20 de Julho de 2021
16a semana comum Terça-feira
- por Pe. Alexandre
TERÇA FEIRA – XVI SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – Ofício do dia)
Antífona da entrada
– É Deus quem me ajuda, é o senhor que defende a minha vida. Senhor, de todo coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom. (Sl 53,6).
Oração do dia
– Ó Deus, sede generoso com vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Ex 14,21-15,1
– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 14,21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. 23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. 24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”. 26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”. 27Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. 28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição de Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. 30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico:
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl (Ex) 15,8-9.10.12.17 (R: 1a)
– Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
– Ao soprar a vossa ira amontoaram-se as águas, levantaram-se as ondas e formaram uma muralha, e imóveis se fizeram, em meio ao mar, as grandes vagas. O inimigo tinha dito: “Hei de segui-los e alcançá-los! Repartirei seus despojos e minha alma saciarei; arrancarei da minha espada e minha mão os matará!”
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
– Mas soprou o vosso vento, e o mar os recobriu; afundaram como chumbo entre as águas agitadas. Estendestes vossa mão, e a terra os devorou.
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
– Vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso Monte, no lugar que preparastes para a vossa habitação, no Santuário construído pelas vossas próprias mãos.
R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,46-50
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
Santo Aurélio
- por Pe. Alexandre
A Igreja da África, durante os anos de 392 até 429, foi agraciada com o governo santo do primeiro Bispo de Cartago, que se santificou tornando seu povo também santo. Santo Aurélio nasceu no século IV, e desde diácono se destacava pela caridade, zelo, pureza de vida e pelo culto da Liturgia.
O grande Aurélio esteve como Bispo responsável por toda uma região e todos o chamavam – por respeito – de “Santo Papa Aurélio”. Não possuía grandes dotes intelectuais, porém, na Providência Divina, tinha grande amizade com o sábio e Bispo de Hipona: Santo Agostinho. Unido ao Doutor da Graça, pôde combater a autossuficiência do Pelagianismo e outras heresias que encontraram a condenação no seu tempo.
Muito do que sabemos hoje de Santo Aurélio foi o próprio Santo Agostinho quem informou, pois este admirava a prudência, a piedade e a humildade deste pastor e pai, que tudo fazia pela salvação das almas e pureza da doutrina cristã. Santo Aurélio passou da Igreja militante para a Igreja triunfante pouco tempo antes de Santo Agostinho, isso em 429.
Santo Aurélio, rogai por nós!
Meditação
- por Pe. Alexandre
Esse é meu irmão e minha mãe… (Mt 12,46-50)
Uma leitura apressada (ou deformada) deste Evangelho pode concluir que Jesus estaria depreciando sua mãe, a Escolhida de Deus para a encarnação de seu Filho. Nada disso!
O conhecido pregador capuchinho Frei Raniero Cantalamessa , agora cardeal da Igreja, lembra que a maternidade divina de Maria se realiza em dois níveis: um nível físico e outro espiritual. Assim, Maria é “Theotókos” – Mãe de Deus – não somente porque o trouxe fisicamente em seu seio sagrado, o primeiro sacrário da História, mas também por o ter concebido antes, pela fé, em seu próprio coração. É neste nível espiritual que nós, a Igreja, geramos Cristo para o mundo.
O autor comenta: “Foi o próprio Jesus quem por primeiro aplicou à Igreja o título de “Mãe de Cristo” quando declarou: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e apõem em prática” (Lc 8,21; cf. Mc 3,31ss; Mt 12,49)”.
E ele cita Santo Agostinho: “Entendo que somos irmãos do Cristo e que são irmãs de Cristo as santas e fiéis mulheres. Mas em que sentido podemos ser mães de Cristo? Que poderemos dizer? Teremos, por acaso, a ousadia de nos chamar mães de Cristo? Sim, temos a ousadia de nos chamar mães de Cristo! Se vos chamei a todos de seus irmãos, não teria a ousadia de chamar-vos sua mãe? E muito menos ouso negar o que Cristo afirmou”.
Agora, Agostinho se volta para Maria: “A Virgem Maria antecedeu a Igreja, como sua figura. Como é que, eu vos pergunto, Maria é Mãe de Cristo, senão porque gerou os membros de Cristo? Membros de Cristo sois vós, aos quais eu falo: quem vos gerou? Ouço a voz do vosso coração: ‘a Mãe Igreja’; esta mãe santa, honrada, semelhante a Maria, gera e é Virgem… Os membros de Cristo geram, pois, com o Espírito, como Maria Virgem gerou Cristo no seu ventre: sereis assim mães de Cristo. Não é algo que está longe de vós; não está fora de vós, não é incompatível; vós vos tornastes filhos, sede mães também”.
A tradição patrística nos transmitiu um princípio: “Maria, vel ecclesia, vel anima” (Maria ou a Igreja ou a alma) – isto é, o que se afirma sobre Maria vale também para a Igreja e vale para cada alma em particular. É assim que S. Ambrósio ensina: Cada alma que crê, concebe e gera o Verbo de Deus”.
Ensina o Vaticano II: “A Igreja torna-se também ela mãe, pois pela pregação e pelo batismo gera para a vida nova e imortal os filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus” (LG, 64). Eis aí os irmãos e a Mãe de Jesus Cristo.
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