27 de Novembro de 2021

34a semana do tempo comum Sábado

- por Pe. Alexandre

SABADO – XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos que se voltam para ele (Sl 84,9).

 

Oração do dia

 

– Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Dn 7,15-27

 

– Leitura da profecia de Daniel: 15“Fiquei chocado em meu íntimo: eu, Daniel, fiquei aterrorizado com estas coisas, e as visões da imaginação me deixaram perturbado. 16Aproximei-me de um dos presentes e pedi-lhe que me desse explicações sobre o significado de tudo aquilo. Respondeu-me, fazendo-me conhecer a interpretação das coisas: 17‘Estes quatro possantes animais são quatro reinos que surgirão na terra; 18mas os que receberão o reino são os santos do Altíssimo; eles ficarão de posse do reino por todos os séculos, eternamente’. 19Depois, quis ser mais bem informado a respeito do quarto animal, que era bastante diferente dos outros e o mais terrível de todos, com seus dentes de ferro e garras de bronze, sempre devorando e triturando, e calcando aos pés o que restava; 20e ainda a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e sobre o outro que nascera e fizera cair outros três, sobre o chifre que tinha olhos e boca, e que fazia ouvir uma fala forte, e era maior que os outros. 21Eu continuava a olhar, e eis que este chifre combatia contra os santos e vencia, 22até que veio o Ancião de muitos dias e fez justiça aos santos do Altíssimo, e chegou o tempo para os santos entrarem na posse do reino. 23Respondeu-me assim: ‘O quarto animal é um quarto reino que surgirá na terra, e que será maior do que todos os outros reinos; há de devorar a terra inteira, espezinhá-la e esmagá-la. 24Quanto aos dez chifres do reino, serão dez reis; um outro surgirá depois deles, e este será mais poderoso do que seus antecessores, e abaterá os três reis, 25e articulará insolências contra o Altíssimo e perseguirá seus santos e se julgará em condições de mudar os tempos e a lei; os santos serão entregues ao seu arbítrio por um tempo, por tempos e por um meio-tempo; 26o tribunal se estabelecerá, e ao chifre será tirado o poder, até ser destruído e desaparecer para sempre; 27e então, que seja dado o reino, o poder e a grandeza dos reinos que existem sob o céu ao povo dos santos do Altíssimo, cujo reino é um reino eterno, e a quem todos os reis servirão e prestarão obediência”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Dn) 3,82.83.84.85.86.87 (R: 59b)

 

– Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!
R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!

– Filhos dos homens, bendizei o Senhor! Filhos de Israel, bendizei o Senhor!

R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!

– Sacerdotes do Senhor, bendizei o Senhor! Servos do Senhor, bendizei o Senhor!

R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!

– Almas dos justos, bendizei o Senhor! Santos e humildes, bendizei o Senhor!

R: Louvai-o e exaltai-o, pelos séculos sem fim!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Vigiai e orai para ficardes de pé ante o Filho do homem!

(Lc 21,36).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,34-36

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

– Glória a vós, Senhor!   

 

– Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar a tudo o que deve acontecer e para ficardes de pé diante do Filho do Homem”.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!   

Santa Catarina Labouré

- por Pe. Alexandre

Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.

Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que, ao findar dessa sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre quando se consagrou a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.

Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começou a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:

“A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.

Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.

Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.

Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.

Essa devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.

Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.

Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.

Santa Catarina Labouré entrou no Céu, a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade.

Foi beatificada em 1933, e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.

Santa Catarina Labouré, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Vigiai sobre vós mesmos! (Lc 21,34-36)

 

Estamos diante de um imperativo de Jesus que o Evangelho de São Lucas situa logo antes de sua Paixão, associado ao anúncio de sua Vinda no fim dos tempos, em tonalidade claramente apocalíptica.

E nós, modernos, entendemos muito bem de apocalipses, chegando ao ponto de transformá-los em espetáculo nas telas do cinema e nas páginas da literatura. Como percebe François Trévedy, nossa civilização é a civilização do medo, “uma civilização esmagada pelo temor dos apocalipses que ela não cessa de imaginar, de entrever, e dos quais ela mesma traz, no fundo, tanto o germe quanto a responsabilidade”.

Em sua Encíclica Laudato Si’ (junho/2015), o Papa Francisco também nos chama a vigiar e cuidar do meio em que vivemos, para evitar a catástrofe anunciada:

“O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social. De fato, a deterioração do meio ambiente e a da sociedade afetam de modo especial os mais frágeis do planeta: Tanto a experiência comum da vida quotidiana como a investigação científica demonstram que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres.” (LS, 48)

Apesar de alertas desta natureza, inclusive os que partem dos homens de ciência, muitos continuam imersos no sono da rotina e dos velhos hábitos, sem tomar consciência do papel responsável de cada pessoa pela salvaguarda de nosso planeta. A ânsia de lucro imediato e a indiferença pelo futuro das próximas gerações explicam este sono.

Nas vésperas de um novo Advento, o Evangelho pede que vigiemos sobre nós mesmos. É dentro de nós que resiste o pecado gerador de todos os apocalipses. Ali pulsam a gula e o hedonismo, a ambição e o individualismo, a acumulação de bens e a exploração do outro.

Em preparação do Natal, quando contemplaremos o Menino pobre e marginalizado, identificado com os mais esquecidos da sociedade, é urgente reavaliar os objetivos de nossa existência e abrir amplos espaços para a solidariedade e a partilha. Só assim experimentaremos a paz…

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