09 de Março de 2021

3a semana da Quaresma Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA-FEIRA DA III SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Eu vos chamo meu Deus, porque me atendeis; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8)

 

Oração do dia

 

– Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nós os vossos dons. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Dn 3, 25.34-43

– Leitura da profecia de Daniel – Naqueles dias, 25Azarias parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, disse: 34“Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança 35nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo, 36aos quais prometeste multiplicar a descendência como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar.

37Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados; 38neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos benevolência; 39mas, de alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros 40e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se efetue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças com que te sigamos até o fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua confiança. 41De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; 42não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; 43liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor”.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 25, 4bc-5ab.6-7.8-9 (R: 6a)

 

– Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

R: Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

 

– Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.

R: Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

 

– Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!

R: Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

 

– O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.

R: Recordai, Senhor, a vossa compaixão!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18, 21-35

 

Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!

Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!

 

– Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,21).

 

Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

– Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e seus filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e prostrado, suplicava: Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo.27 Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali aquele empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: Paga o que me deves. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: Dá-me um prazo! e eu te pagarei. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que ele pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste.33 Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

Santa Francisca Romana

- por Pe. Alexandre

Santa Francisca Romana nasceu em Roma, no ano de 1384. Seu pai, Paulo Busa di Leoni pertencia a nobreza romana. Desde sua infância sentiu-se atraída pela pureza e obrigou-se por voto a ser religiosa. Mas, teve de condescender com os desejos do pai, que a deu em matrimônio aos 12 anos ao jovem aristocrata Lourenço de Ponziani. Teve com ele três filhos: Inês, João Evangelista e João Baptista.

A história de Santa Francisca confunde-se com a da Cidade Eterna naquela época. Roma estava dividida em dois bandos que se guerreavam, os Orsíni, que lutavam em favor do Papa, e os Colonnas, que apoiavam Ladislau de Nápoles.

Lourenço ficou gravemente ferido e, perdida a batalha, Ladislau entrou vitorioso em Roma e levou como refém os filhos das famílias mais distintas. Santa Francisca viu-se obrigada a entregar seu filho João Baptista.

Apesar de o marido estar ferido, o filho cativo e o palácio saqueado, Francisca não perdeu a paz de alma, a resignação e o fervor, que a levavam a fazer o bem a todos. Tudo o que caía em suas mãos era em favor dos pobres e doentes.

A sua volta reuniram-se depois outras senhoras, desejosas de imitar seus impulsos generosos. Ela dirigia-as espiritualmente, apartando-as das vaidades do mundo e ensinando-lhes o caminho evangélico da caridade e sacrifício. Assim nasceu a confraria de Oblatas Beneditinas.

Em 1436 seu esposo faleceu, Francisca retirou-se para a casa das suas Oblatas, que a nomearam Superiora Geral, cargo que desempenhou até a morte.

A vida de Santa Francisca se sobressaiu pelas graças extraordinárias, como o poder de fazer milagres e de penetrar nos segredos do outro mundo. Via seu anjo da guarda. Viu o inferno com o seu fogo e os suplícios horríveis, e o purgatório com o seu fogo.

Levada pela mão de Deus penetrou no paraíso no ano de 1440. Em 1608, o Cardeal São Roberto Belarmino junto ao seu voto favorável a declaração de que esta Santa – tendo vivido primeiro em virgindade e depois uma série de anos em casto matrimônio, tendo suportado os incômodos da viúvez e tendo seguido finalmente a vida de perfeição no claustro – merecia tanto mais as honras dos altares, quanto mais podia ser apresentada como modelo de virtude a todos. Francisca foi canonizada no dia 29 de maio de 1608.

Santa Francisca Romana, rogai por nós!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Como eu tive compaixão de ti… (Mt 18,21-35)

 

Da vingança bruta, passando pela lei do talião – que equilibrava o crime e a vingança -, até o mandamento evangélico do perdão, temos um longo itinerário para a linhagem dos humanos…

 

A parábola narrada por Jesus sobre o “servo impiedoso” nos revela, em negativo, as consequências de um perdão negado, mas acima de tudo realça nossa condição antes de devedores que de cobradores.

Passo a palavra ao exegeta Hébert Roux, que nela nos aponta vários ensinamentos:

“a) Ela nos mostra Deus na pessoa de um soberano que, tendo o direito a seu favor, consente, por compaixão, a abrir mão dele sobre seu servidor e assumir ele mesmo os custos e as perdas.

  1. b) Ao mesmo tempo, ela nos lembra qual é a situação do homem perante Deus: um devedor em estado de insolvência. Mesmo fazendo o inventário daquilo que possui de mais precioso, e reunindo todos os valores que representam sua pessoa e seus bens, o servidor sabe que não poderá satisfazer às exigências de seu Patrão, a despeito das promessas. A decisão do Rei é motivada não pelo crédito que ele concede a seu devedor, mas unicamente pelo fato de que ele está “movido de compaixão”. O servidor insolvente só deve sua liberdade a um decreto de pura graça.
  2. c) A indignidade do servidor explode quando, ‘tendo saído, encontra um de seus companheiros de trabalho’. Ao sair, já fora da presença do Patrão, ele se esqueceu… Ou antes, não havia compreendido que o perdão da dívida não era resultado de uma pechincha bem feita. Mas uma GRAÇA, e que essa graça imerecida constituía para ele uma obrigação, comprometia-o em sua existência mais concreta e, doravante, devia inspirar e orientar sua conduta em relação a seus irmãos.

Aqui, Jesus estabelece, em termos concretos, o grande problema da moral cristã que se tornará um dos temas essenciais da pregação apostólica: “Comportai-vos de uma maneira digna do Evangelho!” (Fl 1,27) “Revesti-vos do homem novo criado à imagem de Deus!” (Ef 4,23) “Tornai-vos imitadores de Deus…” (Ef 5,1)

Em lugar de imitar seu Patrão, o servidor implacável se comporta em relação a seu companheiro exatamente como o Patrão não quisera agir em relação a ele: ‘Não devias, também tu, ter piedade de teu companheiro de trabalho, tal como eu tive piedade de ti?’”

Se a graça não é geradora de uma vida nova – conclui o biblista – ela não é graça. Ela deve marcar o começo, e não o fim, de nossas relações com Deus.

Perdoar não é uma possibilidade. É uma obrigação…

 

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