09 de Fevereiro de 2021

Quinta semana do tempo Comum Terça-feira

- por Pe. Alexandre

TERÇA FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM 
(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

– Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6).

 

Oração do dia

– Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 1,20-2,4a

 

– Leitura do livro do Gênesis: 20Deus disse: “Fervilhem as á­guas de seres animados de vida e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”. 21Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam, em multidão, nas águas, segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. 22E Deus os abençoou, dizendo: “Sede fecundos e multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”. 23Houve uma tarde e uma manhã: quinto dia. 24Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo as suas espécies, animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo as suas espécies”. E assim se fez. 25Deus fez os animais selvagens, segundo as suas espécies, os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis do solo segundo as suas espécies. E Deus viu que era bom. 26Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo a nossa semelhança para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. 27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”. 29E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão sementes sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez. 31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia. 2,1E assim foram concluídos o céu e a terra com todo o seu exército. 2No sétimo dia, Deus considerou acabada toda a obra que tinha feito; e no sétimo dia descansou de toda a obra que fizera. 3Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nesse dia descansou de toda a obra da criação. 4aEsta é a história do céu e da terra, quando foram criados.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 8,4-5.6-7.8-9 (R: 2a)

 

– Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
R: Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– Contemplando estes céus que plasmastes e formastes com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos: “Senhor, que é o homem, para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”

R: Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes.

R: Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

– As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas.

R: Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Inclinai meu coração às vossas advertências e dai-me a vossa lei como um presente valioso (Sl 118,36.29)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,1-13

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

– Glória a vós, Senhor!  


Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. 9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!  

 

 

Santa Apolonia

- por Pe. Alexandre

A história de Apolônia nos chegou pela narrativa de Dionísio, bispo de Alexandria, escrita em 249. Assim ele se expressa: “No dia 9 de fevereiro, um charlatão alexandrino provocou uma terrível revolta entre os pagãos. As casas dos cristãos foram invadidas e jóias e objetos preciosos foram roubados. Os cristãos, mesmo os velhos e as crianças, foram arrastados pelas ruas, espancados, escorraçados e, condenados a morte, caso não renegassem a fé em voz alta. Os pagãos prenderam também a bondosa virgem Apolônia, que tinha idade avançada. Foi espancada violentamente e teve os dentes arrancados. Além disso, foi arrastada até a grande fogueira, que ardia no centro da cidade, onde seria queimada viva se não repetisse, em voz alta, uma declaração pagã renunciando a fé em Cristo. Neste instante, ela pediu para ser solta por um momento, sendo atendida ela saltou rapidamente na fogueira, sendo consumida pelo fogo”.

O martírio da virgem Apolônia, que terminou aparentemente em suicídio, causou, exatamente por isto, um grande questionamento dentro da Igreja, que passou a avaliar se era correto e lícito, se entregar voluntariamente à morte para não renegar a fé.

Contudo, o gesto da mártir Apolônia, a sua vida reclusa dedicada à caridade cristã, provocou grande emoção e devoção na província africana inteira, onde ela consumou o seu sacrifício. Passou a ser venerada, porque foi justamente o seu apostolado desenvolvido entre os pobres da comunidade que a colocou na mira do ódio e da perseguição dos pagãos.

 

Ó gloriosa Santa Apolônia, por aquela dor que padecestes, quando, por ordem do tirano, vos foram arrancados os dentes que tanto decoro ajuntava ao vosso angélico rosto, obtende do Senhor a graça de estarmos sempre livres de todo tipo de maldade. Amém!

Meditação

- por Pe. Alexandre

Seu coração está longe de mim… (Mc 7,1-13)

A história das religiões demonstra da maneira mais clara como a relação com a divindade facilmente se desvia do essencial. A sede de Deus está no coração de toda pessoa humana. Como diz o Catecismo da Igreja Católica (nº 27), o homem é “capaz de Deus, o desejo de Deus está inscrito no coração do homem”. Mas os caminhos adotados para essa relação podem ser perigosos desvios da verdadeira religião.

Exemplo grosseiro de tal corrupção eram os sacrifícios de vítimas humanas aos antigos deuses pagãos. Chegando à América Central, os navegadores espanhóis contemplaram, horrorizados, as pirâmides escalonadas dos astecas com os degraus recobertos de crânios humanos, o que havia sobrado dos jovens oferecidos em ritual sangrento ao deus Xipe-Totec.

No tempo de Jesus, o Mestre denuncia uma “religião” que se esgotara em ritos exteriores (sacrifícios de animais, oferta de incenso, observância do sábado, busca de pureza ritual com a ablução de utensílios etc.), enquanto o íntimo dos corações permanecia apegado ao dinheiro, ao poder, e o cuidado dos pobres era deixado de lado.

Não se trata de desvalorizar as tradições recebidas dos antepassados, mas de manter vivo aquele espírito sem o qual os sinais exteriores não correspondem a uma vida interior, tornando-se gestos vazios de sentido ou arremedos de algum tipo de mágica.

Também nós, católicos, podemos cair em desvios semelhantes, acreditando que práticas externas – em si, boas -, como procissões, novenas, devoção aos santos, sejam a garantia de um autêntico espírito religioso, enquanto faltam aspectos essenciais como a frequência aos sacramentos (inclusive a confissão individual dos pecados), a adoração, o serviço ao próximo, o trabalho de evangelização e a busca do senhorio de Jesus em nossa vida, de modo que tudo gire em torno de sua pessoa, atentos à vontade de Deus para nós.

Daí a necessidade imperiosa de invocar permanente a assistência do Espírito Santo, de estar atento às suas moções interiores e, naturalmente, de cortar pela raiz todo tipo de apego que nos imobiliza e impede de agir segundo seus impulsos. Sem este Espírito, a prática religiosa é fria, estéril, mecânica, sem vida. Simples ritual.

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