18 de Dezembro de 2020

3a semana do Advento - Ano B. Sexta-feira

- por Pe. Alexandre

SEXTA FEIRA DA III SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II – ofício do dia)

 

Antífona da entrada

 

– O Messias que João apontou como Cordeiro esperado, virá como nosso rei.

 

Oração do dia

 

– Ó Deus todo poderoso, concedei aos que gememos na antiga escravidão, sob o jugo do pecado, a graça de ser libertados pelo novo natal do vosso Filho, que tão ansiosamente esperamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Jr 23,5-8

 

– Leitura do livro do profeta Jeremias: 5“Eis que virão dias, diz o Senhor, em que farei nascer um descendente de Davi; reinará como rei e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra. 6Naqueles dias, Judá será salvo e Israel viverá tranquilo; este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa Justiça’. 7Eis que virão dias, diz o Senhor, em que já não se usará jurar ‘Pela vida do Senhor que tirou os filhos de Israel do Egito’ 8 — mas sim: ‘Pela vida do Senhor que tirou e reconduziu os descendentes da casa de Israel desde o país do norte e todos os outros países’, para onde os expulsará; eles então irão habitar em sua terra”.

 

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 72,1-2.3-4ab.7-8.17 (R: 7)

 

– Nos seus dias a justiça florirá e a paz em abundância, para sempre.
R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.

– Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.

R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.

– Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará.

R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.

– Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque só ele realiza maravilhas! Bendito seja o seu nome glorioso! Bendito seja eternamente! Amém, amém!

R: Nos seus dias a justiça florirá e paz em abundância, para sempre.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

– Ó guia de Israel, que no monte do Sinai orientastes a Moisés, oh, vinde redimir-nos com braço estendido!

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 1, 18-24

 

– O Senhor esteja convosco.

– Ele está no meio de nós.

– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

– Glória a vós, Senhor!

 

18A origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19José, seu marido, era justo e, não querendo denunciá-la, resolveu abandonar Maria, em segredo. 20Enquanto José pensava nisso, eis que o anjo do Senhor apareceu-lhe, em sonho, e lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. 22Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus está conosco”. 24Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor havia mandado, e aceitou sua esposa.

 

– Palavra da salvação.

– Glória a vós, Senhor!

São Graciano

- por Pe. Alexandre

 

 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Hoje celebramos a vida de um dos sete missionários cristãos enviados por Roma, para a evangelização da região da Gália, hoje França. São Graciano que  foi  o primeiro bispo da diocese Tours. Em 249, quando Graciano chegou a Tours para exercer o cargo de bispo, a cidade não possuía nenhuma igreja, os pobres eram maltratados, os enfermos estavam marginalizados; e a cidade toda dominada pelo paganismo. Como representante do Papa e da Igreja ele desde o início passou a ser perseguido pelos infiéis, que não queriam deixar a adoração dos falsos deuses. Houve períodos que a perseguição era tanta e tão feroz que ele precisava se esconder em lugares isolados. E nestes lugares reunia os cristãos e interessados em converter-se para poder celebrar os sacramentos, receber a Eucaristia e pregar a palavra de Cristo.

Como bispo perseverou e o grupo de cristãos foi crescendo. Os pobres, pela primeira vez, começaram a receber atenção e ajuda comunitária. Fundou até, um hospital para os doentes abandonado. Exerceu seu árduo e fecundo apostolado durante cinquenta anos.

Segundo conta a história, Jesus apareceu para avisar ao Bispo sobre sua morte. E um pouco depois ele veio mesmo a falecer no ano de 301. O corpo de Graciano foi enterrado no cemitério cristão que ele mesmo havia construído.

Depois de um certo tempo, suas relíquias foram transferidas para a antiga Catedral de Tours, que era dedicada a são Martinho e, atualmente, é dedicada a são Graciano.

São Graciano, rogai por nós.

Benção Final.

Meditação

- por Pe. Alexandre

Maria, tua esposa… (Mt 1,18-24)

 

“José amava Maria. Desde o primeiro encontro, sentira que ela era única e que Deus a confiava a ele. Iria agora pedir-lhe que a sacrificasse tal como Abraão precisou decidir-se pela imolação de Isaac?” Este é o dilema proposto por Maurice Zundel em sua meditação sobre o Evangelho de hoje, conhecido como a “Anunciação a José”.

 

No coração de José, uma ferida infinita. “Ali estava o fato – diz Zundel – que nenhuma negação, nenhuma ternura podia remover. A inocência da esposa iluminava com uma luz dilacerante os abismos de seu sofrimento.” E José não podia falar com Maria sobre aquilo, pois ela mesma preferira o silêncio. “Cada palavra teria parecido um ultraje. O silêncio lhe daria a liberdade, atestando a confiança que tinha nela.”

Agonia na alma, o corpo adormecido em uma espécie de vida suspensa, José se cala. Maria vela na vigília do segredo de Deus. A Prometida “vigia como pode velar o amor de uma noiva quando aquele que ela ama lhe é tirado em virtude de circunstâncias que ordenam a separação, consagrando a eternidade da ternura. O sim que liga sua alma a José é tanto mais irrevogável por comprometer sua fidelidade a Deus, que é o único fundamento daquela união”.

 

É quando o Anjo entra em cena. No mundo nebuloso e profundo do sono, Deus se comunica:

– “José (ele o toca como se faz com uma criança que dorme)… filho de Davi (herdeiro da promessa que se vai cumprir em ti)… não temas receber Maria (cujo nome encerra a candura e a alegria de todas as auroras)… tua esposa (de fato, é este o título que a faz tua para sempre diante de Deus)… pois o que nela foi gerado (para que ressoe em ti o júbilo divino de todos os Natais)… é obra do Espírito Santo (que é a eternidade do Amor na eternidade do Ser)…”

 

Ao acordar, José obedece ao aceno do Anjo: acolhe sua esposa.

“E foi assim – conclui Maurice Zundel – que aquele casamento único foi concluído, na plenitude de um amor que havia sacrificado a própria alegria da presença amada à verdade crucificante do dom.”

 

Agora se entende que a Escritura chame José de Nazaré de “homem justo” (cf. Mt 1,19), um homem no qual se percebia a santidade de Deus. Agora se entende a expressão “Sagrada Família”, pois o Amor divino a consagrou.

 

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