08 de Agosto de 2021

19a semana comum Domingo

- por Pe. Alexandre

DOMINGO DA XIX DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia da II semana)

 

Antífona da entrada

 

– Considerai, Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

 

Oração do dia

 

– Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1 Rs 19, 4-8

– Leitura do primeiro livro dos Reis – Naqueles dias: 4Elias entrou deserto adentro e caminhou o dia todo. Sentou-se finalmente debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: ‘Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais’. 5E, deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: ‘Levanta-te e come!’ 6Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado debaixo da cinza e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir 7Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: ‘Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer’. 8Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 34, 2-3.4-5.6-7.8-9 (R: 9a)

 

– Provai e vede quão suave é o Senhor!

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

– Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor, que ouçam os humildes e se alegrem!

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

– Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

– Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

– O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

R: Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

2ª Leitura: Ef 4,30-32; 5,1-2

– Leitura da carta de são Paulo aos Efésios – Irmãos: 30Não contristeis o Espírito Santo com o qual Deus vos marcou como com um selo para o dia da libertação. 31Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós, como toda espécie de maldade. 32Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. 5,1Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. 2Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Eu sou o pão vivo, descido do céu; quem deste pão come, sempre há de viver. Eu sou o pão vivo, descido do céu, amém, aleluia, aleluia! (Jo 6,51).

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,41-51.

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 41os Judeus começaram a murmurar a respeito de Jesus, porque havia dito: Eu sou o pão que desceu do céu. 42E perguntavam: Porventura não é ele Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu? 43Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós. 44Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia. 45Está escrito nos profetas: Todos serão ensinados por Deus (Is 54,13). Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim. 46Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. 48Eu sou o pão da vida. 49Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. 50Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. 51Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Domingos de Gusmão

- por Pe. Alexandre

Neste dia, lembramos aquele que, ao lado de São Francisco de Assis, marcou o século XIII com sua santidade vivida na mendicância e no total abandono em Deus e desapego material.

São Domingos nasceu em Caleruega, na Castela Velha em 1170, Espanha, e pertencia à alta linhagem dos Gusmão. O pai, Félix de Gusmão, queria entusiasmá-lo pelas armas; o menino preferia porém andar com a mãe, Joana de Aza, grande esmoler, e com clérigos e monges. Interessante é que antes de Domingos nascer sua mãe sonhou com um cão, que trazia na boca uma tocha acesa de que irradiava grande luz sobre o mundo. Mais do que sonho foi uma profecia, pois Domingos de Gusmão, de estatura mediana, corpo esguio, rosto bonito e levemente corado, cabelos e barba levemente vermelhos, belos olhos luminosos, não fez outra coisa senão iluminar todo o seu tempo e a Igreja com a Luz do Evangelho, isso depois de se desapegar a tal ponto de si e das coisas, que chegou a vender todos os seus ricos livros, a fim de comprar comida aos famintos.

Homem de oração, penitência e amor à Palavra de Deus, São Domingos acolheu o chamado ao sacerdócio e ao ser ordenado (no ano de 1203 em Osma, onde foi nomeado cônego). No ano de 1204, Domingos seguiu para Roma a fim de obter do Papa licença para evangelizar os bárbaros na Germânia.

No entanto, o Papa Inocêncio III orientou-o para a conversão dos Albigenses que infestavam todo o Sul da França com suas heresias. Desta forma, Domingos fez do sul da França, o seu principal campo de ação. Quando os hereges depararam com a verdadeira pobreza evangélica de São Domingos de Gusmão, muitos aderiram à Verdade, pois nesta altura já nascia, no ano de 1215 em Tolosa, a primeira casa dos Irmãos Pregadores, também conhecidos como Dominicanos (cães do Senhor) que na mendicância, amor e propagação do Rosário da Virgem Maria, rígida formação teológica e apologética, levavam em comunidade a Véritas, ou seja, a verdade libertadora.

São Domingos de Gusmão entrou no Céu com 51 anos e foi canonizado pelo Papa Gregório IX, em 1234.

São Domingos de Gusmão, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

O Pão que desceu do céu… (Jo 6,41-51)

Em seu “discurso eucarístico” (Jo 6), Jesus repete várias vezes a expressão “pão do céu”. Claro, nós, os católicos, logo reconhecemos aqui o Sacramento da Eucaristia, onde Jesus se dá como alimento. No Evangelho, Jesus força um contraste entre outro “pão do céu” – o maná do Êxodo – e sua própria pessoa prometida em alimento do modo mais concreto e cru: “comer minha carne” … “beber o meu sangue” …

No entanto, atentos ao “pão”, passa-nos despercebido o verbo “descer”. Sem a Encarnação, isto é, a “descida” de Jesus, nós não teríamos esse alimento em nossos altares. Há algum tempo, vários autores espirituais vêm chamando nossa atenção para o despojamento (kênosis) do Verbo, seu caminho descendente na direção da humanidade decaída.

De fato, O Verbo era Deus e, descendo, se faz homem. Como homem, Ele desce mais e se faz servo, lavando os pés dos discípulos na Última Ceia. Prossegue sua “descida” e se faz escravo, morrendo na cruz – pena que não podia ser aplicada contra um cidadão (lembrar que Paulo foi degolado, e não crucificado, pois era cidadão romano!). Morto, Jesus desce ao túmulo. Ressuscitado, desce mais fundo, até o Xeol, a mansão dos mortos, para ali anunciar a Boa Nova aos que tinham vivido em gerações anteriores (cf. 1Pd 3,19; 4, 6).

O leitor suspira fundo e diz: “Puxa! Acabou a descida!” Pois se engana, caro leitor: Jesus Cristo não se cansa de descer. Desce agora sobre o altar, em um nível ainda inferior, rebaixando-se ainda mais, ao se fazer pão, coisa, menos que pessoa, para nos alimentar e sustentar…

Por muito tempo, andamos iludidos ao considerar a vida cristã como uma heroica escalada até os céus, onde nos encontraríamos com o Senhor. Antigo ícone bizantino mostra a “escada das virtudes”, com 33 degraus que deviam ser escalados até a salvação. No ícone, demônios espetam com garfos os fiéis que tentam a escalada, derrubando-os das alturas. Ora, Deus desceu! Assumiu o ponto mais baixo da História humana, fazendo-se criancinha pequena, frágil, pobre, dependente.

De agora em diante, quem quiser encontrar Deus, terá de descer bem lá em baixo… Ou não o encontrará…

 

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