinado para os estudos, a mãe o enviou para o Colégio da Doutrina. Em 1551, os padres jesuítas fundaram um colégio em Medina (centro comercial de Castela). Nele, esse grande santo estudou Ciências Humanas.
Com 21 anos, sentiu o chamado à vida religiosa e entrou na Ordem Carmelita, na qual pediu o hábito. Nos tempos livres, gostava de visitar os doentes nos hospitais, servindo-os como enfermeiro. Ocasião em que passou a ser chamado de João de Santa Maria. Devido ao talento e à virtude, rapidamente foi destinado para o colégio de Santo André, pertencente à Ordem, em Salamanca, ao lado da famosa Universidade. Ali, estudou Artes e Teologia. Nesse colégio ele foi nomeado “prefeito dos estudantes”, o que indica o seu bom aproveitamento e a estima que os demais tinham por ele. Em 1567 foi ordenado sacerdote.
Desejando uma disciplina mais rígida, São João da Cruz quase saiu da Ordem para ir ingressar na Ordem dos Cartuxos, mas, felizmente, encontrou-se com a reformadora dos Carmelos, Santa Teresa D’Ávila, a qual havia recebido autorização para a reforma dos conventos masculinos. João, empenhado na reforma, conheceu o sofrimento, as perseguições e tantas outras resistências. Chegou a ficar nove meses preso num convento em Toledo, até que conseguiu fugir. Dessa forma, o santo espanhol transformou, em Deus e por Deus, todas as cruzes num meio de santificação para si e para os irmãos. Três coisas pediu e acabou recebendo de Deus: primeiro: força para trabalhar e sofrer muito; segundo: não sair deste mundo como superior de uma comunidade; e terceiro: morrer desprezado e escarnecido pelos homens.
Pregador, místico, escritor e poeta, esse grande santo da Igreja faleceu após uma penosíssima enfermidade, em 1591, com 49 anos de idade. Foi canonizado no ano de 1726 e, em 1926, o Papa Pio XI o declarou Doutor da Igreja. Escreveu obras bem conhecidas como: Subida do Monte Carmelo; Noite escura da alma (estas duas fazem parte de um todo, que ficou inacabado); Cântico espiritual e Chama viva de amor. No decurso delas, o itinerário que a alma percorre é claro e certeiro. Negação e purificação das suas desordens sob todos os aspectos.
São João da Cruz é o Doutor Místico por antonomásia; da Igreja, o representante principal da sua mística no mundo, a figura mais ilustre da cultura espanhola e uma das principais da cultura universal. Foi adotado como Patrono da Rádio, pois, quando pregava, a sua voz chegava muito longe.
São João da Cruz, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Vai trabalhar! (Mt 21,28-32)
As uvas estão bem maduras. É preciso colher rápido, antes que uma noite de frio diminua o teor de açúcar dos frutos que promete um vinho de qualidade. É por isso que o dono, necessitado de mão de obra, chama também os filhos – que normalmente não precisam fazer calos nas mãos – para participarem da colheita.
O primeiro diz que não quer. Depois, se arrepende e vai. O outro diz que vai, mas nunca apareceu. No miolo da questão, o conhecido contraste entre dizer e fazer
O teólogo Urs von Balthasar extrai da parábola dois ensinamentos. “O primeiro é que uma conversão tardia é melhor do que o farisaísmo que imagina não ter necessidade de conversão: não são aqueles que se acreditam em boa saúde, mas é aos os doentes que Jesus veio chamar e curar. O segundo distingue nitidamente entre dizer e fazer, entre piedosas propostas diante de Deus, com as quais enganamos a nós mesmos, pensando que elas são suficientes, e a efetiva execução, que muitas vezes é realizada por aqueles cujo comportamento exterior não nos deixaria presumir”.
Gente com ares de santo e um coração fechado à vontade de Deus. Gente aparentemente afastada de Deus, mas fazendo na prática aquilo que Deus deseja. Não admira que Jesus acrescente para os fariseus – que se encaixavam no molde do filho que não foi trabalhar: “Os publicanos e as prostitutas vos precedem no reino dos céus!” (Mt 21,31)
No fundo, a voz do Pai: “Vai trabalhar!” Em outras épocas, este imperativo poderia incomodar. Hoje, em época de desemprego, soa mais agradável. Será que, um dia, vamos perceber o privilégio que é trabalhar para o Pai? A seara está madura (Jo 4,35), que a colherá?
Na história da Igreja, os santos aparecem como trabalhadores infatigáveis, chegando a morrer de exaustão, como Dom Bosco, Carlos Borromeu e Francisco Xavier. A “religião” deles jamais se resumiu a belas palavras, ritos piedosos e visões metafísicas: ao contrário, seu amor ao Pai foi traduzido na prática em cuidar de pivetes piolhentos, acolher as vítimas da peste e evangelizar os pagãos do Oriente.
O pai insiste: “Vai trabalhar!” Quando iremos?
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